No número 1 do Pasquim, Sérgio Cabral pergunta à queima-roupa para Leila Diniz: "Qual é o ator que você mais gosta de trabalhar?". A atriz não vacila: "Paulo José. Essa é mole de responder".
Paulo é dessas unanimidades raras. Todos têm algo positivo a falar sobre o ator, seja por uma palavra de amigo, parceria profissional. Quem vê o tranquilo Paulo José não imagina que o ator é filho de um fazendeiro de Lavras do Sul com uma espanhola de Santander.
A julgar pela descendência, Paulo poderia muito bem ser um tipo ferrabrás, mas foi na direção oposta, sendo conhecido por todos pela sua serenidade. Canalizou a vibração de suas raízes em energia criativa para o trabalho. Prova disso é que, aos 84 anos, o ator segue trabalhando.
Recolhido desde antes da pandemia em sua casa, no bairro da Gávea, na Zona Sul do Rio de Janeiro, Paulo passa os dias entre exercícios para controlar o Mal de Parkinson, do qual é portador há 28 anos, e o trabalho artístico. Paulo pode ser visto declamando versos de poetas como Fernando Pessoa e Ana Cristina César em um perfil do Instagram, A arte nunca dorme, criado pela filha Clara. "Essa frase veio de um momento anterior à pandemia, em que eu estava passando um período na casa dele e conversamos, antes de dormir, sobre um problema que eu precisava resolver no dia seguinte. Quando acordei, ele havia deixado um bilhete para mim com um escrito que achei muito inspirador: 'A arte nunca dorme'", conta Clara.
Mesmo com Mal de Parkinson, ator de 84 anos segue trabalhando, em casa, na Gávea, Zona Sul do Rio
CLARA KUTNER/ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Paulo poderia ter sido arquiteto de formação. Chegou a frequentar o curso de Arquitetura em Porto Alegre, cursando alguns semestres da graduação na Ufrgs entre o fim dos anos 1950 e o começo dos anos 1960. Mas não adiantava a tentativa. Desde criança, estava vocacionado para a carreira artística - ele considera que sua carreira começou em 1949, aos 11 anos, nos teatrinhos do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Bagé.
Os quatro filhos de Paulo, Ana, Bel, Clara e Paulo, acabaram rumando a trilha do pai, cada um à sua maneira. "Mas isso jamais foi uma imposição, foi um processo muito natural a partir da posição dele e da nossa mãe (Dina Sfat)", avalia Ana, uma das filhas do ator com a atriz Dina Sfat, relação que durou 17 anos - ele ainda se casaria com as atrizes Carla Camurati e Zezé Polessa e a figurinista Kika Lopes, com quem está junto há duas décadas. Transmitiu a liberdade de viver aos filhos. "Ele sempre nos deixou livres para seguirmos nosso caminho, mesmo que tropeçássemos. Essa ideia de ser livre é muito forte nele", percebe a atriz.
Ana e Bel Kutner seguiram a carreira de atuação. Clara foi para a direção de teatro e TV. Paulo, filho de um relacionamento com a atriz Beth Caruso, seguiu para as ilhas de edição, como editor e montador. Todos orbitando, cada um à sua maneira, o mundo de Paulo.
É difícil chegar a números exatos tamanha a quantidade de trabalhos que Paulo fez durante mais de 60 anos de carreira. Participou como ator de inúmeras peças de teatro, 48 filmes, 28 novelas e 10 minisséries. Dirigiu inúmeros comerciais de publicidade, além de vários programas especiais, séries e minisséries na TV. "Ele trabalhou em várias funções ao longo da vida muito por causa da formação dele, lá atrás, onde precisavam fazer tudo", analisa a filha Bel, se referindo ao começo da vida artística em Porto Alegre e em São Paulo, no teatro.
