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Infraestrutura

- Publicada em 29 de Janeiro de 2024 às 16:01

Com perspectiva de safra cheia, Cotrijal investe na armazenagem de grãos

Unidade de armazenagem da Cotrijal em Vacaria tem aporte de R$ 50 milhões, com financiamento do BRDE

Unidade de armazenagem da Cotrijal em Vacaria tem aporte de R$ 50 milhões, com financiamento do BRDE


Sérgio Junkherr/COTRIJAL/DIVULGAÇÃO/JC
Depois de repetidos ciclos de estiagem, 2024 começa com otimismo para uma das principais cooperativas rurais do Rio Grande do Sul. No entanto, como aponta o presidente da Cotrijal, de Não-Me-Toque, Nei Manica, a cautela nos investimentos permanecerá neste ano. A projeção da cooperativa é de investir R$ 150 milhões, especialmente em infraestrutura para o armazenamento de grãos.
Depois de repetidos ciclos de estiagem, 2024 começa com otimismo para uma das principais cooperativas rurais do Rio Grande do Sul. No entanto, como aponta o presidente da Cotrijal, de Não-Me-Toque, Nei Manica, a cautela nos investimentos permanecerá neste ano. A projeção da cooperativa é de investir R$ 150 milhões, especialmente em infraestrutura para o armazenamento de grãos.
Esta foi também a prioridade dos aportes em 2023, quando a Cotrijal fechou com R$ 160 milhões aportados, e com uma capacidade de armazenagem de 1,3 milhão de toneladas entre os 53 municípios em que atua.
"Temos uma preocupação grande, porque ao que tudo indica, mesmo com uma pequena quebra no milho, o desenvolvimento da soja tem sido muito bom e o volume da produção deve voltar aos patamares normais. Então, precisaremos de espaço. Para essa safra, já estamos buscando parcerias para encontrarmos espaços que não são próprios da cooperativa como forma de garantir um pouco mais de capacidade. A realidade é que nenhuma cooperativa hoje tem a capacidade plena para armazenar, e aí nós nos vemos obrigados a exportar ou industrializar rapidamente o grão", explica Nei Manica.
De acordo com o presidente da cooperativa, a prioridade para os R$ 150 milhões previstos em investimentos estará voltada para três processos: armazenagem, melhorias em equipamentos para secagem e depósitos para fertilizantes. A meta é chegar a 1,4 milhão de toneladas de capacidade ao final deste ano.
A cooperativa ainda não definiu os municípios que receberão ampliações ou construções de novas estruturas para receber e armazenar grãos. A perspectiva é de que isso aconteça em março, após a divulgação dos resultados do ano, na assembleia geral aos cooperativados. As prioridades estarão, segundo Manica, entre o Norte e o Sul do Estado, ainda aguardando os resultados dessa safra. Na área central é onde a Cotrijal já teria suas estruturas mais consolidadas.
O certo é que entre os projetos a serem finalizados em 2024 está a terceira etapa da construção da unidade de armazenagem de Vacaria. Com financiamento de R$ 50 milhões do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), a cooperativa finalizou em 2023 segunda etapa dessa estrutura, quando foram instalados seis silos para 3,6 mil toneladas de grãos. No ano anterior, a estrutura de recebimento e classificação de grãos havia sido construída e, para 2024, a perspectiva é de ampliar a capacidade de armazenagem, conforme a demanda. A Cotrijal também concluiu ampliações em Encruzilhada do Sul e Capão Bonito do Sul.
Com 16.555 associados, a Cotrijal não revela o tamanho da área plantada para a safra de verão, mas há otimismo em relação à ampliação da produtividade em relação aos dois últimos ciclos. Mesmo com a estiagem, a cooperativa manteve índices de produtividade de soja acima da média estadual. Em 2022/23, colheu 41,4 sacas/hectare, enquanto a média no Rio Grande do Sul foi de 33,1 sacas por hectare. No ano anterior, quando a estiagem foi mais forte, foram 39,2 sacas por hectare contra 23,9 médios no Estado.
"A postura um pouco conservadora nos investimentos neste período foi o que manteve a cooperativa forte no período de estiagem. Precisamos de pelo menos dois anos positivos para uma recuperação completa. Somos uma cooperativa que cresce gradualmente, foi assim que chegamos a 53 municípios. Ao longo do ano, com o otimismo que há em relação à safra, sim, começaremos a discutir alguns novos rumos, principalmente em relação à industrialização", adianta o dirigente.

Na pauta, investimentos em industrialização

Entre os projetos mais arrojados da cooperativa, e que acabou arquivado em 2023, em virtude das incertezas no campo, está a criação de uma usina de etanol para produção a partir dos grãos de inverno, especialmente o trigo. O projeto, orçado em R$ 300 milhões em 2022, não faz parte do orçamento da cooperativa neste ano, mas voltará às discussões ao longo de 2024.
"O momento é de avaliarmos a viabilidade deste projeto. Há uma multiplicação de projetos para produção de etanol a partir de grãos no Estado, mas não temos a certeza da viabilidade do trigo e dos grãos de inverno para este objetivo e também precisamos reavaliar possíveis parceiros financeiros. Em 2023, por exemplo, houve uma quebra do grão. Não podemos, como cooperativa, arriscarmos com um investimento tão elevado", comenta o presidente.
A planta do biocombustível anunciada há quase dois anos foi projetada inicialmente para ter a capacidade de beneficiar 550 toneladas de matéria-prima por dia, gerando mais de 400 litros do combustível. O plano era montar uma estrutura modular, facilitando a expansão futura.
Havia no horizonte de investimentos para este ano, porém, a destinação de mais recursos para ampliar a usina fotovoltaica instalada no início de 2023 pela Cotrijal em Não-Me-Toque. A primeira etapa foi concluída, com 4 hectares de placas solares e capacidade de geração de 3,2 MW. A intenção era chegar até 20 hectares e uma capacidade de geração de 15 MW, mas por enquanto, não será possível. De acordo com Nei Manica, o projeto foi desacelerado pela deficiente estrutural de rede elétrica na região.
Ficha técnica
Investimento: R$ 150 milhões
Estágio: Em execução
Empresa: Cooperativa Cotrijal
Cidade: Diversas
Área: Infraestrutura
Investimentos em 2023: R$ 160 milhões