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Porto Alegre, domingo, 27 de abril de 2025.

Meio ambiente

- Publicada em 26 de Junho de 2022 às 11:17

Parques urbanos são válvula de escape para população brasileira durante pandemia

Depois da caminhada, estão os encontros entre amigos, que aumentaram de 29% para 36%

Depois da caminhada, estão os encontros entre amigos, que aumentaram de 29% para 36%


LUIZA PRADO/JC
Enquanto a orientação dos órgãos de saúde durante a pandemia Covid-19 era evitar o máximo possível o contato com outro, os parques urbanos assumiram um papel importante para a população brasileira atuando como uma válvula de escape. Esta é uma das conclusões da pesquisa “Parques do Brasil – Percepções da População 2022", lançada recentemente pelo Instituto Semeia, organização sem fins lucrativos que atua para a valorização dos parques brasileiros.
O período pandêmico alterou de forma significativa as motivações para a visitação dos parques. Em sua terceira edição, a pesquisa, realizada em 10 regiões metropolitanas entre os dias 8 e 29 de julho de 2021, criou um raio-X dessas barreiras na visitação de parques naturais e urbanos, além de mapear a expectativa das pessoas em relação ao modelo de gestão dessas áreas.
Ao todo, foram 1.541 entrevistas com 2,5 pontos percentuais para margem de erro. No desenvolvimento, foram utilizados dados oficiais fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios e do Censo.
Em destaque, com um aumento de 6%, passando de 46% para 52%, estão as pessoas que utilizam os parques urbanos para caminhar. Na sequência, estão os encontros entre amigos, que de 29% formam para 36%, seguido dos passeios com as crianças, que representam o aumento de 32% para 36%.
Por outro lado, a motivação para assistir a "shows e eventos culturais" caiu de 24% para 16% entre as pessoas que antes frequentavam os parques. Para o diretor-presidente do Instituto Semeia, essas variações indicam que os parques urbanos foram áreas de descompressão da população durante a pandemia, ao proporcionarem a vivência ao ar livre e contato com o verde. “Esses locais serviram como uma espécie de refúgio num momento em que os encontros e reuniões foram muito desestimulados, principalmente em lugares fechados.”
Os parques permitiram o acesso a atividades de lazer, mas as questões de logística e de falta de estrutura adequada foram mencionadas como barreiras para a visitação desses ambientes. Para 36% dos entrevistados, a distância dos equipamentos em relação à sua casa é um fator que dificulta frequentar esses locais. Além disso, 12% consideram que o passeio sai caro, levando em conta itens como transporte, comida e estacionamento.
A falta de segurança (16%), banheiros e instalações ruins (15%), horários de funcionamento (10%) e má iluminação à noite (8%) são os principais entraves quanto à infraestrutura - o que se relacionada com a quebra de expectativa em relação à qualidade da experiência no parque. “O planejamento, o esforço e o investimento para uma visita deveriam ser recompensados pelo desfrute de uma experiência positiva pelo menos em questões como essas, de infraestrutura básica", comenta Pieroni.

Influência cultural e o impacto na visitação de parques naturais

Nos últimos dois anos, diferente dos parques urbanos, a pandemia impactou na redução de visitas em parques naturais brasileiros. A proporção de pessoas que regularmente faziam várias visitas ao longo do ano passou de 32% para 22%. Essas pessoas que diminuíram as visitas se dividiram entre uma frequência média (28% para 33%) e mais esporádica (40% para 45%).
Já o percentual de pessoas que afirmam ter feito sua última visita a um parque natural nos últimos 12 meses passou de 53% para 27%. Dado que a coleta de dados aconteceu em julho de 2021, esse período corresponde a pouco mais de um ano após o início da pandemia.
Aqueles que já visitaram esse tipo de parque consideram como principais dificuldades o custo de viagem (40%), a distância (25%) e o custo elevado de hospedagem (22%). Em seguida, aparecem questões como falta de informações sobre atividades que podem ser realizadas no local (15%) e a falta de informações sobre esse tipo de parque (13%).
No entanto, as pessoas que nunca visitaram um parque natural também apontam o alto custo de viagem (53%), a distância (36%) e o custo elevado de hospedagem (24%) como barreiras. A lista é complementada com a falta de informação sobre esse tipo de parque (10%), preferência por outros destinos (10%) e falta de informação sobre atividades que podem ser realizadas neste tipo de local (9%).
O fator cultural também influencia na tomada de decisões e por isso as barreiras de visitação são praticamente iguais. Segundo o diretor-presidente do Instituto Semeia, “é possível visitar parques naturais com custo e distância iguais ou menores que outras viagens e passeios comumente escolhidos pelos brasileiros. Mas, por exemplo, os paulistanos preferem demorar até 12 horas para ir às praias do litoral norte do estado sem se dar conta que passam muito próximos ao Parque Nacional do Itatiaia, o mais antigo e um dos mais importantes do país”.

Brasileiros conhecem pelo menos um parque natural

Durante a pesquisa, quase a totalidade dos brasileiros (97%) demonstrou conhecimento sobre pelo menos algum parque natural. Para avaliação, o Instituto Semeia apresentou aos entrevistados uma lista com o nome de 16 parques nacionais. Destes, o Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA) foi o mais citado, com menções por 55% dos respondentes.
Além da Chapada Diamantina, mais de 40% da população reconhece o Parque Estadual da Serra da Cantareira (SP), e os parques nacionais Fernando de Noronha (PE), Chapada dos Veadeiros (GO), Lençóis Maranhenses (MA) e Tijuca (RJ).
A maioria dos brasileiros mostra conhecer também algum parque urbano: 81% dos entrevistados mencionaram espontaneamente o nome de pelo menos um local – no total, foram citados 151 parques diferentes. O destaque é o Parque Ibirapuera, em São Paulo, que alcançou o maior percentual de lembrança dentro de sua própria região (62%), além de ser o único mencionado por respondentes de todas as outras regiões pesquisadas.

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