As 91 mortes causadas pela Covid-19 registradas na quinta-feira (12) vieram para mostrar que a pandemia do novo coronavírus está muito longe de acabar no Rio Grande do Sul e, ao contrário, está ganhando força, voltando a lotar os hospitais de pacientes com a doença, que já vitimou 6.125 gaúchos.
A análise semanal do Jornal do Comércio do quadro da pandemia no Estado corrobora a presença e três regiões com bandeira vermelha no mapa do distanciamento controlado.
O receio é de que ocorra no Rio Grande do Sul algo semelhante ao que está acontecendo na Europa, que, após uma considerável perda de força da pandemia, está tendo picos nos números de casos semelhantes aos do ápice da crise sanitária. A diferença é que a maior parte dos países europeus fez um fechamento total (lockdown) nos piores momentos, o que fez com que os números caíssem bastante antes de voltarem a subir agora. No Estado, porém, o lockdown não foi feito e o recrudescimento da pandemia está se dando sem que a primeira onda ainda tenha acabado.
Dois dos três principais indicadores da pandemia – números de novos casos e de internações em UTIs – pioraram na última semana no Estado. No que diz respeito às internações, houve uma disparada preocupante
Atualmente, o Estado tem 271.340 casos confirmados da doença. Somente na última semana, foram 16.512 novas contaminações. Na semana anterior, haviam sido 11.426 novos casos. Ou seja, em uma semana, houve um aumento de 14,4% no número de novas contaminações.
A última semana, entre os dias 5 e 12 de novembro, foi de um salto no número de pacientes com a doença hospitalizados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) em hospitais gaúchos.
O Rio Grande do Sul apresentou um aumento de 13,7% nas internações nos últimos sete dias, passando de 566 para 644 pacientes (confira no gráfico). O número de internados por causa da doença é o maior desde o dia 25 de setembro.
Em relação aos casos, o Estado voltou a registrar um crescimento no ritmo de confirmações na última semana. Nos últimos sete dias, o percentual de aumento de contágios foi de 6,4%, passando de 254.828 para 271.340 (confira no gráfico). O percentual de casos ativos em relação ao total de pessoas já contaminadas é de 4%.
No dia 20 de outubro, ocorreu o retorno das aulas presenciais na rede pública estadual gaúcha. Em razão disso, o JC também está acompanhando o número de jovens entre 5 e 19 anos contaminados, com vistas a analisar como o retorno dos alunos às salas de aula está impactando essa parcela da população.
Atualmente, são 19.950 casos confirmados entre pessoas que possuem entre 5 e 19 anos – o número corresponde a 7,3% do total de contaminados no Estado (mesmo percentual da semana passada). Nos últimos sete dias, entre 5 e 12 de novembro, houve um acréscimo de 1.109 contaminações nesta faixa etária. Na semana anterior, o aumento tinha sido de 1.094 casos.
Já no que diz respeito aos óbitos, o Estado teve sua única melhora em relação à semana anterior. Entre os dias 5 e 12 de novembro, o crescimento percentual foi de 2,8%, enquanto na semana anterior havia sido de 3,9% (confira no gráfico).
Apesar da redução percentual, os números brutos mostram que muita gente ainda vem sendo vitimada pelo novo coronavírus no Rio Grande do Sul. No último mês, entre os dias 12 de outubro e 12 de novembro, foram registradas 977 mortes – uma média de mais de 31,5 óbitos por dia.