O trabalho, garantidor da sobrevivência e fonte de realização humana, encontra-se sob fogo cruzado do poder do capital concentrado em poucas corporações, atacado por "reformas" governamentais e ameaçado por tecnologias poupadoras de mão de obra. Nunca o trabalho produziu tanta riqueza no mundo como agora. No entanto os governantes, marionetes dos bilionários da lista da Forbes, aplicam um grande saque nos direitos dos trabalhadores, com a justificativa de que "não há capital suficiente para suportar excessos de direitos".
No entanto uma única pessoa, o bilionário Jeff Bezos, proprietário da Amazon, tem US$ 104 bilhões, valor suficiente para reduzir o sofrimento dos 41 milhões de norte-americanos desempregados que vivem com pouco mais de US$ 1 por dia. Os endinheirados, aqueles que frequentam os salões do Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, alertam sorridentes que novas tecnologias provocarão uma multidão de "inadaptados". Segundo o IBGE, o Brasil possui 13,7 milhões de desempregados. A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED-RS), extinta pelo governo do RS sob alegação de falta de recursos, revelou 219 mil gaúchos sem emprego. O mais preocupante é o retrocesso na renda para os patamares da década de 1990, desemprego e baixos salários, uma combinação explosiva.
Enquanto o País nega emprego para o povo, grupo de seis bilionários nativos possui a mesma riqueza que os 100 milhões de brasileiros mais pobres. O apavorante é que esses indicadores de extrema desigualdade são noticiados, e não causam mal-estar. Neste 1 de Maio, não há motivos para festejos. Porém, a nossa capacidade de sonhar, herdada de nossos antepassados, que lutaram por trabalho e direitos, está intacta. Olharemos para o horizonte e sonharemos com uma sociedade feita de trabalho decente e alicerçada nos princípios da igualdade e da fraternidade. Perseguindo esse sonho seguiremos evitando que a humanidade descambe para a barbárie.
Presidente da CUT-RS