Fernanda Torres e Paulo José em Saneamento Básico, de Jorge Furtado, filmado na Serra
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O Parkinson serviu como uma tomada de consciência em relação à vida. "Quando você se descobre doente, toma mais consciência da sua finitude e isso obriga a cuidar melhor da vida, do dia a dia", escreveu. E o ator foi à luta. Mesmo com a progressão da doença, passou mais de duas décadas atuando em frente às câmeras. "Paulo passou a incorporar a doença nos personagens que fazia. Logo, não era o ator que tinha Parkinson, mas sim o personagem que era portador da doença", reflete o cineasta Jorge Furtado, que o dirigiu em filmes como Saneamento Básico e O homem que copiava.
Em 2020, perdeu três de seus quatro irmãos, todos com câncer. "Foi um ano muito complicado para todos nós, pois, além da pandemia, não podemos estar com nossos familiares e, claro, ele também ficou tocado", afirma a filha Ana. Apesar dos percalços, em entrevista à revista Quem Acontece há alguns anos, Paulo dizia estar satisfeito com a vida. "A vida me deu mais do que eu esperava, me deu mais do que pedi para ela", afirmou. "A vida ou sei lá que nome tiver isso."
Teatro como base
Com Ivette Brandalise, no lançamento do livro Trem de volta, em 2003, na Capital
PAULO JOSÉ/ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Quem subia a rua General Vitorino em meados dos anos 1950, quase na Santa Casa, no Centro de Porto Alegre, via um sobrado em ruínas. Logo, o número 312 se transformou em uma pequena construção de estilo modernista, bem ao gosto da época. Ali funcionava o Teatro de Equipe.
Hoje há um edifício comercial no lugar de velha casa, mas as lembranças seguem na memória de quem fez parte do grupo. "O Teatro de Equipe foi um dos momentos mais interessantes das nossas vidas. Éramos todos muito jovens, mas queríamos fazer algo diferente", analisa a jornalista e psicóloga Ivette Brandalise, uma das remanescentes do grupo de atores que movimentou a cena cultural de Porto Alegre na virada dos anos 1950 para os anos 1960.
O Teatro de Equipe veio para suprir uma lacuna de espaços artísticos que havia na Capital. Existiam vários grupos de atores, mas poucos teatros. "Havia o Theatro São Pedro, muito deteriorado, e uns poucos outros espaços. Por isso a construção do 'nosso' teatro", lembra Ivette. "Aproveitando a falta de espaços, o Teatro de Equipe passou a ser campo de experimentações para o teatro de Porto Alegre no começo dos anos 1960", analisa o escritor e jornalista Rafael Guimaraens, um dos autores do livro Trem de volta (Libretos, 2003).
Ao lado de Nazareth e Nilda Maria na peça A Almanjarra, do Teatro de Equipe, em Porto Alegre
PAULO JOSÉ/ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Paulo José foi um dos fundadores do Teatro de Equipe, em 1958. A primeira produção do grupo foi Esperando Godot, que estreou no mesmo ano no São Pedro e teve boa repercussão junto à crítica e ao público, ainda que Paulo não desse muita bola para isso. "Mais que o êxito, nos interessa o que vai representar em amadurecimento nosso", disse à Folha da Tarde. Logo viria Rondó 58, nova epopeia do grupo, em 1959, e outras peças logo após.
Mas Paulo já pensava em deixar Porto Alegre, atraído por uma bolsa de teatro na Europa. A decisão veio após uma conversa séria com o pai. "Ele me perguntou: 'Sei que o teatro é uma decisão tua. Tu queres fazer teatro mesmo, não é?' Eu afirmei que sim. 'Então, a primeira coisa que tu tens que fazer é sair daqui.' Pronto, pensei, meu pai está me mandando para fora de casa. E ele continuou: 'Tu tens que ir para São Paulo, Rio de Janeiro para procurar o teu caminho.' Aquilo era uma despedida. Ficamos os dois um tempo em silêncio. Até que meu pai, com visível dificuldade, a voz baixa encerrou o assunto: 'Eu te ajudo'", recordaria Paulo décadas depois.
