A pressão nos hospitais de Porto Alegre não para de crescer. Nesta quinta-feira (4) o número de pacientes internados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) na cidade em razão do novo coronavírus chegou a 600. Ao todo, são 975 pessoas hospitalizadas em leitos intensivos. Como a Capital tem, no momento, 955 leitos aptos para serem usados, a lotação nas UTIs já chega a 102,96%
Ao menos 11 dos 18 hospitais da cidade que possuem leitos intensivos estão com lotação completa ou ocupação acima da capacidade (confira abaixo).
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Instituto de Cardiologia – 100%
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Hospital de Clínicas de Porto Alegre – 107,7%
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Hospital Moinhos de Vento – 130,3%
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Hospital Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre – 101,3%
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Hospital São Lucas da Pucrs – 100%
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Hospital Mãe de Deus – 105,7%
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Hospital Ernesto Dornelles – 100%
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Hospital Divina Providência – 100%
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Hospital Independência – 115%
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Hospital da Restinga – 100%
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Hospital Santa Ana – 100%
Além dos 600 pacientes com diagnóstico confirmado de Covid-19 internados em UTIs da Capital, outros 62 com suspeita de contaminação também estão hospitalizados em estado considerado grave. Nos setores de Emergência, também há 158 pessoas aguardando vagas em Unidades Intensivas.
Entenda o porquê de a ocupação nos hospitais ultrapassar os 100%
Diante do recrudescimento da pandemia, tornou-se comum falar que o percentual de ocupação dos leitos em hospitais ultrapassou a marca de 100%. Isso gerou dúvidas em parte da população, que não entendeu como um espaço pode ter mais de 100% de ocupação, sendo que essa é a capacidade máxima.
Em uma UTI hospitalar, por exemplo, o percentual de ocupação superior aos 100% significa que o espaço está recebendo mais pacientes do que sua capacidade instalada. Ou seja, houve a necessidade de se fazer improvisações, com macas ou camas sobressalentes, ampliando o atendimento além daquele para o qual o lugar foi criado e está preparado para fazer, o que acaba afetando a qualidade da atenção prestada.
Se uma UTI tem 100 leitos e está tratando 105 pacientes, o percentual de ocupação é de 105%, por exemplo. Ou seja, os cinco pacientes extras foram acomodados além da capacidade instalada.