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Publicada em 15 de Março de 2025 às 19:00

Bebida mineira conquista espaço entre os gaúchos

Alex Freire e Gabriel Rochael são sócios da Xeque Mate Bebidas, que completa 10 anos em 2025

Alex Freire e Gabriel Rochael são sócios da Xeque Mate Bebidas, que completa 10 anos em 2025

Iury Emanuel / Divulgação / JC
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Amanda Flora
Amanda Flora
Xeque-mate até pode significar que o jogo acabou quando o assunto é xadrez. Mas, no Carnaval o termo ganhou outro significado. E os responsáveis por essa mudança são os sócios da Xeque Mate, uma marca de bebida pronta para consumo, que nasceu em Belo Horizonte e completa 10 anos em 2025.
Xeque-mate até pode significar que o jogo acabou quando o assunto é xadrez. Mas, no Carnaval o termo ganhou outro significado. E os responsáveis por essa mudança são os sócios da Xeque Mate, uma marca de bebida pronta para consumo, que nasceu em Belo Horizonte e completa 10 anos em 2025.
Chá-mate, rum, guaraná, limão e gelo para finalizar. Essa é a alquimia mineira que encantou o Carnaval de 2025 no Brasil inteiro. No Rio Grande do Sul não foi diferente: a bebida caiu no gosto dos gaúchos e se tornou febre, sendo uma das mais vendidas nos bares da Capital. O Empresas & Negócios conversou com Alex Freire, diretor-executivo e fundador da marca Xeque Mate - que, segundo ele mesmo, "começou de forma espontânea por dois universitários", ele e seu sócio, Gabriel Rochael. Em pleno crescimento e expansão pelo Brasil, a marca chama a atenção do setor de bebidas alcoólicas com um diferencial importante: é um produto 100% nacional.
Empresas & Negócios - Como a Xeque Mate Bebidas começou?
Alex Freire - A Xeque Mate começou de maneira espontânea, porque eu e o meu sócio Gabriel produzíamos eventos quando mais novos. Fazíamos a gestão de diversos eventos na época da faculdade. Numa oportunidade, um dos nossos clientes pediu para desenvolvermos um drink com chá-mate. Meu sócio fez a mistura, o primeiro esboço do que viria a ser o produto, e nós começamos a oferecer em todos os eventos em que estávamos envolvidos. Com o tempo, fomos reparando que a bebida estava gerando um apelo muito alto. Em muitos eventos, a bebida vendia mais do que cerveja, catuaba ou vodca com energético. Gradualmente, a Xeque Mate foi dominando essa parte de drinks. E veio essa oportunidade de negócio. Alugamos uma casa e construímos a primeira fábrica, bem artesanal. Começamos a vender naqueles galões de gasolina, aqueles de 5 litros, era uma coisa bem artesanal. Hoje em dia, faturamos 6 milhões de latas por mês, e a empresa foi se estruturando. Temos um corpo de aproximadamente 200 funcionários e estamos em quase 10 mil pontos de venda.
E&N - Quando vocês começaram?
Freire - Começamos em 2015. A empresa está fazendo 10 anos em 2025.
 
