Atualizada às 10h23min de 10/06/2022 - A espera terminou. O
Zaffari vai criar uma bandeira de atacarejo e terá a primeira loja na Região Metropolitana de Poro Alegre (RMPA). Onde vai ser? Como a coluna já tinha dado a pista, será em Gravataí. no complexo que vai começar a ser erguido na cidade.
As obras de um dos empreendimentos do grupo Zaffari mais aguardados por moradores de uma das maiores cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) vai começar até a próxima semana, diz o grupo. Trata-se do complexo que vai ter hipermercado e lojas em Gravataí, quase na divisa com Cachoeirinha.
Em nota, o grupo diz que "a empresa contratada para a condução da obra no local já está com acesso ao terreno, e os trabalhos devem começar entre esta semana e a próxima". Como até hoje as únicas informações sobre o empreendimento foram noticiados pelo município, ao longo do licenciamento, o Zaffari avisa:
"Oportunamente, detalhes sobre o projeto que será construído no espaço serão divulgados".
O grupo também não fala em prazo de conclusão para que a região possa utilizar o autosserviço. Mas a informação que o grupo já repassou à cidade é que o hipermercado do complexo, chamado de Power Center, fica pronto até o fim do ano. Vai ser uma implantação em tempo recorde. O projeto foi anunciado em 2012 e liberado para obras em 2020.
Power Center porque o projeto não é de um shopping, como a bandeira Bourbon, que é do grupo e é gerida pela Airaz. O diretor do grupo Claudio Luiz Zaffari, que coordena a implantação de novos projetos e faz sempre as tratativas com as áreas dos municípios, explicou, em 2020,que o modelo tem o autosserviço e mais espaços de lojas que compõem o mix.
A prefeitura diz que o investimento é previsto em R$ 300 milhões, e tem parte de um parque público, que fica na parte de trás da área do complexo e onde tem um lago. O aporte no parque é parte da compensação pelos impactos do empreendimento.
Mudanças às margens de avenida são visíveis, como retirada do esquilo, marca do grupo. Fotos: Andressa Pufal/Luiza Prado/JC
O prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon, comenta que "toda a infraestrutura de arruamento, drenagem e esgoto estão prontas".
No grande terreno, que fica no número 7965 da avenida movimentada que vai até Cachoeirinha, há parte de pavimentação antiga. A formação mais elevada já estão no nível da via. Seguranças vigiam o local dia e noite.
O painel com o esquilo, marca registrada da bandeira de supermercado, foi removida no ano passado. Quando o mascote sai, é porque tem obra chegando. As primeiras foram de infraestrutura, que tiveram início em 2021.
"A gente acompanhou as máquinas fazendo terraplenagem e instalado tubulações enormes e agora já dá para ver a caixa de água na área do fundo, que antes ficava atrás de um morro", comenta o mecânico que mora em frente e trabalha na revenda de veículos Pretus Car Anderson Rodrigo da Silva, que não vê a hora de o complexo ficar pronto e gerar movimento.
"Mais movimento é mais venda", projeta Silva. "Para mim já está rendendo. Vendi um carro para o segurança do terreno", conta o mecânico.
Silva já vendeu um carro para segurança do terreno do complexo e espera mais negócios no futuro. Foto: Patrícia Comunello/JC
"Vendi até um carro para o segurança do terreno. Para mim, a obra do Zaffari já está dando retorno", comemora o vizinho. Outro comentário que circula na região, enquanto a obra não começa, é que o grupo faria um atacarejo em vez de um hipermercado tradicional, que é o que está previsto.
O prefeito diz desconhecer mudanças no modelo e cita que, se não for alterado o projeto arquitetônico, pode haver revisão de perfil de loja.
O Zaffari até hoje não nega e nem confirma planos de ter atacarejo, tipo de loja que une serviço de supermercado e suprimento de atacado. A ascensão do modelo coincide com o ocaso dos hipermercados, que seriam hoje mais onerosos e que perderam espaço e fluxo no pós-pandemia. Um dos motivos é a queda na renda da classe média.
Quem acompanha a trajetória do Zaffari duvida que a companhia entre neste novo segmento, que tem o apelo do preço baixo e volume. Mas caso o grupo entre, seria com outra bandeira, para não comprometer o conceito e padrão consolidado da grife porto-alegrense.
Hoje o grupo, com sede em Porto Alegre e líder no setor de supermercados no Estado, com faturamento de mais de R$ 6,3 bilhões em 2021, segundo ranking da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), tem pelo menos 12 novos projetos em linha, entre obras em execução, prestes a começarem (caso de Gravataí) e o que ainda vai ser feito.
São 10 somente em Porto Alegre, de mais de R$ 500 milhões, entre reformas de lojas que forma do Nacional, novas construções entre supermercados,
hipermercado, como no complexo Belvedere, shoppings, centro de distribuição e torre administrativa.
Com o aporte em Gravataí e o bairro-cidade Boulevard Germânia, em Novo Hamburgo, avaliado em R$ 6 bilhões e de longo prazo de conclusão, a carteira de investimentos se aproxima de R$ 7 bilhões.