O episódio coincidiu com a chegada de um espetáculo do Teatro de Arena, de São Paulo, à cidade. Paulo foi convidado para integrar o grupo na capital paulista. E foi assim que o Teatro de Equipe virou história na biografia de Paulo - assim como a bolsa na Europa, que ficou só no projeto.
Cinema como realização
Paulo estreou no filme O Padre e a Moça, de Joaquim Pedro de Andrade
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A estreia no cinema, em O Padre e a Moça, de 1966, aconteceu por acidente. Joaquim Pedro de Andrade iria começar as filmagens em uma pequena cidade de Minas Gerais, São Gonçalo do Rio das Pedras, quando o ator contratado para o protagonista, Luís Jasmim, adoeceu na véspera. "A Sara, mulher do Joaquim, foi me procurar porque eu tinha acabado de fazer a montagem carioca de A Mandágora", contou Paulo. O ator topou o convite. "Foi uma vivência estranhíssima. Ficamos meses na pequena cidadezinha, na qual o comércio, a delegacia e as duas igrejas estavam fechadas. Não havia luz, nem água".
O Padre e a Moça tornou Paulo conhecido - logo ele, que amava cinema, mas não pensava que seria ator de cinema. Logo viria o convite de Domingos de Oliveira para Todas as mulheres do mundo, também de 1966, que protagonizou ao lado de Leila Diniz, até hoje considerado um dos principais filmes da carreira de Paulo - recentemente, a Globo fez um remake em série, com Emílio Dantas desempenhando o papel original de Paulo.
Em 1969, viria aquele que é apontado por muitos como o melhor filme de Paulo: Macunaíma, adaptação do livro de Mário de Andrade, em que Paulo faz dupla com Grande Otelo em uma versão farsesca da conhecida obra da literatura brasileira. Macunaíma seria um filme marcante na carreira de Paulo. Por pouco, ele não teve de fazer uma cirurgia plástica para se adequar ao personagem. "Seu nariz não é cinematográfico. De perfil ele é fininho, mas de frente é largo, você parece duas pessoas diferentes", disse o amigo Joaquim Pedro.
Paulo foi pego de surpresa com a observação, mas nem teve muito tempo para pensar no assunto. Joaquim já havia mudado de ideia no dia seguinte: "É, fica europeu de perfil e negro de frente". Ele acompanhou a luta do amigo Joaquim Pedro para emplacar o filme, considerado muito fora da curva pelos distribuidores. Décadas depois, Paulo diria que essa dificuldade em colocá-lo nos cinemas foi o motivo para que nunca tivesse dirigido um filme.
Em compensação, atuaria em muitos outros como O Rei da Noite, Policarpo Quaresma e Benjamin. Em O Palhaço, um de seus últimos longas, Paulo pôde realizar um sonho de infância: atuar como clown, ao lado do ator Selton Mello. Muito elogiado junto ao público, o título foi indicado para representar o Brasil em 2013 no Oscar, na categoria Melhor Filme Estrangeiro.
Para comemorar seu aniversário de 80 anos, em 2018, "dois meninos" apareceram querendo fazer um documentário sobre a sua trajetória. De início, Paulo ficou meio assim, reticente, mas logo aceitou a ideia dos cineastas Rodrigo de Oliveira e Gustavo Ribeiro.
Todos os Paulos do mundo relembra a obra do ator de forma pouco convencional. Utilizando imagens de suas atuações no cinema e na televisão, introduz, ao longo de sua narrativa, passagens de sua vida na voz de familiares e amigos. Paulo participou do documentário principalmente fora das câmeras. "Ele esteve em todo o processo, com dicas e sugestões. Sempre muito generoso na troca de ideias", conta Rodrigo de Oliveira, admirador assumido. "Ganhei um amigo."
"Pela sua flexibilidade e capacidade de saber o que e como pode entregar como ator, o Paulo é um dos cinco melhores atores brasileiros em atividade, sem dúvida", diz o cineasta Cacá Diegues, que o dirigiu em Dias melhores virão, de 1989. "E, se fosse norte-americano, estaria entre os melhores do mundo. Mas ainda bem que o Paulo é brasileiro, senão já teríamos perdido ele para Hollywood", completa, aos risos.
