O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), está segurando a pressão de deputados bolsonaristas para pautar o projeto de lei que propõe anistia aos presos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
- LEIA TAMBÉM: PF investiga desvios de emendas em quatro estados
Líderes partidários aliados de Motta, apesar de terem maioria em suas bancadas para apoiar a proposta, compartilham do entendimento de que não é o momento político para discuti-la. Eles dizem que é preciso apoiar o presidente da casa e dividir com ele essa pressão.
E, sobretudo, não concordam com a análise da proposta feita diretamente em plenário, via requerimento de urgência. Por isso, as assinaturas para o requerimento estão sendo coletadas pelo PL no varejo - deputado por deputado. Se os líderes assinassem, já estariam representando suas bancadas, e o processo seria mais ágil.
O partido de Jair Bolsonaro (PL) apresentou a jornalistas uma lista com 156 assinaturas - só a bancada do PL tem 92 deputados. De acordo com aliados de Motta, ele conseguirá segurar a pressão até que o PL consiga todos os 257 apoios necessários.
Com isso, o presidente da casa ganha tempo, e se fortalece a hipótese entre lideranças e deputados de centro de analisar o texto em uma comissão especial, cuja tramitação é mais lenta e foi anunciada por Arthur Lira (PP-AL) ano passado, mas jamais instalada.
O PL, que anunciou nesta semana obstrução de votações enquanto Motta não se decidir sobre a anistia, disse nesta quinta-feira (3) que seguirá com a medida, de forma "responsável".
"A nossa obstrução não é irresponsável com a casa, por isso estamos botando lentamente as matérias de importância para o país", disse o líder Sóstenes Cavalcante (RJ).
Agências