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Internacional

- Publicada em 04 de Novembro de 2020 às 14:41

Eleições EUA: Apuração em Wisconsin e Michigan põe Biden mais perto da vitória

Alguns Estados podem registrar uma virada democrata no curso da apuração dos votos

Alguns Estados podem registrar uma virada democrata no curso da apuração dos votos


JIM WATSON e SAUL LOEB/AFP/JC
Agência Estado
A apuração de votos nos Estados do Wisconsin e Michigan nesta quarta-feira (4) abriu caminho para o democrata Joe Biden chegar mais perto da Casa Branca. Conforme analistas alertaram nas semanas anteriores à votação, alguns Estados poderiam registrar uma virada democrata no curso da apuração dos votos, quando as cédulas pelo correio fossem contabilizadas. É o que tem acontecido nos dois Estados do crucial Meio-Oeste, região que deu a Donald Trump a vitória em 2016.
A apuração de votos nos Estados do Wisconsin e Michigan nesta quarta-feira (4) abriu caminho para o democrata Joe Biden chegar mais perto da Casa Branca. Conforme analistas alertaram nas semanas anteriores à votação, alguns Estados poderiam registrar uma virada democrata no curso da apuração dos votos, quando as cédulas pelo correio fossem contabilizadas. É o que tem acontecido nos dois Estados do crucial Meio-Oeste, região que deu a Donald Trump a vitória em 2016.
Candidatos democratas costumam ter ganhos na apuração após a votação nos Estados onde a contabilização das cédulas pelo correio é feita após a contagem dos votos presenciais. Isso porque o eleitorado democrata é mais propenso a votar de maneira antecipada.
Neste ano a votação pelo correio bateu recorde em razão da pandemia, o que deu esperanças à campanha democrata ontem mesmo diante de resultados iniciais favoráveis a Trump. Até agora, Biden tem 238 delegados e Trump, 213. São necessários 270 delegados no colégio eleitoral para vencer.
Os democratas esperam que o mesmo aconteça na Pensilvânia quando os votos à distância forem contabilizados, mas o Estado pode demorar dias para concluir a divulgação. Se Biden confirmar a dianteira nos Estados onde está à frente na apuração, tem chance de vencer sem que seja necessário aguardar o resultado na Pensilvânia.
A perspectiva de que a campanha de Biden ganharia espaço conforme as cédulas de voto pelo correio fossem contabilizadas é o que tem motivado os ataques de Trump ao método de votação amplamente empregado no país. Por isso, o presidente argumenta que a contagem deve ser paralisada. Os eleitores do republicano preferem o voto presencial, o que dá a ampla vantagem no início da apuração.
"Eles estão achando votos para o Biden em todo lugar -- na Pensilvânia, Wisconsin e Michigan. Muito ruim para o nosso país", escreveu Trump no Twitter nesta tarde. Na madrugada desta quarta-feira, ele prometeu pedir à Suprema Corte para paralisar a contagem de cédulas, argumentando que se trata de fraude da oposição para vencer, e se declarou vitorioso em Estados onde a apuração não foi encerrada, como Geórgia e Carolina do Norte.
No Wisconsin, com 97% das urnas apuradas, Biden está com 1,630,337 votos, em levantamento realizado pelo The New York Times às 13h30. O presidente Trump tinha 1,609,640 no mesmo horário e, portanto, perdia os 10 delegados do colégio eleitoral de Wisconsin. Em porcentagem, a diferença é de 49,5% a 48,8%.
Cenário semelhante ocorre no Michigan, terra natal de Barack Obama e onde Biden e o ex-presidente fizeram atos de campanha nos últimos dias. Com 92% da apuração, Biden tinha 2,573,254 votos, contra 2,541,943. A vantagem de Biden é de 49,5% a 48,9%. Michigan tem 16 delegados no colégio eleitoral.
Cautela
Para o diplomata Rubens Ricupero, que foi embaixador do Brasil nos Estados Unidos, ainda é cedo para traçar qualquer cenário antes da confirmação do resultado da Pensilvânia. "A expectativa é que Biden só ganhará se os votos que foram pelo correio mostrarem uma maioria esmagadora em seu favor".
Ricupero acrescentou que a lição da disputa de 2020 é que não houve uma reversão, como se esperava, da eleição de 2016. "Em grande parte, é um replay", compara.
Para Ricupero, as causas da divisão da sociedade americana são muito profundas e não desapareceram. "Trump não é um fenômeno passageiro e vê-se que ele tem um apoio muito sólido. Além disso, qualquer um dos dois que ganhe terá de lidar com essa radicalização e com essa polarização".
 
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