Televisão: da Excelsior para a Globo
Ator gaúcho em registro do documentário Todos os Paulos do Mundo, de 2018
REPRODUÇÃO/DIVULGAÇÃO/JC
Na televisão, Paulo José passou quase toda a carreira trabalhando na TV Globo, desde novembro de 1969. Mas o que poucos sabem é que sua estreia no meio não ocorreu na Globo. Paulo chegou à televisão quase uma década antes, em 1961.
A TV Excelsior, nova emissora que havia aparecido em São Paulo, estava preparando um novo programa, Caminhos da Medicina, em que atores iriam personificar médicos de grande valor histórico. Ao lado de colegas do Teatro de Arena, Paulo foi participar do programa.
O cachê de 400 cruzeiros não era grande coisa, mas comprava quatro cachorros-quentes com guaraná, segundo o próprio Paulo. Por isso, ele tentou barganhar. "A cada programa, eu botava banca, aumentando para Cr$ 50. Cheguei aos Cr$ 700, quando a produção resolveu me cortar definitivamente por querer mais que eu merecia", contou Paulo à revista Cartaz, em 1972. O ator ainda participaria de outros programas da Excelsior no ano seguinte, mas logo teve de deixar a televisão, pois a rotina do Arena lhe consumia.
A ida para a Globo, no final dos anos 1960, aconteceu um pouco por acaso, mas muito por necessidade. No fim de 1968, o presidente Costa e Silva havia assinado o AI-5, instrumento constitucional que, na prática, tolhera as liberdades individuais, artísticas e de imprensa. "Muitos nomes do cinema e do teatro migraram para a televisão e levaram consigo todo o capital artístico que haviam adquirido", analisa o cineasta Rodrigo de Oliveira.
Mas Paulo talvez tivesse demorado um pouco mais para chegar à TV se o ator Geraldo Del Rey não tivesse largado a novela Véu de noiva, de Janete Clair, para ir trabalhar na concorrente Tupi. "Era necessário substituir o personagem por um do mesmo peso", afirma o diretor Daniel Filho no livro O Circo Eletrônico (Zahar, 2000). "Esse "acidente" trouxe para a tevê um de seus melhores colaboradores", completa.
Além de atuar, Paulo logo estaria dirigindo cenas de Véu de noiva. "Com um mês de gravação, numa cena em que eu iria marcar e ele não atuava, olhei para o Paulo ao meu lado, com aquela cara, sorridente e cheio de vontade. Joguei-lhe o script no colo e disse: 'Dirige esta'", recorda Daniel.
Paulo foi surpreendido, mas resolveu topar o desafio. "O Daniel já havia se afastado e me observava de longe. Para não dar o braço a torcer, respirei fundo e comecei a marcar a cena. Na verdade, era o mesmo que dirigir teatro. A novela gravava em um cenário como se fosse o palco e as câmeras colocadas na frente, como se estivessem na plateia", relembra o ator em suas memórias. Paulo logo dirigiria episódios do programa Caso Especial e, mais tarde, outros programas especiais da emissora como Aplauso, Ciranda Cirandinha e Caso Verdade.
Diretor premiado e herói das crianças
Paulo José e Flávio Migliaccio fizeram sucesso com os personagens Shazan e Xerife, nos anos 1970
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A direção de TV, aliás, seria uma constante na carreira de Paulo dentro da Globo - para ele, uma forma de compensar a frustração de não ter dirigido no cinema. "Dirigi o Paulo na minissérie Luna Caliente. Lembro que ele se colocou de uma forma em cena para que eu utilizasse determinado plano e me orientou como eu deveria fazer. Me ajudou muito", recorda Jorge Furtado.
Paulo nunca teve preconceito com a televisão. Pelo contrário. Sempre foi um defensor da TV, entendendo que o veículo, consumido por milhões de telespectadores de diferentes classes sociais ao mesmo tempo, poderia levar arte a um público que não frequentava cinema ou teatro. "Comunicar mais não quer dizer subarte", diria.
