Após
fechar sua emergência por 24 horas, em função da superlotação dos casos de Covid-19, o Hospital Conceição, em Porto Alegre, reabriu o atendimento por volta das 16h desta quinta-feira (11), priorizando os casos graves. De acordo com a direção da instituição, a alta demanda persiste, porém a suspensão temporária permitiu uma reorganização interna e a retomada do atendimento.
Segundo o diretor técnico do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Francisco Zancan Paz, o bloqueio de 24 horas colocou a emergência em melhor situação para voltar a receber pacientes. "Fechamos para nos reorganizarmos, mas não paramos de receber os que chegaram por ambulância e pelo Samu", destaca.
De acordo com Paz, o que possibilitou o rearranjo da estrutura foi o fato de apenas 34 pacientes estarem em ventilação mecânica. Os demais, em atendimento, conseguiram ser realocados. "Não estamos com o problema resolvido, estamos com superlotação, mas com a emergência um pouco melhor", reforça.
O médico conta que na tarde de quarta-feira (10), quando a emergência foi fechada, 90 pacientes haviam chegado espontaneamente ao hospital, de Porto Alegre e da Região Meropolitana da cidade, o que tensionou o atendimento e motivou a decisão de suspender o recebimento de novos casos.
Diante desse quadro, alguns foram atendidos, outros reencaminhados e internados. "O afluxo de um grande número de pessoas nos coloca com a equipe em situação de dificuldade, pois faltam pontos de oxigênio e condições de recebimento. Agora estamos com as equipes mais tranquilas, pacientes colocados em condições de tratamento mais adequado, mas continuamos com a lotação quase no máximo", enfatiza o diretor.
A capacidade da emergência do Conceição é de até 50 pacientes, e mais de 90% dos atendimentos têm sido por conta de complicações do coronavírus. Até o início da tarde estavam sendo atendidos 56 pacientes Covid e apenas três com outros problemas de saúde.
Essa situação tem se repetido em todos os hospitais e pronto-atendimentos da Capital, e
as UTIs estão sobrecarregadas em instituições com o Hospital Fêmina, Cristo Redentor, Moinhos de Vento, Clínicas, além do próprio Conceição, o que impede condições de remanejo de pacientes.
Por meio de nota, a diretoria executiva do GHC informou que a emergência já trabalhou em restrição por várias oportunidades. "O que ocorre pela primeira vez, é a emergência transformar-se em uma Unidade Intermediária de Terapia Intensiva, para onde foram alocados equipamentos necessários para atendimento de pacientes em estado grave, que chegam com constância".
De acordo com o comunicado, se a emergência seguisse com as portas abertas ao longo da quarta-feira, "teríamos sérios problemas para os pacientes e para as equipes, podendo colocar em colapso o atendimento".
O GHC orienta as pessoas que buscam atendimento a procurarem as Unidades Básicas de Saúde e os Pronto Atendimentos.