O ano é 1975 e um grupo de estudantes da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) decide homenagear o jornalista Vladmir Herzog dias após seu assassinato por agentes da Ditadura Militar. Em assembleia, os discentes do então curso de Comunicação Social decidiram dar o nome do repórter ao Diretório Acadêmico da Fabico. No dia seguinte, a placa foi retirada pela direção da unidade que apoiava o regime, numa demonstração da censura e da repressão que eram comuns na época.
Após 50 anos, o mesmo grupo de alunos da época retornou à instituição para um ato simbólico de reparação. O evento “Vladimir Herzog 50 anos - Fabico presente!” aconteceu nessa terça-feira (8) no Auditório 1 da Fabico e reuniu alunos de 1975, de hoje e diversas entidades para prestar uma homenagem ao profissional que deu sua vida pela democracia. O ato também marcou a passagem do Dia do Jornalista, comemorado 7 de abril.
Na mesa, estavam presentes a professora Ana Taís Martins, diretora da Fabico; Eduardo Meditsch, professor universitário e integrante do grupo de estudantes que, em 1975, participaram daquele protesto contra a ditadura; Marcia Turcato, jornalista, autora do livro Reportagem: da ditadura à pandemia, também integrante do grupo de estudantes de 1975; Roberta Baggio, presidente da Comissão da Memória e da Verdade Enrique Serra Padrós, criada para analisar as arbitrariedades cometidas durante a ditadura na Ufrgs; Sérgio Gomes, integrante do Conselho Deliberativo do Instituto Vladimir Herzog (IVH); Lucas Fagundes e Matheus Fonseca, alunos dessa geração; e o professor Luiz Artur Ferraretto, que estava mediando o evento.
Após 50 anos, o mesmo grupo de alunos da época retornou à instituição para um ato simbólico de reparação. O evento “Vladimir Herzog 50 anos - Fabico presente!” aconteceu nessa terça-feira (8) no Auditório 1 da Fabico e reuniu alunos de 1975, de hoje e diversas entidades para prestar uma homenagem ao profissional que deu sua vida pela democracia. O ato também marcou a passagem do Dia do Jornalista, comemorado 7 de abril.
Na mesa, estavam presentes a professora Ana Taís Martins, diretora da Fabico; Eduardo Meditsch, professor universitário e integrante do grupo de estudantes que, em 1975, participaram daquele protesto contra a ditadura; Marcia Turcato, jornalista, autora do livro Reportagem: da ditadura à pandemia, também integrante do grupo de estudantes de 1975; Roberta Baggio, presidente da Comissão da Memória e da Verdade Enrique Serra Padrós, criada para analisar as arbitrariedades cometidas durante a ditadura na Ufrgs; Sérgio Gomes, integrante do Conselho Deliberativo do Instituto Vladimir Herzog (IVH); Lucas Fagundes e Matheus Fonseca, alunos dessa geração; e o professor Luiz Artur Ferraretto, que estava mediando o evento.
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A Homenagem foi organizada por Marcia Turcato, que durante a enchente de maio, resolveu reunir seus colegas de 1975 em um aplicativo de mensagens para articular a nova mobilização. “É emocionante voltar a este espaço 50 anos depois, em plena democracia, com todos unidos, sem medo de sermos presos. Esse é um ato que também presta homenagem a todos aquele que resistiram e lutaram pela democracia”, afirmou a aluna da turma de 1975.
Como uma correção da censura ocorrida há 50 anos, a placa está exposta na sala do atual Diretório Acadêmico da Comunicação (Dacom). Para a diretora da Fabico, Ana Tais Martins, a atitude é uma reparação histórica para os alunos reprimidos lá atrás. “Esse momento mostra que a Ufrgs tem o compromisso total com a garantia dos direitos democráticos e se responsabiliza socialmente em lutar pelos direitos humanos, pela justiça e pelo respeito à liberdade de expressão”, frisou a diretora da unidade.
Na placa, o mesmo recado gravado em 1975 - com algumas alterações para a atualidade. “Em 25 de outubro de 1975, o jornalista Vladmir Herzog foi assassinado sob tortura nas dependências do Exército. Vlado defendia a democracia e combatia a ditadura. Em sua honra, os e as estudantes da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS deram seu nome à sala do diretório acadêmico. Na manhã seguinte, a placa foi arrancada pela direção da faculdade, a mando da ditadura. 50 anos depois estamos aqui novamente. Para que não se esqueça, para que nunca mais se repita. Ditadura nunca mais!”

A placa apresenta um texto similar ao censurado em 1975
Fayller Aprato / Divulgação / JC
Representando o instituto Vladmir Herzog (IVH), o jornalista Sérgio Gomes falou sobre a atuação da organização com as novas gerações de profissionais da comunicação e na preservação da memória do jornalista. “O compromisso do IVH é manter o sonho do Vladmir vivo e, no futuro, manter os sonhos dos jornalistas vivos”, declarou.
Além da mesa de debate, o evento contou com representantes de entidades como o Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul (Sindjor/RS), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Associação Riograndense de Imprensa (Ari). O ex-Governador do Estado, Olívio Dutra (PT) também esteve presente.
A presidente da Comissão da Memória e da Verdade da Ufrgs, Roberta Baggio, viu o momento como uma oportunidade de interação desses alunos egressos, que carregam a história oral do período vivido na Universidade com a nova geração. “Esse é o primeiro caso brasileiro que reconhece juridicamente o Estado como responsável pela morte do Herzog. Assumir as nossas responsabilidades enquanto cidadãos e ter este tipo de espaço para fazer a reflexão do que aconteceu, para nós da Comissão, é essencial”, finalizou Baggio.
Além da mesa de debate, o evento contou com representantes de entidades como o Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul (Sindjor/RS), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Associação Riograndense de Imprensa (Ari). O ex-Governador do Estado, Olívio Dutra (PT) também esteve presente.
A presidente da Comissão da Memória e da Verdade da Ufrgs, Roberta Baggio, viu o momento como uma oportunidade de interação desses alunos egressos, que carregam a história oral do período vivido na Universidade com a nova geração. “Esse é o primeiro caso brasileiro que reconhece juridicamente o Estado como responsável pela morte do Herzog. Assumir as nossas responsabilidades enquanto cidadãos e ter este tipo de espaço para fazer a reflexão do que aconteceu, para nós da Comissão, é essencial”, finalizou Baggio.