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Publicada em 08 de Abril de 2025 às 19:47

Rússia quer outros países em negociação sobre armas nucleares com os EUA

Rússia e EUA dominam 87% do estoque total de ogivas nucleares no planeta

Rússia e EUA dominam 87% do estoque total de ogivas nucleares no planeta

VYACHESLAV PROKOFYEV/AFP/JC
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Agências
O governo de Vladimir Putin disse nesta terça-feira (8) que qualquer negociação sobre controle de armas nucleares com os Estados Unidos terá de levar em conta os arsenais de outros países. "Só podemos discutir tudo como um todo", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
O governo de Vladimir Putin disse nesta terça-feira (8) que qualquer negociação sobre controle de armas nucleares com os Estados Unidos terá de levar em conta os arsenais de outros países. "Só podemos discutir tudo como um todo", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Isso sinaliza uma mudança total na postura russa até aqui, que era a de considerar apenas o poderio nuclear russo e americano nas conversas sobre o tema. E também serve de lembrete de Moscou acerca de suas capacidades a Washington.
Tal aceno ocorre em meio às dificuldades para negociar um cessar-fogo na Guerra da Ucrânia. Donald Trump promoveu um giro de 180 graus na política americana para o conflito, alinhando-se a Putin na avaliação dos motivos da guerra e abrindo negociações diretas com os russos.
Trouxe Kiev à força para a mesa e tentou fazer com quem Moscou aceitasse uma trégua provisória para daí negociar termos. Putin não topou, exigindo que as conversas começassem com os pontos a serem discutidos definidos -presumivelmente, os seus pontos.
O impasse já dura semanas, e Trump tem sinalizado perda de paciência. Primeiro, ameaçou Moscou com novas tarifas e sanções. Na segunda (7), queixou-se de que os russos estavam "bombardeando como loucos" o vizinho enquanto a novela se desenrola.
Ainda assim, os EUA receberam o primeiro enviado de alto nível russo desde o início da guerra, em 2022, na semana passada. "Czar" dos investimentos da Rússia, Kirill Dmitriev não logrou avanços visíveis, mas as conversas continuam. As armas nucleares entram na conversa porque ambos os lados concordaram em fazer negociações amplas, incluindo suas divergências, além da questão ucraniana. A carta atômica russa foi usada repetidas vezes nos momentos de disputa mais agudos com o Ocidente na guerra.
Cortesia da rivalidade da Guerra Fria, Rússia e EUA dominam 87% do estoque total de ogivas nucleares no planeta. Na sequência vêm a China (4,8%), a França (2,3%), o Reino Unido (1,8%), Índia (1,4%), Paquistão (1,4%), Israel (0,7%) e Coreia do Norte (0,4%).
 

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