O dólar voltou a subir nesta quarta-feira (4), e o real teve o pior desempenho ante a divisa norte-americana considerando uma cesta de 16 moedas. O dia, porém, foi de poucos negócios, por conta do feriado nos Estados Unidos, e o Banco Central seguiu fora do mercado de câmbio, marcando a oitava sessão consecutiva sem leilão extraordinário de swap. A instituição fez apenas o leilão de rolagem dos contratos que vencem em agosto, em operação que somou US$ 700 milhões. O dólar à vista fechou em R$ 3,9131, com valorização de 0,40%, e, após uma manhã volátil, firmou alta na parte da tarde e voltou ao maior nível desde 7 de junho, quando bateu em R$ 3,9146.
"O dia hoje foi todo influenciado pelo dólar no exterior", disse um diretor de uma corretora de câmbio, destacando que a moeda subiu ante divisas como a da África do Sul, Argentina e Rússia, mas caiu ante o peso mexicano. O profissional ressalta que, além de olhar o dólar lá fora, a expectativa por eventos que acontecem ainda esta semana fazem o investidor adotar uma postura de cautela, pressionando as cotações para cima na sessão de hoje. Amanhã o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) divulga a ata da mais recente reunião de política monetária dos EUA, que elevou os juros pela segunda vez este ano e projetou mais duas altas. "Vamos avaliar a ata para buscar pistas do que seria necessário para o Fed se desviar de sua atual cadência de subir os juros quatro vezes este ano", escrevem os economistas do banco canadense BMO Capital Markets. Além da ata do Fomc, será divulgado na sexta-feira o relatório mensal de emprego (payroll) dos EUA, com dados de junho.
Na sessão de hoje, por causa do dia da Independência nos EUA, o volume de negócios no mercado brasileiro ficou bem abaixo da média de outros dias. No mercado futuro, o giro foi de apenas US$ 5,9 bilhões, um terço de dias normais. No segmento à vista, foi de US$ 425 milhões, também três vezes menor que pregões normais.
O último dia que o BC fez leilão de novos contratos de swap foi na sexta-feira, 22 de junho, com oferta de US$ 1 bilhão. Na quarta-feira da semana passada, 27, o BC entrou no mercado por meio de leilão de linha (venda de dólar à vista com compromisso de recompra), com US$ 2,4 bilhões. Para o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Junior, a ausência do BC no mercado por todos estes dias seguidos sem novas intervenções dificulta a queda do dólar para próximo dos R$ 3,80. Com isso, a moeda tem oscilado ao redor dos R$ 3,90.