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Porto Alegre, domingo, 13 de abril de 2025.

GENTE

- Publicada em 21 de Dezembro de 2022 às 12:22

Morre Celso Costa, um dos precursores do rádio gaúcho

Ele montou a Rádio Guaíba, então uma proposta de vanguarda da Caldas Júnior

Ele montou a Rádio Guaíba, então uma proposta de vanguarda da Caldas Júnior


Rádio Guaíba/Reprodução/JC
Mauro Belo Schneider
Morreu, nesta quarta-feira (21), aos 92 anos, Celso Costa, um dos precursores do rádio gaúcho. O jornalista Luiz Artur Ferraretto comentou a notícia em suas redes sociais.
Morreu, nesta quarta-feira (21), aos 92 anos, Celso Costa, um dos precursores do rádio gaúcho. O jornalista Luiz Artur Ferraretto comentou a notícia em suas redes sociais.
“Faleceu Celso Costa, um dos responsáveis pela viabilização técnica da Guaíba, quando, do final dos anos 1950 até o início da década de 1980, a emissora reinou absoluta no noticiário, na cobertura esportiva e na música”, escreveu o também professor.
Outro jornalista, que teve passagens pelo rádio, comentou a morte. Juremir Machado da Silva escreveu que Costa simbolizava “um mito da era do rádio, remanescente da grande aventura da Guaíba na Rede da Legalidade”.
O repórter Marcello Campos, que escreve com frequência ao Jornal do Comércio mas que trabalhou com Costa na Rádio Guaíba, classifica o antigo colega como "folclórico". "Não só pela variedade de experiências profissionais, mas por ser uma pessoa de temperamento tranquilo, sempre com boas histórias para contar", lembra Campos, citando a mistura de fantasia com realidade em suas narrativas.
"O que importava era a riqueza de detalhes com a qual ele contava. Jamais entrava em contradição, o que aumentava a dúvida do pessoal se as histórias eram verdadeiras", afirma Campos sobre o morador da rua Demétrio Ribeiro, no Centro Histórico. 
Como operador e chefe de externas, Costa fez 10 Copas do Mundo e muitas Olímpiadas pela Rádio Guaíba, onde se aposentou em 2014. Ele deixa a esposa Lúcia e as filhas Rosângela e Celmara. A cerimônia de despedida será realizada hoje na capela Ecumênica do Crematório Metropolitano de Porto Alegre (Prof. Oscar Pereira, 584), às 17h. Não haverá velório.
Nascido em Passo Fundo em 14 de junho de 1930, era filho do ferroviário Fredolim Fernandes Costa e de Amália Guedes. Desde cedo, despertou a curiosidade pela eletrônica e trabalhou na loja Sonora Guarani, responsável pelo serviço de som na Praça Marechal Floriano. Depois, em 1946, participou da fundação da Rádio Passo Fundo.
Em 1952 se mudou para Porto Alegre e ingressou na Rádio Farroupilha. No Rio de Janeiro, trabalhou na TV Tupi, Rádio Nacional e Agência Nacional. De volta a Porto Alegre, montou a Rádio Guaíba, então uma proposta de vanguarda da Caldas Júnior. Nas jornadas esportivas da emissora, o nome de Celso Costa ecoava como responsável pela central de externas.
José Bitencourt, que trabalhou diretamente com Celso Costa, também deixou seu depoimento: "Além de grande profissional, responsável e extremamente caprichoso com seu trabalho, era uma cara que demonstrou sempre ser afetuoso com seus colegas. Conversávamos sempre que podíamos sobre coisas de cotidiano profissional. Ajudei ele a instalar as linhas da central técnica da rádio Guaíba, quando houve uma reforma, não lembro o ano. Tenho até hoje um toca discos que ele me presenteou, algo que presumo, seja uma demonstração de carinho comigo.
Nos últimos tempos de Guaíba, falávamos de nossa convivência de 20 anos trabalhando juntos e das lembranças de companheiros que já não estavam conosco. Fizemos muitas transmissões, ele na externa e eu na central técnica. A última vez que o vi foi uma tarde que encontrei ele sentado num banco na Praça da Alfândega, próximo ao Memorial do RS. Acompanhei ele até a subida da ladeira. Depois disso, nunca mais o vi. Com sua passagem, vai-se um tanto da memória, da história de um rádio que ficou no passado e que só quem viveu a era dos cartuchos, LPs, fitas rolos e transmissões a 4 fios pode dimensionar o quanto o rádio mudou. Fica em mim o desejo de que Celso Costa receba a devida homenagem pelo tanto que representou para o rádio, não só gaúcho mas brasileiro. Foi-se um gigante do rádio".
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