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Economia

- Publicada em 05 de Junho de 2017 às 22:55

Governo do Rio Grande do Sul quer atrair investimento da Toyota

No encontro, Sartori trocou presentes com executivo da Toyota

No encontro, Sartori trocou presentes com executivo da Toyota


Cleber Benvegnú/Palácio Piratini/Divulgação/JC
Guilherme Kolling
Desde a coletiva de imprensa no Brasil, na semana passada, uma agenda do governo do Estado chama a atenção de todos e cria expectativas: um jantar com dirigentes da Toyota Motors, em Tóquio, no encerramento do primeiro dia de atividades. O encontro, reservado, não teve a presença nem da imprensa do Palácio Piratini. Apenas um grupo pequeno de secretários e dirigentes empresarias do Rio Grande do Sul participaram.
Desde a coletiva de imprensa no Brasil, na semana passada, uma agenda do governo do Estado chama a atenção de todos e cria expectativas: um jantar com dirigentes da Toyota Motors, em Tóquio, no encerramento do primeiro dia de atividades. O encontro, reservado, não teve a presença nem da imprensa do Palácio Piratini. Apenas um grupo pequeno de secretários e dirigentes empresarias do Rio Grande do Sul participaram.
Em Porto Alegre, o secretário estadual do Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Márcio Biolchi, tentou minimizar a agenda, afirmando que se tratava de um encontro de cortesia, considerando que o governo iria ao Japão e não faria sentido perder a oportunidade de estreitar relações com a empresa japonesa que, desde 2005, mantém um Centro de Distribuição (CD) em Guaíba.
"Nós vamos ter um jantar com a Toyota, que tem uma operação aqui no Rio Grande do Sul. Eu já antecipo para ter o cuidado de não especular. É um jantar de trabalho, mas também em consideração à presença deles aqui. Eu falo isso porque nas últimas semanas já me consultaram na secretaria se a Toyota estaria vindo para cá. Gente, não é isso. Nós vamos ao Japão, eles tem uma operação aqui, o CD, e nós vamos aproveitar. Eu trato isso até para não botar uma carga na empresa", ressaltou Biolchi na entrevista que concedeu em Porto Alegre com os outros secretários que foram à missão.
Entretanto, ontem à noite, depois de 12 horas seguidas de agenda, no ônibus que levava a delegação de volta ao hotel na capital japonesa, Biolchi quebrou o silêncio, antecipando que a agenda seguinte, para a qual poucos teriam acesso, era sim algo muito importante para o governo. O secretário começou reforçando a tese da cortesia, mas logo em seguida revelou que o Palácio Piratini busca um novo investimento da montadora. Informou que o governo federal prepara o lançamento de um novo programa automotivo, o "Rota", em que o incentivo para as montadoras estrangeiras seria focado em fabricar no Brasil veículos mais modernos e eficientes.
O governo gaúcho já está fazendo a sua parte e tratou de enviar um projeto de lei para a Assembleia Legislativa, há cerca de 15 dias, com mudanças no Fundo Operação Empresa (Fundopem), com o claro objetivo de obter investimentos em tecnologia na área automotiva. A ideia é que além de atrair a produção industrial, se busque também a parte tecnológica.
"Hoje do ferramental que é utilizado no Rio Grande do Sul, uma parte é produzida fora do Estado e nós estamos permitindo que isso seja contemplado e incentivado dentro do Fundopem. Ou seja, atrair a parte daquilo que nós não temos, inclusive arrecadando em cima dessa atividade em que o Estado perde muito para outros estados, gera emprego fora e gera também crédito tributário fora. Então, complementado com aquilo que vai mudar no Brasil, nós também vamos mostrar (no jantar) o avanço da política de investimentos no Rio Grande do Sul na parte do setor automotivo."
Biolchi reforçou que o Fundopem tem três prioridades - setor do agronegócio, polo naval e automotivo. E que a reunião com a Toyota, além de um jantar de aproximação com o Estado, seria também, sim, de trabalho. "Eles estudam parcerias com empresas gaúchas", pontuou. E concluiu: "é um jantar de cortesia, mas temos expectativas". Pelo menos um dos executivos que trabalhou na Toyota no Brasil participara do jantar.
O governador José Ivo Sartori foi na mesma linha, sobre a expectativa para o jantar. "Convite a gente sempre aceita. Melhor seria que eles fossem colocar uma unidade lá... Assim como foi quando conquistamos o centro de distribuição de peças da Ford em 2015 já foi um dado positivo."
A Toyota mantém quatro plantas em São Paulo - duas montadoras, uma fábrica de motores e outra de peças. No Rio Grande do Sul, tem o centro de distribuição de Guaíba, em uma área total de 58 mil m2.
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