Após o aval da prefeitura de Porto Alegre para as
indústrias voltarem a operar com regras de horários e distanciamento interno devido à
pandemia de coronavírus, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) apresentou nesta segunda-feira (26) novo pleito: "Não adianta produzir sem o comércio para vender", afirmou, por nota.
A entidade alegou que há uma dependência entre o que as empresas do setor industrial processam e a colocação no mercado. "Esperamos que o ciclo econômico se complete com a flexibilização do setor comercial e de serviços na Capital gaúcha", projetou a Fiergs.
O problema é que a liberação da abertura do comércio não depende apenas do prefeito Nelson Marchezan Júnior, que prometeu fazer uma transmissão ao vivo pelo Facebook ainda nesta segunda para "anunciar mais uma importante ação de combate ao vírus", disse na sua conta no Twitter. Na live, Marchezan defendeu as restrições adotadas em 16 de março, que teriam assegurado menor velocidade de transmissão do vírus.
Sobre a liberação da indústria, que responde por 5% da mão de obra formal na Capital, o prefeito diz que é importante para que esses trabalhadores que têm salários médios de um a um salário mínimo e meio possam voltar à atividade. "Parte já estava liberada", disse. "O número é razoavelmente esperado dentro de planejamento de movimentação", garantiu o chefe do Executivo municipal.
Decreto estadual prevê as restrições na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) até 30 de abril. O governador Eduardo Leite manteve o distanciamento social na RMPA por concentrar mais casos, mas vem indicando que pode flexibilizar deve à menor velocidade de casos.
Até esta quarta-feira (29), Leite deve divulgar como será o novo modelo de funcionamento de segmentos no distanciamento controlado.
A entidade reconheceu que foi "positiva a liberação da reabertura das indústrias em Porto Alegre", mas pediu que os horários previstos no decreto sejam flexibilizados. "Há segmentos com transporte próprio que não impactam o transporte coletivo da cidade", garante a federação. Pelo decreto, as jornadas não podem começar entre 6h e 9h e nem serem concluídas entre 16h30min e 18h30min, período do dia com maior demanda nos ônibus.