Principal data para grande parte dos restaurantes gaúchos, a comemoração do Dia das Mães deve aumentar em 30% o fluxo de consumidores na área de gastronomia no próximo domingo. "Apesar de o movimento crescer nesta data, o tempo de permanência no estabelecimento também é maior, por isso a rotatividade diminui", contrapõe a presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Rio Grande do Sul (Abrasel-RS), Fernanda Tartoni. "Fizemos um levantamento rápido das expectativas dos proprietários de restaurantes, e percebemos que há uma tendência do tíquete médio aumentar também em 15%", pondera a dirigente. "Ficando mais tempo, automaticamente se consome mais", explica. Segundo a dirigente, a contratação de atendentes extras para o dia também deve aumentar. Em alguns estabelecimentos, o Dia das Mães é a segunda principal data, só perdendo para o Dia dos Namorados.
"Já é tradicional ocorrer esse aumento de 30% no fluxo de clientes no Dia das Mães", comenta o proprietário da Galeteria Casa do Marquês, Cláudio dos Santos. O empresário afirma que a demanda aumenta a ponto de ter que "se organizar" com drinques e petiscos para serem servidos na fila que se forma a partir do meio dia, além de oferecer a possibilidade de reservas, e preparar quatro ambientes do estabelecimento (com capacidade total para 300 pessoas), para dar conta do número de pessoas. "O que vem mudando desde 2014 é que uma semana antes e pelo menos dois ou três dias depois desta data o movimento cai bastante, ficando até fraco."
A crise ainda pesa no bolso do consumidor, que precisa também comprar presente para as mães, desabafa Santos. "No meu caso inclusive perdemos venda, porque a procura em shoppings é maior, em vista de que dá para comprar o presente e almoçar depois."
Ao contrário do que o empresariado do ramo esperava, "a economia não deslanchou e a população não tem dinheiro", lamenta Santos. "Eu estou muito preocupado, o custo operacional está alto para nós e toda a semana os fornecedores de grandes empresas aumentam os custos, mas não podemos repassar para a clientela. Faz mais de um ano que o valor do rodízio é o mesmo. No entanto, os produtos que utilizamos estão 30% mais caros", diz o empresário.
"A expectativa que tínhamos de melhora da economia e do fluxo de pessoas nos restaurantes este ano ainda não aconteceu", confirma a presidente da Abrasel-RS. "Isso pode influenciar um pouco no movimento do Dia das Mães, uma vez que muita gente pode optar por não sair, para pegar fila e gastar", avalia Fernanda.
"Aqueles que saem pouco, no Dia das Mães acabam saindo para confraternizar", contrapõe a vice-presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região Metropolitana (Sindha), Raqueli Baumbach. Levantamento feito sindicato aponta que 24% de 50 proprietários de restaurantes entrevistados na Capital estão otimistas no que se refere ao movimento para Dia das Mães, se comparado com um domingo normal.
"Nossa estimativa é de que o movimento até cresça em 10% se compararmos com a mesma data no ano passado", afirmam os sócios-proprietários do restaurante PPKB Kitchen & Bar, Andrea Martins e Pedro Hoffmann. "O restaurante abrirá às 11h30min, com sistema de buffet, como se fosse um antepasto, para fazer aperitivo antes de almoçar", sinaliza Hoffmann. No cardápio do dia, peixe, assados, e bacalhau, além de balcão de massas, entre outros pratos diversos. A casa tem espaço para 180 a 200 pessoas e conta com espaço kids, para as crianças brincarem, acompanhadas de monitores.
"Essa é uma das principais datas comemorativas (para o setor de gastronomia), será o momento que (as empresas) poderão aumentar o faturamento do mês de maio", afirma o presidente do Sindha, Henry Chmelnitsky. O dirigente ressalta que o empresário precisa estar preparado para o volume de clientes que esta data gera. "Nossa estimativa de aumento de fluxo é principalmente para as empresas com maior capacidade de receptivo", pontua a dirigente da Abrasel-RS. Ela destaca que em 2018, apesar da crise econômica ainda afetar o País, o movimento nos restaurantes na data comemorativa "não foi ruim".
Cardápios e horários alterados buscam atrair clientela na data especial
A maioria dos restaurantes da Capital deverá preparar algo especial no Dia das Mães. Dentre as estratégias para atrair público, muitos estabelecimentos terão cardápios diferenciados para receber as famílias. "Vale lembrar que é uma data de grande movimento, então é importante verificar com antecedência se o local faz reservas para garantir uma mesa", destaca o presidente do Sindha, Henry Chmelnitsky. Segundo ele, o sistema de reserva é quase unânime nesta data.
O proprietário da Galeteria Casa do Marquês, Cláudio dos Santos, vai abrir as portas às 11h (30 minutos antes do habitual), para contemplar quem chegar mais cedo. "Quem trouxer pessoas de idade, aconselho que chegue antes do meio-dia, pois neste horário começa a formar fila e tem que esperar em torno de uma hora", avisa. Para que a espera seja mais proveitosa, Santos planeja colocar mesas na parte de fora do restaurante, onde irá servir petiscos e drinques.
Drinques e lembrancinhas como rosas, minicarteiras de maquiagem, bombons, entre outros mimos, também estão sendo pensados em outros estabelecimentos. "É de praxe oferecermos algo especial nesta data", comenta a proprietária do restaurante, Ratskeller Baumbach, Raqueli Baumbach. A casa serve comida típica alemã (e ainda peixes, filés e aves) e irá trabalhar com reservas para quem optar por empratado especial para o dia, que será servido no piso térreo do estabelecimento, com capacidade para 130 pessoas neste espaço. "Já vendemos quase tudo. Mas também temos a opção de buffet. No entanto, neste caso, para evitar filas será preciso chegar mais cedo, ou após às 14h."
Raqueli destaca que o principal neste dia é evitar o estresse. "As mães e pessoas da terceira idade ficam tranquilas em geral, já os jovens são mais ansiosos. Sugiro que evitem a hora 'do rush' e, caso peguem fila, tenham paciência e aproveitem o tempo para confraternizar com a família."
Na visão da proprietária do restaurante Iaiá Bistrô, Daniela Craidy, dificilmente as pessoas escaparão de uma fila, se não fizerem reserva antecipada. "Em relação aos dias normais, esperamos uns 30% de aumento no fluxo de clientes", projeta. Com capacidade para 80 pessoas, o estabelecimento serve comida regional brasileira. "Além do cardápio usual, no Dia das Mães haverá ainda filé de peixe em um prato especial", comenta Daniela. A empresária diz que, por trabalhar com público da classe A não tem "sentido tanto" a diferença de movimento, por conta da crise econômicas. "O Dia das Mães do ano passado foi bom, normalmente é o melhor dia do ano, seguido dos dia dos namorados", compara.