Muita coisa tem sido dita a respeito do empoderamento feminino. Apesar de não apreciar o termo, acredito que o momento é oportuno para refletirmos sobre o papel da mulher na sociedade. Temos um histórico de lutas por melhores condições de trabalho e por reconhecimento. Fomos pioneiras em conquistas importantes, driblamos as barreiras na ciência, política, aviação e esporte. Em diferentes épocas, abrimos caminho para as novas gerações.
Com determinação, passamos a ocupar o maior número de vagas nas universidades e a exercer posições estratégicas nas organizações. Questionamos o modelo tradicional de família chefiada por homens e assumimos a responsabilidade pela condução de muitos lares. Ainda assim, em muitas situações, temos nossa dignidade depreciada pela questão de gênero.
Acredito que a vitimização não contribui para o combate da discriminação, mas não podemos silenciar quando constatamos a tentativa de diminuição ou desvalorização da nossa capacidade intelectual nos ambientes profissionais. Embora não tenha vivenciado episódios semelhantes, somo-me às milhares de mulheres que são incansáveis no enfrentamento desse comportamento intolerante. Tão importante quanto denunciarmos essa conduta é continuarmos ocupando os espaços que mais nos oferecem resistência. Sem recuarmos. Sem nos envaidecermos com o sucesso. Mas demonstrando que temos o mesmo potencial e que isso não nos faz melhores ou piores que ninguém, mas nos torna únicas.
Nós, mulheres, precisamos entender que nosso valor não está no que fazemos, no cargo que ocupamos ou no modelo de família que constituímos. Está dentro, naquilo que acreditamos e na força que surpreendentemente revelamos quando somos desafiadas.
Homens, se vocês não nos admiram, respeitem-nos. Demonstrem grandeza e lembrem que um mundo com mais cuidado e mais amor também será mais saudável para suas esposas, filhas e mães.
Jornalista