Na tarde de segunda-feira, dia 2 de agosto, o consórcio Gam3Park, formado pelas empresas Grupo Austral e a 3M Produções e Eventos, receberá do prefeito Sebastião Melo (MDB) as “chaves” de duas áreas públicas de Porto Alegre: o Parque Harmonia e o trecho 1 da Orla (entre o Gasômetro e a Rótula das Cuias). O ato é simbólico, já que os dois parques são abertos.
A solenidade, às 16h30 na Churrascaria Galpão Crioulo, formaliza o início da concessão das áreas junto ao Guaíba pelo período de 35 anos. Essa operação é o primeiro modelo de parceria com a iniciativa privada de um parque público de Porto Alegre.
A arquiteta Carla Deboni, diretora administrativa e financeira da Gam3Park, informa que nesta segunda também serão apresentados o projeto de intervenção e novas atrações para a área da Orla. Sem detalhar do que se trata, adianta apenas que não demandam construção e não irão interferir na relação visual com o Guaíba.
Desde março, quando foi assinado o contrato entre o consórcio e a prefeitura, já foram entregues os planos de operação e intervenção e iniciou-se o serviço de limpeza, que será ampliado a partir de agora. O próximo passo é o licenciamento do projeto em si. A expectativa é iniciar as obras, que devem ficar mais concentradas no Parque Harmonia, até fevereiro de 2022.
“É uma responsabilidade urbanística muito grande”, declara a arquiteta em referência aos parques, que somados têm mais de 250 mil metros quadrados. Na avaliação de Carla, Porto Alegre é carente de equipamentos que permitam fácil acesso para eventos de diferentes portes. São características encontradas no Harmonia, vizinho do Centro Histórico e com terreno que comporta até 20 mil pessoas em área aberta.
Conforme previsto no edital, serão mantidos três eventos obrigatórios na área livre (sem construções): o Acampamento Farroupilha, o Acampamento Indígena e o Rodeio de Porto Alegre. Em outras datas, o consórcio poderá locar o espaço para eventos. Carla cita como exemplo festivais de cerveja, festa de São João, atividades infantis e shows.
Assim que obtida a licença, as obras iniciam pelas demandas de infraestrutura, como drenagem, e seguem com a área construída. “Será um local único para juntar nossa cultura”, diz Carla - a proposta é ter a cultura como pilar turístico. Sem cobrança de ingresso para acesso ao parque e às tradicionais churrasqueiras que já existem lá, a receita virá da exploração das locações comerciais, de eventos e de patrocínios.
No trecho 1 da Orla, já revitalizado, a intervenção será menor. Caberá ao consórcio manter as estruturas e gerenciar a operação dos bares. Atrações itinerantes também estão previstas. Carla enfatiza que será dada especial atenção à limpeza, hoje um problema crônico, especialmente nos finais de semana. A proposta é, além de intensificar o serviço de recolhimento de resíduos, investir em campanhas de educação ambiental com o público que frequenta a Orla.