O Café Aquários, um dos mais tradicionais pontos de encontro de Pelotas, completa 55 anos em 2025. Localizado na esquina das ruas XV de Novembro e 7 de Setembro, o estabelecimento faz parte da história da cidade, sendo palco de negociações, encontros e momentos marcantes para gerações de frequentadores.
O espaço, adquirido em 1970 pelo português Ramiro Rodrigues, ganhou esse nome pelas amplas janelas de vidro, que permitem a quem passa observar a movimentação no interior. “Muitos hectares de terra, fazendas e prédios foram vendidos ali na mesa do Café Aquários. Negócios eram fechados e, muitas vezes, os clientes saíam direto para o cartório”, relembra.
A tradição do café como ponto de encontros vem desde os tempos em que o local se chamava Café Nacional, a partir de 1942. Na época, era frequentado principalmente por negociantes de terras e gado, que firmavam acordos com um simples aperto de mãos. Posteriormente, passou a ser administrado pela Torrefadora de Café 35, sendo renomeado para Café 35. Foi somente em 1970 que o espaço recebeu o nome de Café Aquários, já sob nova gestão.
Além de negócios, o local testemunhou momentos especiais na vida de seus clientes. “Já tivemos pedidos de casamento, noivos que tomaram o último café solteiros e outros que vieram tomar o primeiro cafezinho depois do casamento”, conta Rodrigues. Com o tempo, o café se tornou um espaço ainda mais democrático, reunindo pessoas de diferentes perfis, de estudantes a aposentados, de políticos a turistas.
Rodrigues passou a vida no Café Aquários, depois de emigrar para o Brasil, vindo da freguesia de Cedrim, em Portugal. “Eu cheguei a Pelotas com 18 anos e, praticamente com 20, entrei para o café e nunca mais saí de lá”, afirma. Hoje, ele vê o filho conduzindo a renovação do espaço, garantindo que a tradição continue. “Tenho orgulho porque o meu filho tem dado uma renovação ao café e está indo bem. Foi a minha vida”, resume.
Mesmo com as transformações na cidade e nos hábitos dos frequentadores, o Café Aquários mantém sua essência. O aroma do café, o burburinho das conversas e a movimentação nas grandes janelas seguem fazendo parte do dia a dia de Pelotas, consolidando o espaço como um símbolo da cidade.