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Economia

- Publicada em 10 de Julho de 2018 às 13:29

Bolsas da Europa fecham na maioria em alta com indicadores de atividade

Agência Estado
Os mercados acionários europeus encerraram o pregão desta terça-feira (10) majoritariamente em alta, à medida que os investidores avaliaram indicadores de atividade da região, enquanto monitoraram a crise política no Reino Unido às vésperas da cúpula de líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Nesse cenário, o índice pan-europeu Stoxx-600 fechou em alta de 0,45%, para 386,33 pontos.
Os mercados acionários europeus encerraram o pregão desta terça-feira (10) majoritariamente em alta, à medida que os investidores avaliaram indicadores de atividade da região, enquanto monitoraram a crise política no Reino Unido às vésperas da cúpula de líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Nesse cenário, o índice pan-europeu Stoxx-600 fechou em alta de 0,45%, para 386,33 pontos.
Novamente os olhos dos investidores focaram a política britânica. A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, realizou uma reunião de gabinete classificada por ela como "produtiva" em meio a uma "semana agitada". Nesta semana, além da reunião de cúpula da Otan, May será a anfitriã de uma visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Reino Unido. Na segunda-feira, a premiê enfrentou a saída de dois importantes ministros: o de Relações Exteriores, Boris Johnson, e o responsável pelas negociações do Brexit, David Davis. Os dois advogavam por um Brexit mais "duro", ao contrário de May.
Na avaliação do economista Jacob Nell, do Morgan Stanley, o Brexit será misto. "Para o comércio de bens, o governo britânico continuará a aceitar as regras da União Europeia e o Tribunal de Justiça Europeu como árbitro, a fim de reduzir a perturbação econômica. No entanto, não esperamos um Brexit suave nos serviços. Isso exigiria a adesão ao mercado único, o que, por sua vez, requer um compromisso com a livre circulação de mão de obra e um papel muito mais amplo para o Tribunal Europeu", disse Nell, em nota a clientes.
Ainda em solo britânico, a produção industrial decepcionou os agentes ao apresentar queda de 0,4% na passagem de abril para maio, enquanto a expectativa do mercado era de avanço de 0,6%. Já o déficit comercial de bens atingiu 12,4 bilhões de libras em maio, enquanto analistas projetavam déficit menor, de 11,8 bilhões de libras. Um novo indicador do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido, mensurado pelo Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês) mostrou crescimento de 0,3% em maio na comparação com abril, marcando o quarto mês consecutivo de aceleração. Nos três meses encerrados em maio, a expansão foi de 0,2% em comparação com os três meses imediatamente anteriores.
Tendo em vista o caos político decorrente do Brexit e os indicadores abaixo do esperado, a libra aprofundou as perdas vistas na segunda-feira e deu apoio a ações de exportadoras em solo britânico. Nesse sentido, o índice FTSE-100, da Bolsa de Londres, fechou em alta de 0,05%, para 7.692,04 pontos.
Na Alemanha, o índice de expectativas econômicas mensurado pelo instituto ZEW caiu de -16.1 em junho para -24,7 em julho, atingindo o menor nível desde agosto de 2012, em um resultado pior do que o esperado por analistas consultados pelo Wall Street Journal, que previam queda para -19. O índice para as condições atuais, por sua vez, recuou de 80,6 em junho para 72,4 em julho, enquanto as expectativas eram de redução para 78,1.
De acordo com o presidente do instituto ZEW, Achim Wambach, "o período atual foi marcado por maior incerteza política" na Alemanha e temores de que haja uma escalada no conflito internacional comercial com os EUA. Para o economista-chefe para zona do euro da Pantheon, Claus Vistesen, o destaque fica para a forte queda nos subíndices referentes a indústrias automobilística e siderúrgica "como resultado das guerras comerciais globais". Ele destaca, no entanto, que nem tudo foi negativo, tendo em vista que as perspectivas para os mercados acionários globais apresentaram ligeira melhora.
Com essa perspectiva como pano de fundo, o índice DAX, da bolsa de Frankfurt, fechou em alta de 0,53%, aos 12.609,85 pontos. Já em Paris, o índice CAC-40 avançou 0,67%, aos 5.434,36 pontos, enquanto o índice FTSE-MIB, da bolsa de Milão, encerrou o dia em alta de 0,11%, para 22.057,30 pontos. Também colaborou para os ganhos dos mercados acionários o recuo do euro em relação ao dólar, na medida em que a moeda americana passou a ser mais procurada em meio a um abrandamento das tensões comerciais envolvendo, principalmente, os EUA e a China.
As relações de comércio serão tema de conversas entre Donald Trump e outros líderes europeus durante a cúpula da Otan nesta quarta-feira, 11. Na manhã desta terça-feira, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, apelou ao líder americano que se lembre quem são os verdadeiros aliados dos EUA. "Vale sempre a pena saber quem é seu amigo estratégico e quem é seu problema estratégico", disse Tusk. Na próxima semana, Trump deve se encontrar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na Finlândia.
Na bolsa de Madri, o índice Ibex-35 destoou das outras praças europeias ao fechar em queda de 0,38%, cotado a 9.889,30 pontos. O índice PSI-20, da bolsa de Lisboa, encerrou o dia com ganho de 0,34%, a 5.661,81 pontos.
 
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