O Sistema Ocergs divulgou, no começo do ano, os projetos selecionados no Programa Fundo Social. Com o objetivo de potencializar ações positivas no âmbito do cooperativismo, o programa aprovou para o investimento de R$ 1,6 milhão, em um total de dez projetos voltados para educação, saúde, cultura, integração social, geração de renda e meio ambiente.
Fundado em março de 1971, o Sistema Ocergs é um órgão de registro, cadastro e certificação das cooperativas gaúchas, que busca promover um ambiente favorável para o desenvolvimento destas, através da representação político-institucional.
Lançado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Rio Grande Do Sul (Sescoop/RS), pertencente ao Sistema Ocergs, o programa busca incentivar o desenvolvimento sustentável e prevê regras específicas para a contemplação dos projetos, além de critérios de seleção e de prestação de contas.
Entre esses critérios, busca-se atender aos pilares "Social" e "Ambiental" da agenda ESG, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e o 7º Princípio do Cooperativismo, o interesse pela comunidade.
"Nós precisamos entender que o cooperativismo precisa também ter essa visão social, essa visão comunitária de desenvolvimento, mesmo que os desafios econômicos de competitividade cada vez cresçam mais" declara o presidente da Ocergs, Darci Hartmann.
Entre os projetos contemplados pelo Fundo Social, o Programa Consumo Sustentável, da cooperativa Coasa, conquistou o primeiro lugar. Com sede em Água Santa, a iniciativa busca desenvolver atividades de formação para mulheres agricultoras, de modo a oportunizar condições que possibilitem que as mesmas tomem a frente na implementação de práticas sustentáveis em suas propriedades.
"O Consumo Sustentável surgiu do objetivo que nós tínhamos de ajudar os associados a conseguirem produzir o alimento para sua subsistência de uma forma mais natural e mais ecológica. Para que isso trouxesse também uma melhora na saúde e além de um maior um envolvimento da família", comenta Aline Perozzo Bacega, Diretora administrativa da Coasa.
Em três anos, o programa já atendeu um total de 103 famílias, incentivando a produção diversificada de alimentos, plantas bioativas, aproveitamento integral de alimentos — além de estimular a segurança alimentar, o manejo ecológico e contribuir com a preservação do meio ambiente.
Em segundo lugar, está a Cooperconcórdia, com o projeto Multiplicadores Lixo Zero, no município de Santa Rosa. A iniciativa tem o intuito de qualificar professores e turmas do ensino fundamental de escolas públicas municipais, por meio de palestras e seminários.
O projeto busca desenvolver uma educação que demonstre, de forma empírica, que o lixo deve deixar de ser visto apenas como lixo e passar a ser tratado como resíduo, como um produto de valor monetário, capaz de gerar renda para uma população de vulnerabilidade econômica e social.
O terceiro lugar foi concedido ao programa Plantando Bem. Criado em 2016, pela cooperativa Santa Clara, a iniciativa tem como objetivo incentivar e despertar o interesse da comunidade escolar para as práticas e técnicas sustentáveis.
Já tendo atingido um total de 18,3 mil alunos, o programa busca, em 2023, levar às escolas do Estado o tema Sustentabilidade Ambiental, oportunizando aos professores trabalharem a temática através dos subsídios pedagógicos fornecidos pela iniciativa da Ocergs.
Organização espera bons resultados em 2023
Com o lançamento da RSCOOP150, no ano passado, Hartmann afirma que a Ocergs tem boas expectativas para esse ano. "Nós temos uma expectativa bastante positiva, porque o cooperativismo tem essa capacidade de resiliência e de se adaptar a todas essas dificuldades e buscar instrumentos de crescimento cada vez mais", comenta Hartmann.
As inscrições para o Fundo Social acabaram em 28 de novembro, com 29 inscritos. Além dos três programas mencionados, também foram contemplados projetos das cooperativas Cotrirosa, CCGL, Cotriel, Coprel, Unicred Ponto Capital, Coopeeb, Sicredi Serrana e Sicredi Ouro Branco. Hartmann também destaca a qualidade dos projetos escolhidos. "Com esse aporte, as cooperativas terão acesso a mais inovação e profissionalização das suas atividades", constata.
Além disso, como os projetos não atingiram o total previsto para investimento, da ordem de R$ 2 milhões, a expectativa é de que o programa tenha uma segunda edição.