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Mercado Digital

- Publicada em 20 de Setembro de 2023 às 13:51

Startups gaúchas crescem rápido, mas carecem de apoio, aponta RS TECH

Estudo foi apresentado durante a Semana Caldeira, que encerra nessa sexta-feira

Estudo foi apresentado durante a Semana Caldeira, que encerra nessa sexta-feira


Patricia Knebel/Divulgação/JC
Um ecossistema jovem, que cresce rápido, que está gerando empregos, intensivo em conhecimento, mas que ainda enfrenta desafios gerenciais e tem dificuldade para acessar linhas de crédito de instituições financeiras e capital de risco para crescer. Com a perspectiva de conhecer em profundidade a realidade das startups gaúchas, o estudo RS Tech 2023: As startups do ecossistema de inovação gaúcho foi apresentado nesta terça-feira no Instituto Caldeira, como parte da programação da Semana Caldeira, que acontece até amanhã no hub de inovação gaúcho Quarto Distrito.
Um ecossistema jovem, que cresce rápido, que está gerando empregos, intensivo em conhecimento, mas que ainda enfrenta desafios gerenciais e tem dificuldade para acessar linhas de crédito de instituições financeiras e capital de risco para crescer. Com a perspectiva de conhecer em profundidade a realidade das startups gaúchas, o estudo RS Tech 2023: As startups do ecossistema de inovação gaúcho foi apresentado nesta terça-feira no Instituto Caldeira, como parte da programação da Semana Caldeira, que acontece até amanhã no hub de inovação gaúcho Quarto Distrito.
A pesquisa é promovida pelo governo do Rio Grande do Sul – por meio da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict) e da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) – e o Instituto Caldeira.
A RS Tech 2023 revelou que 68% das startups atuam em um dos 10 segmentos, sendo os mais citados HealthTech, AgTech e Gestão de Negócios, e 78% foram fundadas nos últimos cinco anos. Das respondentes, 46% realizaram o primeiro faturamento antes de completar seis meses, mas 23% ainda não tiveram o primeiro faturamento.
"Ainda é um movimento dentro da bolha, e isso representa um espaço fantástico para crescimento”, resume o CEO do Caldeira, Pedro Valério. “O nosso ecossistema jovem, ainda há uma dependência grande dos parques tecnológicos e precisamos empurrá-lo, com toda nossa energia, para construir um ambiente de maior maturidade e capaz de expandir para novas regiões do Estado", acrescenta.
A titular da Sict, Simone Stülp, destacou o fato de as startups serem intensivas em conhecimento, já que a pesquisa revelou grande participação de mestres, doutores e pós graduados - 36% são mestres e doutores. “Mais de um terço das startups gaúchas foram fundadas por pessoas com mestrado ou doutorado. Acredito que este é um dos pontos de sucesso do nosso ecossistema. As ações que estamos fazendo estão contribuindo para que as startups sejam baseadas em conhecimento”, comemorou.
Outra boa notícia é a percepção sobre o ecossistema de inovação gaúcho: 54% consideram o nível de desenvolvimento do ecossistema como alto ou médio alto e 77%% como médio alto ou médio. E 83% dos fundadores afirmaram que buscaram conhecimento e interação com algum ator do Rio Grande do Sul para inovar.
As startups alcançam o Brasil, mas poderiam alcançar o mundo - 49% desenvolvem soluções inovadoras no Brasil e 29% no mundo. “O Brasil é imenso, mas é importante que as empresas também busquem oportunidades em outros países”, alerta Simone.
Por outro lado, 75% nunca procuraram acessar linhas de crédito de instituições financeiras públicas ou privadas, 9% tentaram acessar e não obtiveram sucesso. E 72% não conhecem ou não buscaram acessar políticas públicas. “Precisamos ser mais assertivos nestas políticas" admite a gestora.
A RS Tech, que conta com parceria estratégica do SebraeX, da Associação Gaúcha de Startups (AGS), da Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação (Reginp) e do South Summit Brazil, foi realizada com mais de 300 startups que responderam um questionário.
Foram consideradas para a pesquisa startups que estivessem de acordo com o que foi definido pelo Marco Legal das Startups: até 10 anos de história, faturamento de até R$ 16 milhões e ao menos a metade da equipe trabalhando no Rio Grande do Sul. O estudo foi realizado de forma exclusivamente online e autodeclaratória, composto de 120 questões, e recolheu respostas por 100 dias, de 7 de dezembro de 2022 a 17 de março de 2023.
“Temos o compromisso com dados científicos para o estudo, o que garantiu a possibilidade inédita de retratar, de maneira científica, como são e quais são as dificuldades que as startups gaúchas enfrentam no nosso ecossistema de inovação. Buscamos dados confiáveis que apontassem para políticas públicas eficientes”, explicou a subsecretária de Planejamento da SPGG, Carolina Mór Scarparo. Segundo ela, este é apenas o primeiro relatório do estudo, que terá outras duas entregas em 2024.
A ideia de fazer um estudo mais robusto surgiu depois que um estudo feito pelo Instituto Caldeira em 2022, em parceria com a Distrito, referência em inovação no Brasil, foi citado por um representante do BID para referenciar o cenário do ecossistema gaúcho.
“Ali vimos como esse tipo de estudo pode ser relevante. Buscamos o Departamento de Economia e Estatística da SPGG porque precisávamos garantir a qualidade e a confiabilidade dos dados para pensar, futuramente, políticas públicas nesse contexto”, contou, destacando o viés qualitativo do estudo, que possui confiável segurança estatística.

Raio-X das startups gaúchas

  • 68% atuam em um dos 10 segmentos de mercado mais citados (Health Tech, Ag Tech, Gestão de Negócios, Ed Tech, Retail Tech, Serviços, Bio Tech, Real Estate/Construtech, Green Tech, Food Tech);
  • 78% foram fundadas nos últimos 5 anos;
  • 50% estão na fase de pré-operação (ideação, validação e operação inicial) e 50% estão em operação (operação, tração, scale up);
  • 64% apresentam crescimento de faturamento superior a 20% ao ano;
  • 44% das startups têm equipe com seis ou mais funcionários;
  • 54% das startups contam com mestres ou doutores na equipe;
  • As startups inovam, com maior grau de novidade para o Brasil (49%), seguido para o RS (32%) e para o mundo (29%);
  • 85% atuam no desenvolvimento de tecnologias estratégicas para o RS;
  • 34% estão situadas em incubadoras (total ou parcialmente), mas apenas 14% se graduaram em incubadoras;
  • 28% das startups têm ou já tiveram relação com aceleradoras;
  • 71% não conhecem ou não buscaram acessar políticas pública de apoio a startups (dessas, 34% conhecem, mas não buscaram acessar e 37% não conhecem);
  • 15% conhecem e já acessaram políticas públicas de apoio a startups e 14% tentaram acessar e não obtiveram sucesso;
  • 74% nunca procuraram acessar linhas de crédito de instituições financeiras públicas ou privadas;
  • 55% indicaram alguma dificuldade de contratação de profissionais no RS;
    83% buscaram conhecimento com algum ator do ecossistema gaúcho de inovação, mas apenas 9% recorreram ao poder público municipal para inovar;
  • 75% vendem para além do RS;
  • 15% já fizeram uma transação internacional

    Fonte: RS Tech