A Arábia Saudita suspendeu, nesta quinta-feira (11), a permissão para 11 frigoríficos brasileiros exportarem carne de aves para aquele País. A proibição, que vale a partir do dia 23 de maio, foi publicada pela SFDA, a agência governamental que regula alimentos e medicamentos no país. O motivo da medida não foi informado.
Entre as unidades afetadas, quatro estão localizadas no Rio Grande do Sul, sendo três pertencentes à JBS: as unidades de Passo Fundo e Montenegro, além da planta Seara de perus em Caxias do Sul. O outro frigorífico gaúcho atingido foi o da Agroaraçá Alimentos, em Nova Araçá. Também foram suspensas plantas nos estados do Paraná (6), Distrito Federal (1), Minas Gerais (1) e São Paulo (1).
No total, sete plantas da JBS foram vetadas em todo o País. Em nota, a empresa afirmou que procurou a SFDA para dialogar e entender as motivações para o bloqueio das exportações de carne de frango para o país. "A produção antes destinada à Arábia Saudita já foi redirecionada para outros mercados", segundo a companhia. As outras proibições são referentes à importação de produtos de três fábricas da Vibra Agroindustrial, além da planta da Agroaraçá.
Com a suspensão, apenas oito frigoríficos do Brasil ficarão autorizados a exportar carne de frango para o mercado saudita. No Rio Grande do Sul, apenas a planta da Nicolini, em Garibaldi, segue habilitada. Também continua permitida a exportação de carne de pato da empresa Villa Germania, em Indaial (SC).
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Arábia Saudita é o segundo maior importador de carne de frango do Brasil, atrás da China. No primeiro trimestre de 2021, os sauditas compraram 120,8 mil toneladas do produto brasileiro, uma alta de 8,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em nota, o ministério das Relações Exteriores informou que o governo brasileiro recebeu com “surpresa e consternação” a decisão da Arábia Saudita. “Não houve contato prévio das autoridades sauditas, tampouco apresentação de motivações ou justificativas que embasem as suspensões”, afirma o Itamaraty.
O governo brasileiro destacou que já iniciou contatos com as autoridades da Arábia Saudita para buscar esclarecer o episódio. Segundo a nota do ministério, caso se comprove a interposição de barreira indevida ao comércio, o Brasil poderá levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC).
A ABPA informou que está apoiando o governo brasileiro na busca por explicações sobre as suspensões e trabalha para o restabelecimento das habilitações no menor prazo possível.
A entidade afirma que “reforça seu compromisso em sua parceria estratégica com o povo saudita, apoiando no suprimento da oferta de alimentos deste que é um dos mais longevos mercados importadores do produto brasileiro”. Além disso, a ABPA reitera a sua plena confiança e o reconhecimento internacional das empresas brasileiras, seja pelo cumprimento de critérios técnicos, pela qualidade e por todos os demais pontos estabelecidos pelas nações importadoras.