Ao criar o Você Decide, exibido pela Globo entre 1992 e 2000, Paulo quis responder a uma inquietação: o que os brasileiros julgam como certo ou errado? "Existem momentos críticos, situações binárias, em que é preciso dizer sim ou não. Eu gostaria que prevalecessem sempre as respostas insólitas mais do que as do senso comum", afirmou Paulo ao Jornal do Brasil. O programa foi um sucesso instantâneo. Seu formato acabaria sendo exportado para diversos países da Europa.
Em 1986, ele recebeu um prêmio - o Coral Negro de melhor vídeo no Festival de Cinema e Vídeo de Havana - por seu trabalho de direção na minissérie O Tempo e o Vento, adaptação da saga literária de Erico Verissimo, exibida no ano anterior. Paulo José também deu oficinas de direção na Globo. Pregou sempre que a direção de TV deveria ser simples, com ênfase na interpretação dos atores. "Eu sempre disse: não queiram fazer cinema. Novela é uma coisa que a gente ouve", afirmou.
As lições de Paulo foram editadas em um livro de consumo interno, Cadernos das Oficinas de Direção, nos anos 1990. A família pensa em reeditar o material para que o público tenha acesso. "Suas ideias permanecem válidas até hoje", avalia a filha Bel.
Para Jorge Furtado, as lições de Paulo ainda influenciam o que os telespectadores veem hoje. "Isso porque o Paulo formou vários diretores que estão até hoje trabalhando na Globo. Seus materiais eram disputados e bastante elogiados", recorda.
Como ator de TV, Paulo rapidamente se notabilizou, após a estreia em Véu de noiva, ao participar, em 1970, de uma novela de Dias Gomes, Assim na Terra como no Céu, interpretando o malandro Samuca. A notoriedade do personagem fez com que fosse escalado para outro papel cômico dois anos depois, na novela O primeiro amor, de Walther Negrão, exibida às 19h: o mecânico Shazan, sempre acompanhado do fiel-escudeiro Xerife, interpretado por Flávio Migliaccio. Shazan e Xerife perambulavam pelas ruas com a "camicleta", misto de caminhão e bicicleta, e se transformaram em heróis do público infantil.
O sucesso da dupla entre as crianças foi tão grande que levou a Globo a lançar um spin-off - quando esse termo ainda não existia - após o fim da novela: o seriado Shazan, Xerife & Cia. "Eu adorava o Shazan. As pessoas até hoje me dizem: "Você foi a minha Xuxa". Para mim, era uma diversão", disse Paulo em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em 1998.
O seriado seria exibido até 1974 e a dupla ainda retornaria em uma participação na novela Era uma vez..., também de Negrão, em 1998. A dupla marcaria para sempre a carreira de Paulo e Flávio Migliaccio. "Para muitas pessoas que estão na casa dos 50 anos, Paulo José é o Shazan", avalia o cineasta Rodrigo de Oliveira.
Novelas
Paulo José, como Artur, com Leandra Leal (Cláudia) em 'Senhora do Destino'
JOÃO MIGUEL JR/TV GLOBO/DIVULGAÇÃO/JC
Outro personagem marcante de Paulo José na televisão foi Orestes, personagem da novela Por amor, escrita por Manoel Carlos e exibida pela Globo entre 1997 e 1998. Orestes sofria com o alcoolismo e com a rejeição da filha, Maria Eduarda, interpretada por Gabriela Duarte.
"Foi, de certa maneira, o presente de aniversário de meus 60 anos. O Orestes, um homem fraco, vem lá do coração do Manoel Carlos. É um perdedor, e as pessoas se identificam muito com ele", definiu Paulo ao Jornal do Brasil, em 1997. O último trabalho de Paulo na TV, por sinal, foi também uma novela de Manoel Carlos, Em família, exibida em 2014.
* Italo Bertão Filho é jornalista gaúcho, radicado no Rio de Janeiro. Foi finalista do Prêmio ARI de Jornalismo.