Mariana Dawas Vieira
A chegada de um ciclone extratropical em Porto Alegre, nesta quinta-feira (15), aumenta a intensidade das chuvas e coloca em risco pessoas em situação de rua. A Operação Inverno da Prefeitura Municipal, iniciada no dia 1º, é um projeto voltado para o aumento de vagas em abrigos, albergues e pousadas e é responsável pela captação dos interessados, também oferecendo agasalhos e alimentação.
Questionado sobre o possível aumento da demanda por assistência, Tiago Simon, presidente da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), afirmou que há uma preparação especial para os dias mais frios. "Neste período é feito todo um trabalho de acompanhamento mais intensificado nas ruas da cidade com as equipes de abordagem social fazendo um trabalho noturno. De noite também é feita ronda com micro-ônibus, a Guarda Municipal também faz esse suporte", disse.
A recepção para pessoas em situação de rua ocorre durante o ano inteiro pela Fasc, com cerca de 800 vagas. Entretanto, com a diminuição de temperaturas, há um aumento dos recursos, disponibilizando 1.047 vagas este ano, um aumento de 227 vagas em comparação ao ano passado. Quando as temperaturas na região ficam inferiores à 5°C, a segunda fase do projeto é acionada, com o aumento da equipe e a abertura de mais 50 leitos no ginásio do Departamento Municipal de Habitação (Demhab).
De acordo com o presidente da Fasc, as vagas e os suprimentos disponíveis são suficientes para atender a todos. "Infelizmente nem todos aceitam, existe uma boa parcela que recusa a oferta de serviço, que não aceita o convite [...] e há espaço, inclusive para pets, muitos moradores têm vínculos com com seus animais de estimação".
A operação colocou 11 equipes de acolhimento para trabalhar nas ruas, e recebe muitas doações de alimentos e de roupas - tendo parceria com a Campanha do Agasalho e com voluntários da Cruz Vermelha.
A Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social (SMDS) atua junto com a Fasc na assistência social, e possui um programa para a diminuição do número de pessoas em situação de rua. De acordo com dados da pasta, houve uma baixa de 12% de identificados entre 2021 e 2022.