Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Cinema

Cinema

- Publicada em 18 de Maio de 2023 às 19:00

Desafios e benefícios

Para muitos a palavra streaming passou a identificar um inimigo poderoso do verdadeiro cinema, aquele que só pode ser contemplado numa sala de exibição. Certamente, a observação é correta, principalmente quando a sala escolhida conta com os novos sistemas de projeção, bastante superiores aos utilizados durante o século passado. As qualidades dos novos processos, agrupados sob a sigla DCP (Digital Cinema Package), transformou a película em peça de museu e tem feito com que as novas gerações vejam clássicos de uma forma inacessível às gerações passadas. São muitos os filmes realizados décadas atrás e que, ao voltarem a ser exibidos pelos novos processos, ganham em plasticidade, definição, transparência e nitidez. Isso tudo para não falar na parte sonora, que contribui de maneira robusta para que o espectador se sinta dentro da ação focalizada. Nos últimos meses, muito se tem falado e escrito sobre as dificuldades que o cinema tem enfrentado, a principiar pela pandemia que inclusive fechou salas em todo o mundo. Como era inevitável, cresceu bastante o setor dedicado a oferecer ao público o assim chamado "cinema em casa". Mas este, na verdade, embora não com a intensidade atual, sempre existiu. Antes da televisão, as empresas produtoras costumavam providenciar cópias de seus filmes em formatos menores, em 16 e 8 milímetros, que eram alugados ou comprados pelos que possuíam aparelhos domésticos de projeção. Não é possível, claro, comparar com os recursos hoje utilizados, mas foi o princípio de um processo que colocou o cinema mais perto do público, proporcionando aos interessados até mesmo formar pequenas cinematecas domésticas, como acontece hoje como DVD e outros recursos.
Para muitos a palavra streaming passou a identificar um inimigo poderoso do verdadeiro cinema, aquele que só pode ser contemplado numa sala de exibição. Certamente, a observação é correta, principalmente quando a sala escolhida conta com os novos sistemas de projeção, bastante superiores aos utilizados durante o século passado. As qualidades dos novos processos, agrupados sob a sigla DCP (Digital Cinema Package), transformou a película em peça de museu e tem feito com que as novas gerações vejam clássicos de uma forma inacessível às gerações passadas. São muitos os filmes realizados décadas atrás e que, ao voltarem a ser exibidos pelos novos processos, ganham em plasticidade, definição, transparência e nitidez. Isso tudo para não falar na parte sonora, que contribui de maneira robusta para que o espectador se sinta dentro da ação focalizada. Nos últimos meses, muito se tem falado e escrito sobre as dificuldades que o cinema tem enfrentado, a principiar pela pandemia que inclusive fechou salas em todo o mundo. Como era inevitável, cresceu bastante o setor dedicado a oferecer ao público o assim chamado "cinema em casa". Mas este, na verdade, embora não com a intensidade atual, sempre existiu. Antes da televisão, as empresas produtoras costumavam providenciar cópias de seus filmes em formatos menores, em 16 e 8 milímetros, que eram alugados ou comprados pelos que possuíam aparelhos domésticos de projeção. Não é possível, claro, comparar com os recursos hoje utilizados, mas foi o princípio de um processo que colocou o cinema mais perto do público, proporcionando aos interessados até mesmo formar pequenas cinematecas domésticas, como acontece hoje como DVD e outros recursos.
A chegada da televisão e, depois, a atuação de canais a cabo dedicados ao cinema - mesmo que muitos deles não tenham imaginação ou recursos para impedir que sua programação seja quase sempre a mesma - contribuíram para o aumento do desafio ao mesmo tempo que permitiram que a linguagem cinematográfica fosse mais rapidamente assimilada pelos então novos espectadores. Basta verificar que certos recursos empregados por Alain Resnais em Hiroshima e Marienbad, que espantaram e confundiram espectadores por ocasião de seu lançamento, hoje são empregados em filmes publicitários. Portanto, além dos desafios, a indústria cinematográfica, que não desapareceu e não desaparecerá, tem sido provocada a ampliar seus poderes e, assim, propiciar aos que nela atuam como criadores de formas de expressão a continuidade de seu trabalho. Após a pandemia, que foi a maior ameaça enfrentada pelo cinema em toda a sua história, as salas estão começando a receber um público cada vez maior, principalmente entre aqueles que, sem negar a importância de outras formas de ver filmes, sempre souberam apreciar o cinema de maneira correta. Além disso, a necessidade de, por vezes, abandonar os rituais domésticos também contribuiu para a retomada da frequência a salas de cinemas.
Numa fase em que é imprescindível a volta do público, filmes dedicados a grandes plateias têm funcionado - e de forma bastante expressiva - como elemento decisivo. E até recordes de bilheteria têm aparecido, como no caso do segundo Avatar, de James Cameron. E filmes dedicados a outro público, igualmente atraíram espectadores. Basta ver que neste ano foram exibidos no cinema filmes como Os Fabelmans, de Steven Spielberg, Babilônia, de Damien Chazelle, O triângulo da tristeza, de Ruben Östlund, Tár, de Tod Field, Close, de Lucas Dumont, e Um filho, de Florian Zeller. Este último título é obra de um diretor - também encenador teatral dos mais elogiados - que havia realizado antes outro filme notável, Meu pai, que permitiu a Anthony Hopkins receber seu segundo Oscar. Este diretor francês já pode ser visto como um dos maiores da atualidade, o que torna grande a expetativa pelo seu novo filme, que deverá completar uma trilogia. Alguns dos filmes mencionados já estão disponíveis em plataformas digitais. Outros, por vezes, voltam em salas especiais, como as da casa de Cultura Mário Quintana, Cinemateca Capitólio, e Bancários.