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Publicada em 05 de Abril de 2025 às 18:30

Neto de Rubens Paiva participa de evento na Ufrgs

Mesa do evento contou com a participação de Roberta Baggio, Chico Paiva, Fernanda Melchionna (Psol) e Carlos Gerbase

Mesa do evento contou com a participação de Roberta Baggio, Chico Paiva, Fernanda Melchionna (Psol) e Carlos Gerbase

Hugo Scotte / Divulgação / JC
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Amanda Flora
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A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) promoveu, na noite de sexta-feira (4), um debate sobre os 60 anos do Golpe de 1964, que resultou em 21 anos de Ditadura Militar no Brasil. A mesa contou com a participação de Carlos Gerbase, cineasta gaúcho, Roberta Baggio, presidente da Comissão da Memória e da Verdade, Enrique Serra Padrós, Fernanda Melchionna, deputada federal pelo Psol, e Chico Paiva, neto do ex-deputado Rubens Paiva, vítima do regime militar que teve sua história contada no filme Ainda Estou Aqui. Evento aconteceu após Chico Paiva receber a Comenda Porto do Sol na Câmara de Vereadores.Organizado pelo Professor Francisco Marshall, diretor do Instituto Latino-Americano de Estudos Avançados (Ilea), o debate abordou temas relativos ao período militar brasileiro, o filme vencedor do Oscar, Ainda Estou Aqui, a preservação da memória para as futuras gerações e a anistia. O evento iniciou com um breve relato da reitora da Ufrgs, Marcia Barbosa, que relembrou de sua infância numa pacata vila militar em Porto Alegre e compartilhou suas memórias sobre o regime. “Cresci numa vila militar onde o conceito de fake news foi dali derivado. A história que era contada aos jovens daquela comunidade, era de que comunistas queriam matar os filhos dos militares. Nós sabemos muito bem que não foi bem assim”, disse a reitora. Ela encerrou falando da importância da instauração de uma Comissão da Memória na Ufrgs.
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) promoveu, na noite de sexta-feira (4), um debate sobre os 60 anos do Golpe de 1964, que resultou em 21 anos de Ditadura Militar no Brasil. A mesa contou com a participação de Carlos Gerbase, cineasta gaúcho, Roberta Baggio, presidente da Comissão da Memória e da Verdade, Enrique Serra Padrós, Fernanda Melchionna, deputada federal pelo Psol, e Chico Paiva, neto do ex-deputado Rubens Paiva, vítima do regime militar que teve sua história contada no filme Ainda Estou Aqui. Evento aconteceu após Chico Paiva receber a Comenda Porto do Sol na Câmara de Vereadores.

Organizado pelo Professor Francisco Marshall, diretor do Instituto Latino-Americano de Estudos Avançados (Ilea), o debate abordou temas relativos ao período militar brasileiro, o filme vencedor do Oscar, Ainda Estou Aqui, a preservação da memória para as futuras gerações e a anistia. O evento iniciou com um breve relato da reitora da Ufrgs, Marcia Barbosa, que relembrou de sua infância numa pacata vila militar em Porto Alegre e compartilhou suas memórias sobre o regime. “Cresci numa vila militar onde o conceito de fake news foi dali derivado. A história que era contada aos jovens daquela comunidade, era de que comunistas queriam matar os filhos dos militares. Nós sabemos muito bem que não foi bem assim”, disse a reitora. Ela encerrou falando da importância da instauração de uma Comissão da Memória na Ufrgs.
O cineasta Carlos Gerbase abriu o debate falando sobre o filme Ainda Estou Aqui, sobre importância de valorizar os trabalhadores da indústria cinematográfica e sobre a relevância da obra para a sociedade.

A deputada federal Fernanda Melchionna (Psol) mencionou a relação entre as ditaduras latino-americanas e a falta da justiça de reparação dos crimes cometidos durante o período militar. “A ausência da justiça não diz respeito só a buscar responsabilização dos torturadores, mas dar luz a verdade. Ainda hoje, os assassinos de Rubens Paiva recebem polpudas aposentadorias do estado brasileiro”, mencionou.

Presidente da Comissão da Verdade da Ufrgs e professora de direito constitucional da universidade, Roberta Baggio abordou a importância de levar a memória e a história do regime militar às novas gerações como uma ferramenta de manutenção da democracia. “A presença do Chico aqui não é uma obviedade, existe uma responsabilidade intergeracional que me parece o maior desafio de preservação da memória e a não repetição desse passado recente”, afirmou.
Chico Paiva foi o último da mesa a falar. Para o filho de Vera Paiva, uma das filhas de Eunice e Rubens Paiva, representar a família nas campanhas do filme é um orgulho. Ele também relembrou do que sua avó falava sobre não pessoalizar a história da família com o regime, porque o que aconteceu com eles foi um crime contra o Brasil. “O filme furou a bolha, e através da história dessa família você consegue mostrar os horrores da ditadura, porque não tem quem veja e não sinta revolta”, encerrou.

Após a conversa, a plateia pôde fazer perguntas à mesa e dali saíram muitos relatos de pessoas que viveram o período militar. Também houveram pedidos à deputada Fernanda Melchionna para a criação de um memorial sobre o regime em Porto Alegre.

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