Em meio a debates sobre queimadas na Amazônia e a realização da Cúpula pelo Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), milhares de atividades chamando a atenção para a questão ambiental foram marcadas em mais de 150 países do mundo. O Brasil não ficou de fora e tampouco Porto Alegre, onde há eventos acontecendo desde a sexta-feira passada. A agenda termina no domingo, quando será realizada a 2ª Marcha Gaúcha pelo Clima no Parque da Redenção. O evento começa às 15h.
Em nível local, o foco das manifestações, em sua maioria organizadas pelas ONGs 350.org Brasil e Todavida, é chamar atenção para o impacto no clima causado pelo uso de combustíveis fósseis. A escolha do tema se deve ao projeto de instalação da Mina Guaíba, que poderá ser a maior mina de carvão a céu aberto da América Latina, a 20 quilômetros do Centro da Capital.
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Além da marcha, a Mobilização Global pelo Clima, oficialmente de 20 a 27 de setembro, envolveu no Estado um ato na sexta-feira passada na Redenção e outro em frente à Assembleia Legislativa também na sexta-feira, alusivo ao #FridaysforFuture, uma greve estudantil pelo clima iniciada em agosto de 2018 pela ambientalista sueca Greta Thunberg, de 16 anos. Na quarta-feira, houve uma palestra em Triunfo sobre a Mina Guaíba. Ontem, outra foi realizada na faculdade Factum e, nesta sexta-feira, está previsto mais um ato do #FridaysforFuture em frente ao Palácio Piratini.
Renan Andrade, gestor ambiental e membro da ONG 350.org Brasil, afirma que o papel da entidade é sempre fortalecer os movimentos locais que abordem questões relacionadas às mudanças climáticas. "A ideia é pensar globalmente e agir localmente. Quando se fala em mudanças climáticas, a primeira visão é sempre a do urso polar em cima do gelo, perdendo sua casa, mas há eventos extremos acontecendo em todos os momentos", destaca. A variação nas temperaturas e a ocorrência de chuvas extremas no Estado, por exemplo, são citadas por Andrade como sinais das mudanças em nível local.
Para o gestor ambiental, as pessoas têm se engajado mais no combate às mudanças climáticas, especialmente a partir da visibilidade de Greta Thunberg na Cúpula pelo Clima da ONU, mas a discussão ainda não tem suficiente reflexo nas atitudes dos governantes. "Precisamos de mais atitude, porque a ciência está nos mostrando que as mudanças climáticas estão aí, fazendo vítimas, mas não temos ainda ações efetivas. A ideia é chamar atenção justamente para isso", explica. Uma das mudanças necessárias, de acordo com Andrade, é a adoção de fontes de energia renováveis, como a solar, a eólica e o hidrogênio.