O mercado financeiro reduziu suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2018. A expectativa de alta para o PIB este ano foi de 2,50% para 2,37% no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira (28). Há quatro semanas, a estimativa era de crescimento de 2,75%. Para 2019, o mercado manteve a previsão de alta do PIB de 3,00%, mesmo patamar de quatro semanas atrás.
No dia 16 de maio, o Banco Central divulgou os dados de seu Índice de Atividade (IBC-Br) referente a março. O indicador cedeu 0,74% em relação a fevereiro, na série com ajuste sazonal. No primeiro trimestre, houve uma queda de 0,86% ante o mesmo período do ano passado, na série sem ajuste sazonal. A projeção do BC, já passível de atualização, é de alta de 2,6% para o PIB em 2018. O Ministério da Fazenda ainda trabalha com um porcentual de 3,0%.
A mediana do IPCA - índice oficial da inflação - para 2018 foi de 3,50% para 3,60%, elevando a expectativa. Há um mês, o IPCA estava em 3,49%. Já a projeção para o índice em 2019 passou de 4,01% para 4,00%. Quatro semanas atrás, estava em 4,03%. Em abril, o IPCA subiu 0,22%, abaixo do que era esperado pelo mercado. No acumulado do ano, o índice de preços avançou 0,92%.
O câmbio no fim deste ano passou de R$ 3,43 para R$ 3,48, ante os R$ 3,35 verificados há um mês. Já o câmbio médio no ano passou de R$ 3,45 para R$ 3,46, ante R$ 3,34 de um mês atrás. Para 2019, a projeção para o câmbio no fim do ano foi de R$ 3,45 para R$ 3,47, ante R$ 3,40 de quatro pesquisas atrás. Já a expectativa para o câmbio médio no próximo ano seguiu em R$ 3,40, ante R$ 3,37 de um mês atrás.
O mercado projeta que a Selic este ano passa de 6,25% ao ano para 6,50% ao ano. Há um mês, estava em 6,25%. Já a projeção para a Selic em 2019 permaneceu em 8,00% ao ano, valor igual ao verificado há quatro semanas. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) publicou a ata de seu último encontro, quando a Selic foi mantida em 6,50% ao ano, contrariando a maioria dos economistas do mercado.
No relatório Focus desta segunda-feira, a projeção para a produção industrial de 2018 seguiu indicando alta de 3,80%. Há um mês, estava em 4,28%. No caso de 2019, a estimativa de crescimento da produção industrial seguiu em 3,50%, igual ao verificado quatro semanas antes.
A pesquisa mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2018 seguiu em 55,00%. Há um mês, estava no mesmo patamar. Para 2019, a expectativa permaneceu em 57,00%, também igual ao verificado um mês atrás.
Balança comercial
Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2018 na pesquisa Focus. A estimativa de superávit comercial passou de US$ 56,10 bilhões para US$ 57,15 bilhões. Um mês atrás, a previsão estava em US$ 56,10 bilhões. Para 2019, a estimativa de superávit foi de US$ 47,63 bilhões para US$ 49,80 bilhões, ante US$ 45,00 bilhões de um mês antes.
Na estimativa mais recente do BC, o saldo positivo de 2018 ficará em US$ 56 bilhões.
No caso da conta corrente, as previsões contidas no Focus para 2018 foram de déficit de US$ 25,08 bilhões para resultado negativo de US$ 23,50 bilhões, ante US$ 25,00 bilhões de quatro semanas antes. Para 2019, a projeção de rombo passou de US$ 38,05 bilhões para US$ 38,40 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado para o próximo ano era de US$ 38,58 bilhões.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o resultado deficitário, tanto em 2018 quanto em 2019. A mediana das previsões para o IDP em 2018 seguiu em US$ 75,00 bilhões, igual a um mês atrás. Para 2019, a expectativa está em US$ 80,00 bilhões, mesmo valor de uma semana e um mês antes.