A Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) finalizou nesta quinta-feira os cálculos próprios a respeito do valor da nova tarifa dos ônibus de Porto Alegre. Para as empresas, o preço da passagem, atualmente, em R$ 4,70, deveria ir para R$ 5,20 – um acréscimo de R$ 0,50. O valor é uma projeção das empresas e não o percentual final de acréscimo, que ainda será definido pela prefeitura.
“Pelos nossos cálculos de custos, a nossa conta é de um aumento de R$ 0,50”, aponta o diretor executivo da ATP, Gustavo Simionovschi. As empresas justificam o percentual de reajuste de 10,63% em razão dos aumentos, no período do último ano, no valor do diesel (8,78%) e nos veículos (17,34%).
O dissídio dos trabalhadores rodoviários (4,48% de reajuste) é outra justificativa colocada pelas empresas para apontar a necessidade de um aumento bem superior à inflação oficial do ano passado, que foi de 4,31%. “Metade da tarifa é composta de custos com pessoal. Para manter o equilíbrio do contrato, não podemos pagar novos salários com uma tarifa antiga. Temos o segundo maior salário de motoristas e cobradores das capitais, atrás apenas de São Paulo, que conta com subsídio do governo no sistema”, afirma o diretor da ATP.
Simionovschi aponta outro fator como fundamental para o reajusto no valor da passagem. “Tivemos uma queda de 4,11% nos passageiros no último ano em relação ao anterior. Somente isso, dá um impacto de R$ 0,20 na tarifa”, afirma.
O Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa) protocolou junto Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) pedido de reavaliação da tarifa no dia 8 de janeiro. O órgão da prefeitura realiza os cálculos e deve divulgar o valor final nos próximos dias. Após isso, o novo preço das passagens precisa ser aprovado no Conselho Municipal de Transporte Urbano (Comtu), que
nunca negou um pedido de reajuste feito pelo Executivo.