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Coronavirus
- Publicada em 13 de Abril de 2020 às 12:55Porto Alegre, RMPA e Serra têm maior risco de disseminação da Covid-2019 no RS
Maior parte dos municípios gaúchos possuem de 12% a 18% de população na faixa de risco
MARCO QUINTANA/JC
Bruna Oliveira
Um estudo da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) mapeou o avanço de casos confirmados de coronavírus no Rio Grande do Sul e a sua relação com a população de risco por município e o fluxo de pessoas via malha urbana. A pesquisa mostra as regiões próximas de Porto Alegre, Região Metropolitana da Capital e de Caxias do Sul como as áreas de maior potencial para disseminação da doença.
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Um estudo da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) mapeou o avanço de casos confirmados de coronavírus no Rio Grande do Sul e a sua relação com a população de risco por município e o fluxo de pessoas via malha urbana. A pesquisa mostra as regiões próximas de Porto Alegre, Região Metropolitana da Capital e de Caxias do Sul como as áreas de maior potencial para disseminação da doença.
Os locais apontados têm relação com a estrutura urbana do Estado. Além disso, são localidades onde é grande o fluxo pendular de pessoas, ou seja, que de deslocam diariamente entre um município e outro por questões de trabalho ou estudo. Diferentemente da metade Sul, onde as cidades são mais distantes umas das outras e onde ainda é menor a ocorrência do novo coronavírus.
O eixo compreendido entre a capital gaúcha e a Serra, portanto, deveria ser a área com maior implementação de medidas restritivas à circulação de pessoas, alerta o professor e pesquisador do Laboratório de Estudos Urbanos e Regionais (LEUR) da Ufpel, Tiaraju Duarte. Contraditoriamente, a região serrana é uma das que fala em flexibilizar restrições nos próximos dias.
"A tentativa de reabertura do comércio nos preocupa neste momento, sobretudo em cidades como Caxias, Bento Gonçalves e Farroupilha, pelo grande fluxo de pessoas e mercadorias entre eles", diz Duarte.
Além disso, há um agravante na estrutura populacional desses locais citados, que é a grande concentração de pessoas idosas, e, portanto, da faixa de risco. Conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes ao censo de 2010, a maior parte dos municípios gaúchos possuem de 12% a 18% de população na faixa de risco, a maior parte deles concentrada na Serra e no Norte do Estado. Em 64 municípios a população idosa é superior a 20%.
"Existe uma tendência para os próximos dias, seguindo modelos matemáticos, de que teremos um avanço da Covid-19 no Rio Grande do Sul. Queremos estimar onde ela será", diz Duarte, acrescentando que a ideia é compartilhar o estudo com o governo gaúcho para embasar cientificamente demais medidas de isolamento.
