O candidato à presidência da república, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reuniu 50 mil apoiadores na Região Central de Porto Alegre. O ato ocorreu de forma pacífica durante todo o trajeto, que aconteceu na tarde desta quarta-feira (19). Estiveram ao lado do ex-presidente o seu vice, Geraldo Alckmin (PSB); além de nomes importantes para a política gaúcha, como a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-governador Olívio Dutra (PT), e o ex-candidato ao governo do Estado, Edegar Pretto (PT).
A passeata iniciou no Largo dos Açorianos, onde Lula foi recebido com uma salva de palmas e gritos de apoio a sua candidatura. Após uma breve caminhada com os seus apoiadores, o destino final foi a Praça da Matriz, em frente ao palácio Piratini, onde o candidato discursou durante cerca de 20 minutos.
Em sua fala, Lula defendeu, dentre outros temas, o combate à desigualdade, o fortalecimento da educação e a geração de emprego e renda.
O candidato iniciou seu discurso se solidarizando com Seu Jorge - artista que foi hostilizado durante show em Porto Alegre com palavras racistas. "O preconceito é de uma minoria, que não sabe respeitar a democracia", defendeu Lula.
O ex-presidente também fez duras críticas sobre a forma com que o Governo Bolsonaro geriu a educação no Brasil. "Esse Governo não gosta da educação, porque toda semana a gente vê cortes (...) Nós queremos formar mais enfermeiros, mais médicos, mais advogados, porque esse país não quer ficar em pleno séc. XXI só exportando soja, a gente quer exportar conhecimento", completou.
Os apoiadores vibravam com cada gesto do candidato. Uma bandeira do Brasil foi posta em frente ao caminhão de som em que Lula discursava, uma estratégia adotada pela campanha para que as cores predominantes da bandeira fossem mais utilizadas nas manifestações. Por isso, foi possível avistar o verde e amarelo em meio a predominância do vermelho - cor muito presente na campanha.
Em entrevista ao Jornal do Comércio, apoiadores do candidato defenderam a importância da candidatura de Lula para o combate ao preconceito. "Lula significa inclusão social, dignidade humana (...) Lula é pluralidade e diversidade", afirmou um de seus apoiadores, Thiago de Oxalá. A servidora pública da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Tamyres Filgueira também defendeu a inclusão social. "A candidatura do Lula é muito importante para combater as desigualdades, combater o racismo, a lgbtfobia, machismo e todas as formas de preconceito."
A indígena Daniela Guarani afirmou que os povos originários enfrentaram muitas dificuldades. "No governo Bolsonaro a gente sofreu muito, passamos fome, por isso eu voto no Lula". Já a professora da rede pública estadual, Paola Ribeiro, também fez críticas ao adversário de Lula e salientou: "Quem acredita em um Brasil de inclusão, um Brasil que ruma para um país mais igualitário e mais justo, não tem em quem votar, a não ser no Lula".