Uma das maiores redes de supermercado do Rio Grande do Sul com atuação nas regiões da Campanha, do Sul, da Fronteira Oeste e do Centro acaba de triplicar a capacidade de armazenagem de mercadorias. A nova estrutura do principal centro de distribuição da rede Peruzzo, localizada em Bagé, dará maior suporte para a rede e, no futuro, à expansão, projeta o diretor-presidente do grupo PGL, Lindonor Peruzzo.
"Nossa antiga estrutura tinha capacidade para 4 mil pallets e agora subiu para 13 mil", compara o empresário, citando que a área passou de 5 mil metros quadrados da antiga instalação para mais 5,5 mil metros quadrados. Foram gerados 30 empregos diretos.
O novo complexo turbinado, inaugurado nesta quarta-feira (7), envolveu investimento de R$ 16 milhões, com fonte de recursos do PGL, que tem 20 lojas, sendo 18 supermercados e dois atacarejo Ecomix, uma padaria (Moderna) e mais dois CDs, um de hortigranjeiros e outro de congelados. O quadro total é de 2,3 mil funcionários.
A estrutura triplicada chegou em boa hora. O empresário lembra que, a cada fim de ano, com mais vendas que exigem estoque, a dificuldade crescia. "Usávamos as lojas para guardar produtos, mas isso gerava mais custos e era insuficiente para a necessidade", descreve o diretor-presidente.
Capacidade para estocar pallets cresceu três vezes melhorando o suprimento às lojas. Fotos: Peruzzo/Divulgação
E o mais importante: "OCD está preparado para os próximos crescimentos dos próximos oito a dez anos, com mais lojas e reformas de unidades", projeta o varejista. Hoje as bandeiras do grupo estão também em Alegrete, Caçapava do Sul, Candiota, Dom Pedrito, Pelotas, Santa Maria e São Gabriel.
Ter capacidade de estocagem é fundamental para seguir a meta de ter mais pontos do Ecomix, que opera com volume. Peruzzo diz que não tem definidas novas unidades, mas devem ser implantadas. A rede vai expandir neste modelo.
"Mais lojas dão mais escala para poder competir. De cada dez novos supermercados que abrem hoje, oito são atacarejos", cita. "O consumidor faz o rancho na loja com volume e, para o produto do dia a dia, busca o super", observa Peruzzo. Além disso, o super com volume de atacado tem o fluxo de pequenos mercado e transformadores, tipo lancherias e restaurantes.
A concorrência no modelo aumentou dentro de casa. O Atacadão, do grupo Carrefour, acaba de abrir em Bagé, após a transformação de um Maxxi Atacado.
"É uma empresa profissional e competente, com a vantagem de ter grandes negociações com fornecedores. Mas temos conhecemos a região e atendemos ao que os consumidores querem. Ele (Atacadão) tem mais dificuldade para atender isso", aposta o varejista gaúcho.
Atacarejo da rede tem duas lojas, uma delas e a maior fica em Bagé, aberta em 2021, para concorrer no modelo
Desde 2020, a rede soma R$ 37 milhões em novas estruturas. Além do CD, que levou um ano para ficar pronto, os dois atacarejos do grupo estrearam na pandemia.
O primeiro foi em 2020, da transformação de um supermercado em Alegrete para o formato com menos variedade e mais volume das mercadorias, que custou R$ 1 milhão. A unidade tem 2 mil metros quadrados de área de vendas.
Em 2021, veio a maior operação do Ecomix, em Bagé, sede da varejista, com aplicação de R$ 20 milhões para montar uma área de vendas de 3,8 mil metros quadrados.
O Peruzzo projeta fechar este ano com faturamento de R$ 875 milhões, alta nominal de 24% sobre 2021, que somou R$ 703,2 milhões. "Descontada a inflação, o ganho real é 13% a 15%", analisa o varejista, lembrando que o novo atacarejo puxou a receita. O Natal, por exemplo, deve ter aumento de 20% nas vendas, aposta ele.
Para 2023, a expectativa é seguir o desempenho deste ano e elevar a receita a R$ 1 bilhão. Um dos fatores que devem contribuir, diz Peruzzo, será a manutenção do Auxílio Brasil, que vai virar Bolsa Família, de R$ 600,00, proposta do futuro governo Lula.