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Ventos mantêm gafanhotos afastados, mas nova nuvem aparece no Paraguai
Projeção da Ufpel mostra rota da praga, em um dos cenários, agora rumo ao Uruguai
Arte/Divulgação/UFPEL
Thiago Copetti
A ameaça dos gafanhotos e o vai e vem da nuvem continua, ao sabor dos ventos, literalmente. E é graças à direção dos ventos, atualmente, que a rota dos insetos mudou nesta semana, afastando, ainda que momentaneamente, a praga do Rio Grande do Sul.
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A ameaça dos gafanhotos e o vai e vem da nuvem continua, ao sabor dos ventos, literalmente. E é graças à direção dos ventos, atualmente, que a rota dos insetos mudou nesta semana, afastando, ainda que momentaneamente, a praga do Rio Grande do Sul.
Com o calor registrado desde quinta-feira passada (16), havia risco maior de a nuvem que estava parada na Argentina se direcionar a cidades da Fronteira Oeste. A possibilidade havia deixado novamente em alerta os produtores da região, como de Barra do Quaraí, já que a nuvem estava distante, no domingo (19), há cerca de 130 quilômetros da cidade.
Havia o risco de que a praga ultrapassasse a fronteira e ingressasse em território gaúcho na próxima quarta-feira (22). Nesta segunda-feira, porém, os rumos da nuvem foram alterados pelas correntes de ventos. De acordo com pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), que passaram a acompanhar e simular a trajetória dos gafanhotos a partir dos dados de localização argentinos aplicados a informações climáticas, ao menos até quarta-feira o sentido da nuvem é outro.
VÍDEO: Nuvem de gafanhoto na Argentina
Até domingo localizada em Sauce, na Argentina, a 122 km da cidade gaúcha de Barra do Quaraí, e com análise dos ventos na região, de acordo com projeção feita pelo Grupo de Dispersão de Poluentes & Engenharia Nuclear (Gdispen), da UFPel, a nuvem agora entrará em outra rota. No cenário 1 montado pelo grupo, os insetos se deslocam aproximadamente 40 km/dia e, seguindo o vento, na quarta-feira chegariam à província de Entre Ríos na Argentina, fronteira com o Uruguai, próximo a Concórdia na Rota 14, em torno de 140 km da cidade gaúcha de Barra do Quaraí.
No cenário 2 (veja na imagem acima), a nuvem se desloca aproximadamente 80 km/dia e alcançaria a região próxima a cidade de El Eucaliptus, no Uruguai, em Passo de Los Carros, na Rota 26, distante aproximadamente 200 km de Barra do Quaraí no RS e 240 km de Rivera (Uruguai), na divisa com o Rio Grande do Sul. Na terceira simulação, os gafanhotos se deslocam aproximadamente 150 km/dia, chegando nas proximidades da cidade de Villa del Carmem, no Uruguai, província de Durazno, cerca de 270 km das cidades gaúchas de Aceguá e Jaguarão. E com perspectiva de nova frente fria na quinta-feira no Estado, o avanço pelos campos gaúchos ganha mais um resguardo.
Conforme o levantamento do Senasa e utilizado pela Ufpel, a área ocupada pelos gafanhotos abrange um perímetro de 2,7 km em 36 hectares. O modelo adotado pela Ufpel para simulação é o WRF, que sinaliza os campos de vento projetados para a semana. Isso porque, de acordo com os pesquisadores, os deslocamentos da nuvem são determinados em 80% dos casos pela direção do vento.
Ainda que também considere que até quarta-feira prevaleça uma corrente de ventos que, neste momento, mantém a nuvem afastada do território gaúcho, o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) indica que há outra preocupação no ar. Uma nova nuvem de gafanhotos teria se formado na região do Chaco, no Paraguai, e já mobiliza técnicos dos serviços nacional de saúde e segurança vegetal do país (Senave) e da Argentina (Senasa). E, agora, também do Brasil.