Mais duas lojas do Walmart em Porto Alegre fecham as portas. São duas filiais da bandeira Nacional. Uma fica na rua Lucas de Oliveira, no bairro Mont'Serrat, e outra na avenida Wenceslau Escobar, no bairro Tristeza, na zona sul da Capital gaúcha. A medida já era esperada, pois cumpre estratégia do grupo norte-americano de reduzir operações menores e focar as lojas que passarão a ter a bandeira Walmart.
A assessoria da rede informa que são 100 pontos do grupo no Rio Grande do Sul, já sem as duas que estão sendo desativadas. Na Capital, além de oito lojas do Nacional (antes dos novos fechamentos eram 10), são ainda três do hipermercado BIG, um Sam's Club e um Maxxi-Atacado. Os pontos que estão sendo desativados devem ficar abertos até esta terça-feira (4), mas dependerá da oferta de itens.
Os dois estabelecimentos entraram em liquidação de quase todos os itens, com descontos de mais de 60%. A clientela da vizinhança das lojas e também quem não costuma comprar no Nacional correu para os pontos. Na filial da Lucas de Oliveira, as pessoas saíam com carrinhos e sacolas cheias. Nos caixas, longas filas se formaram para pagar pelos produtos. Muitos reclamavam que haviam chegado, e itens como carne e ovos de chocolate, com preços 50% a 60% mais baratos, já haviam esgotado.
Tereza não frequenta o Nacional, mas aproveitou os descontos. Foto: Patrícia Comunello
A dona de casa que mora em um bairro vizinho ao Nacional da Lucas, como normalmente era chamado, Tereza Heffel, soube no começo da manhã das promoções para o fechamento e correu ao súper. "Como tinha de vir ao supermercado, viemos aqui, mas vou sempre ao Zaffari", disse Tereza. Ovos de Páscoa com 60% até 70% de desconto foram disputados. A dona de casa encheu sacolinhas que quase não dava conta do peso. O marido puxou um carrinho abarrotado de compras.
A funcionária pública Fabiana Machado deixou a filha no colégio e aproveitou para entrar na loja. "Comprei ovos, não sei quantos", admitiu Fabiana, que só lamentou o tempo de espera na fila. A funcionária pública disse que frequenta a loja e que fará falta na região. "Eles vinham melhorando nos últimos tempos", citou a cliente. Na fila, cestinhos demarcavam espaço no chão. Ovos de Páscoa dominavam as compras. Muitos se ressentiam de não encontrar mais itens.
Filas nos caixas com cestinhos lotados de produtos na lojas da Lucas de Oliveira
Um representante do Walmart que acompanhava o movimento e fluxo de atendimento comentou que, com exceção de bebidas e produtos como arroz, feijão, as demais mercadorias serão todas liquidadas na loja. A intenção é abrir ainda nesta terça-feira (4), até as 17h, mas vai depender se sobrar produto. "Tive de fechar os portões porque encheu muito", disse, por volta do meio-dia. Na loja da Wenceslau Escobar, foi feito o mesmo, devido ao grande fluxo.
Em nota, o Walmart alegou que revisa constantemente suas operações, "podendo fechar unidades que não apresentem desempenho satisfatório". Também diz que ofereceu aos funcionários a transferência a outras lojas da rede. "Quem não aceitou, receberá treinamento para recolocação profissional." Além disso, a nota informa que o grupo investirá cerca de R$ 1 bilhão na transformação dos hipermercados da rede em três anos. Uma das mudanças é tirar de cena a marca BIG que vai virar Walmart. A primeira troca de bandeira ocorreu na filial em Novo Hamburgo.
Mais duas lojas TodoDia serão abertas em 2017, mas não é informado o local. As medidas buscam, diz a rede, "crescimento sustentável". No ranking de 2017 da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o Walmart aparece em terceiro lugar, com receita bruta de R$ 29,4 bilhões em 2016, 0,34% acima do faturamento de 2015, que somou R$ 29,4 bilhões, praticamente sem nenhum crescimento nominal. No ranking de 2016 (referente a números de 2015), o Walmart se manteve em terceiro.
Alguns dos pontos fechados pelo Walmart foram alocados e agora têm
bandeiras do Asun, como na avenida Plínio Brasil Milano e rua da República. O Asun também vai assumir lojas na Região Metropolitana. Unidade fechada em frente ao HPS, na esquina da rua Venâncio Aires com avenida Osvaldo Aranha, virou CenterShop. As lojas da rua Miguel Tostes e avenida Protásio Alves não foram ainda ocupadas. Também continuam sem sucessor os pontos no Shopping Rua da Praia e
Iguatemi, onde as filiais da rede foram encerradas no começo de 2017.
Lojas fechadas e ainda em operação do Nacional em Porto Alegre:
Fechadas:
Em 2017: shopping Iguatemi, Rua da Praia Shopping, rua Lucas de Oliveira e avenida Wenceslau Escobar. Anos anteriores (processo de redução de tamanho da rede): avenida Plínio Brasil Milano, rua Francisco Trein, rua Miguel Tostes e rua da República.
Onde ainda tem filiais:
Porto Alegre
- Shopping Praia de Belas (bairro Praia de Belas)
- Avenida Aureliano de Figueiredo Pinto, 789 (bairro Cidade Baixa)
- Avenida José de Alencar, 998 (bairro Menino Deus)
- Avenida Teresópolis, 2893 (bairro Teresópolis)
- Rua Carazinho, 788 (bairro Bela Vista)
- Rua Vicente da Fontoura, 1135 (bairro Santana)
- Rua Romaguera da Cunha Correa, 60 (bairro Jardim Leopoldina)
- Rua Gomes de Freitas,73 (bairro Jardim Sabará)
Interior: Alegrete, Bagé, Barra do Ribeiro, Cachoeirinha, Camaquã, Canoas, Capão da Canoa, Cruz Alta, Esteio, Gramado, Gravataí, Guaíba (2), Ijuí, Imbé, Novo Hamburgo (2) Osório, Pelotas, Rosário do Sul, Santa Rosa, Santo Ângelo, Sapucaia do Sul, São Borja, São Gabriel, São Leopoldo, Taquara, Torres, Tramandaí, Três Passos, Xangri-Lá e Viamão.