As artes plásticas têm lugar garantido na história bicentenária, em especial pelo Grupo de Bagé, com a cidade vinculando-se, para sempre, às fulgurantes trajetórias de Glauco Rodrigues, Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves e Glênio Bianchetti. Estes até idealizaram, nos anos 1970, o I Encontro Nacional de Artistas Plásticos, com os participantes hospedando-se nas estâncias, vivência inspiradora das obras levadas à exposição final. O Museu da Gravura Brasileira, resultante do evento, abriga um acervo precioso de obras. É também decisiva a influência de Marli Meira, pintora refinada, educadora de escol, doutora e autora de livros, uma inestimável semeadora. E em Bagé palpitam, constantemente, o Culturasul, Cenarte, Casa de Cultura, Ecoarte, Secretaria da Cultura, Educação Artística da Urcamp, CDE Odessa Macedo, IMBA, Escolinha de Arte Tia Leda, oficinas e outros movimentos, nos quais atua tão grande número de artistas e incentivadores que não é prudente nomeá-los, pelo risco de omissões.
A exemplo da farta e estimulante literatura da História da Arte, cabe destacar as iniciativas locais que têm se ocupado também em inovar. Alguns a produzirem papéis especiais a partir das bananeiras e de outros vegetais; outros selecionando, experimentando e mostrando o uso das nossas argilas. Até a ciência entrou a serviço da arte, com Clara Vaz cuidando da preservação das ovelhas autóctones e da adequada utilização de suas lãs, um dos nossos mais tradicionais artesanatos. Recordar que o pioneiro das Escolinhas de Arte no Brasil, Augusto Rodrigues, esteve em Bagé constatando in loco a ação de Margot Lemos de Carvalho, Marli Meira e Marilu Teixeira, semeando ensinamentos a jovens militantes da educação pela arte. Entre os muitos merecedores de citação há inclusive os novos valores, que luzem nestes dias quando, a cada semana de aniversário da cidade, o Arte na Vitrine integra a comunidade, mobilizando inúmeros participantes.
Engenheiro civil, Bagé/RS