 
E&N - E o que é esse produto? Qual é o processo de produção, matéria-prima e distribuição?
Freire - A nossa fábrica é uma mistura de fábrica de cerveja com fábrica de refrigerante, porque temos que fazer a extração do mate. Os ingredientes da bebida são mate, rum, guaraná e limão. Esses são os produtos desde quando começamos. Lógico que hoje a fórmula já é bem mais complexa, os ingredientes são melhores, tudo de origem natural, o produto tem muita qualidade. E tudo é produzido na nossa fábrica em Minas Gerais. Produzimos tudo e é bem parecido com o processo de cervejas.
E&N - De onde vem os ingredientes utilizados na fabricação da bebida??
Freire - O mate nós compramos do Paraná e fazemos o extrato padronizado na nossa fábrica. O guaraná compramos da Amazônia, fazemos o xarope parecido com um licor de guaraná, para poder misturar. O rum nós produzimos também e, inclusive, temos uma marca de rum que se chama mascate e estamos estudando para lançar o destilado.
E&N - Então vocês já estão com a ideia de lançar uma marca de rum?
Freire - Na verdade, nós temos uma rede de bares em Belo Horizonte que se chama Mascate e já carrega o nome do rum. O nosso plano é lançar o rum na sequência, que é o mesmo usado para fazer a Xeque Mate.
E&N - Como é trabalhar nesse mercado?
Freire - Quando começamos, acabamos meio que criando uma nova categoria de bebidas no Brasil, a categoria dos drinks prontos. Já tinha alguma coisa nos Estados Unidos, mas no Brasil era bem tímido. Quando começamos, não tinha nem espaço na gôndola do supermercado para colocar o produto, hoje já temos espaço separado. Eles chamam de RTDs, sendo a sigla em inglês para Ready To Drink (significa "pronto para beber").
E&N - E como foi contribuir com o início de uma nova categoria de bebidas?
Freire - Em 2015, quando começamos, só existia a Smirnoff Ice, que nem era de fato uma categoria. Hoje somos líderes praticamente em quase todas as vezes que sai algum dado de vendas. A Xeque Mate vende mais do que Smirnoff Ice e Skol Beats. A nossa principal concorrente é a Skol Beats, inclusive, que é da Ambev. A Ambev até distribui nosso produto. Eles têm uma plataforma de distribuição que utilizamos. Eles são bem parceiros, na verdade.
 
E&N - Que desafios vocês enfrentam nesse processo da expansão da marca?
Freire - O principal desafio é o Brasil ser muito grande, mas, ao mesmo tempo, é uma coisa boa. Esse trabalho de construção de marketing é muito de formiguinha, você tem que ficar cativando os consumidores, pontos de venda, redes e distribuidoras, criando esse hábito de consumo. Então, é um trabalho que é lento, mas é um trabalho bem legal de ser feito. Ele começa, por exemplo, nos principais bares, depois nas casas noturnas da cidade e então nós já fechamos com as redes de supermercados. Conversamos com influenciadores digitais das cidades e nos preocupamos em entender a cultura local, para vermos onde que a nossa cultura casa com a cultura da cidade e, assim, poder fazer uma comunicação legal. É um trabalho de construção de marca, ao mesmo tempo que é muito trabalhoso, também é legal, porque em todos os lugares que emplacamos o público costuma ser bem fiel.
E&N - Quais são os principais desafios do setor de bebidas alcoólicas no Brasil?
Freire - Acho que o maior desafio é que tem muita concorrência, marcas grandes, companhias e multinacionais. Só que o brasileiro gosta muito de beber. Então, eu acho que tem espaço para todo mundo. A parte de distribuição e imposto vale para todo mundo, acaba que nesse aspecto é uma competição justa, porque os distribuidores são poucos no Brasil. O difícil é criar a demanda por um produto, o desafio maior é cativar os consumidores com a marca.
E&N - Quando vocês chegaram ao Rio Grande do Sul? Tiveram alguma dificuldade para se instalar no Estado?
Freire - Em Porto Alegre, nós já nos cadastramos algumas vezes, hoje vendemos no Atacadão, no
Zaffari e no Stock Center. E estamos vendendo super bem nessas redes. Na Região Sul, começamos por Florianópolis e a resposta foi ótima, tanto que Florianópolis hoje, é uma das capitais que mais vende. E depois viemos para Porto Alegre com um trabalho pontual, que está começando a pegar corpo agora. Mas, seguimos o mesmo plano. Começamos pelas casas noturnas, bares da cidade e depois fechamos com uma rede mais relevante. No momento em que uma rede está vendendo bem, as outras tendem a copiar e vamos expandindo.
 
E&N - O que chega ao consumidor? Vocês oferecem algum outro produto além da bebida?
Freire - Por enquanto não. O que oferecemos aos consumidores são as opções de 355 ml e 473 ml da bebida em lata. Esse ano nós vamos ter alguns lançamentos, mas é segredo.
E&N - E é possível viver das vendas da marca atualmente?
Freire - Com certeza, nós estamos fazendo mais de 3 milhões de latas por mês, estamos com quase 200 funcionários e com uma empresa bem estruturada. Nossa fábrica fica em Belo Horizonte.
 

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