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Governo do Rio Grande do Sul quer atrair investimento da Toyota
No encontro, Sartori trocou presentes com executivo da Toyota
Cleber Benvegnú/Palácio Piratini/Divulgação/JC
Guilherme Kolling
Desde a coletiva de imprensa no Brasil, na semana passada, uma agenda do governo do Estado chama a atenção de todos e cria expectativas: um jantar com dirigentes da Toyota Motors, em Tóquio, no encerramento do primeiro dia de atividades. O encontro, reservado, não teve a presença nem da imprensa do Palácio Piratini. Apenas um grupo pequeno de secretários e dirigentes empresarias do Rio Grande do Sul participaram.
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Desde a coletiva de imprensa no Brasil, na semana passada, uma agenda do governo do Estado chama a atenção de todos e cria expectativas: um jantar com dirigentes da Toyota Motors, em Tóquio, no encerramento do primeiro dia de atividades. O encontro, reservado, não teve a presença nem da imprensa do Palácio Piratini. Apenas um grupo pequeno de secretários e dirigentes empresarias do Rio Grande do Sul participaram.
Em Porto Alegre, o secretário estadual do Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Márcio Biolchi, tentou minimizar a agenda, afirmando que se tratava de um encontro de cortesia, considerando que o governo iria ao Japão e não faria sentido perder a oportunidade de estreitar relações com a empresa japonesa que, desde 2005, mantém um Centro de Distribuição (CD) em Guaíba.
"Nós vamos ter um jantar com a Toyota, que tem uma operação aqui no Rio Grande do Sul. Eu já antecipo para ter o cuidado de não especular. É um jantar de trabalho, mas também em consideração à presença deles aqui. Eu falo isso porque nas últimas semanas já me consultaram na secretaria se a Toyota estaria vindo para cá. Gente, não é isso. Nós vamos ao Japão, eles tem uma operação aqui, o CD, e nós vamos aproveitar. Eu trato isso até para não botar uma carga na empresa", ressaltou Biolchi na entrevista que concedeu em Porto Alegre com os outros secretários que foram à missão.
Entretanto, ontem à noite, depois de 12 horas seguidas de agenda, no ônibus que levava a delegação de volta ao hotel na capital japonesa, Biolchi quebrou o silêncio, antecipando que a agenda seguinte, para a qual poucos teriam acesso, era sim algo muito importante para o governo. O secretário começou reforçando a tese da cortesia, mas logo em seguida revelou que o Palácio Piratini busca um novo investimento da montadora. Informou que o governo federal prepara o lançamento de um novo programa automotivo, o "Rota", em que o incentivo para as montadoras estrangeiras seria focado em fabricar no Brasil veículos mais modernos e eficientes.
O governo gaúcho já está fazendo a sua parte e tratou de enviar um projeto de lei para a Assembleia Legislativa, há cerca de 15 dias, com mudanças no Fundo Operação Empresa (Fundopem), com o claro objetivo de obter investimentos em tecnologia na área automotiva. A ideia é que além de atrair a produção industrial, se busque também a parte tecnológica.
"Hoje do ferramental que é utilizado no Rio Grande do Sul, uma parte é produzida fora do Estado e nós estamos permitindo que isso seja contemplado e incentivado dentro do Fundopem. Ou seja, atrair a parte daquilo que nós não temos, inclusive arrecadando em cima dessa atividade em que o Estado perde muito para outros estados, gera emprego fora e gera também crédito tributário fora. Então, complementado com aquilo que vai mudar no Brasil, nós também vamos mostrar (no jantar) o avanço da política de investimentos no Rio Grande do Sul na parte do setor automotivo."
Biolchi reforçou que o Fundopem tem três prioridades - setor do agronegócio, polo naval e automotivo. E que a reunião com a Toyota, além de um jantar de aproximação com o Estado, seria também, sim, de trabalho. "Eles estudam parcerias com empresas gaúchas", pontuou. E concluiu: "é um jantar de cortesia, mas temos expectativas". Pelo menos um dos executivos que trabalhou na Toyota no Brasil participara do jantar.
O governador José Ivo Sartori foi na mesma linha, sobre a expectativa para o jantar. "Convite a gente sempre aceita. Melhor seria que eles fossem colocar uma unidade lá... Assim como foi quando conquistamos o centro de distribuição de peças da Ford em 2015 já foi um dado positivo."
A Toyota mantém quatro plantas em São Paulo - duas montadoras, uma fábrica de motores e outra de peças. No Rio Grande do Sul, tem o centro de distribuição de Guaíba, em uma área total de 58 mil m2.