O mapa preliminar da 41ª rodada de Distanciamento Controlado no Rio Grande do Sul traz 16 regiões classificadas com bandeiras vermelhas e apenas cinco com bandeira laranja no Estado. O tom do estudo veio mais pesado com o alerta para o esgotamento da capacidade hospitalar e a velocidade de propagação do vírus da Covid-19. Com o aumento de regiões com alto risco de contaminação, o governo também fez alertas específicos sobre cuidados e o estágio da doença nos municípios gaúchos.
Entre os indicadores monitorados pelo sistema de enfrentamento à pandemia, o número de confirmados em leitos clínicos cresceu em 23%, enquanto os registros de hospitalização subiram 32% e o número de óbitos inflou em 16%. As internações em UTI se mantiveram estáveis, com aumento de 1%.
"A segurança pública do Estado, em conjunto com os municípios, está pronta para agir de maneira preventiva, evitando aglomerações e festas clandestinas. Mas precisamos que a sociedade gaúcha contribua e siga tomando todos os cuidados necessários", destaca o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, ao solicitar à população que respeite os protocolos no feriado de Carnaval. As festas estão proibidas.
O Gabinete de Crise chama a atenção dos gaúchos principalmente quanto à higienização constante das mãos, e ressalta a importância de evitar aglomerações e mantém o uso obrigatório de máscara em todas as bandeiras.
Conforme os dados desta rodada do mapa de Distanciamento Controlado, na última semana, o volume de pacientes confirmados em UTI cresceu nas macrorregiões Centro-Oeste (7 pessoas), Metropolitana (17) e Vales (8). Também houve aumento de confirmados em leitos clínicos na semana nas macrorregiões Centro-Oeste (47), Metropolitana (71), Norte (32) e Serra (42) e Vales (18).
Lajeado apresentou aumento significativo nos indicadores individuais. Tanto o número de hospitalizações confirmadas para Covid-19 registradas quanto o número de hospitalizações confirmadas para a doença registradas por 100.000 habitantes tiveram um aumento de 53%. Além disso, o número de óbitos nos últimos sete dias cresceu cerca de 60% (de cinco casos, passou para oito).
A região de Guaíba também ganhou destaque, com aumento de 81% no número de hospitalizações por Covid-19, passando de 16 para 29 pacientes, e ampliação de 20% no número de óbitos nos últimos sete dias (passando de 10 para 12 registros).
Em Uruguaiana, os registros de internações por Covid-19 passaram de 18 para 27 (50% a mais). E, apesar da queda de 38% no número de óbitos, o efeito do aumento de 12% nos internados em UTI na macrorregião Centro-Oeste fez com que o indicador de projeção de óbitos se mantivesse em bandeira preta, mesmo que tenha reduzido o valor de 5,26 para 5,02.
O pior aumento (900%) em número de óbitos foi registrado em Erechim, que passou de um caso para dez. A região apresentou piora na avaliação de três indicadores, totalizando dois destes com avaliação de risco máxima (bandeira preta).
Em Ijuí, apesar de ter aumentado em 250% o número de óbitos nos últimos sete dias (de dois para sete), os indicadores de hospitalizações confirmadas para Covid-19 ficaram estáveis.
A P1 é uma variante da Covid que tem como característica já conhecida a maior capacidade de transmissão, ou seja, transmite mais rapidamente o vírus de uma pessoa para outra.
A variante predominante no Estado é a P2, ainda em estudos. “Não sabemos como irá evoluir o cenário a partir da interação das duas variantes no mesmo ambiente”, explica a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), Cynthia Molina Bastos.
Nesta semana, a salvaguarda atuou efetivamente nas regiões de Santa Cruz do Sul e Lajeado, mantendo a bandeira vermelha. A regra vigente desde a 35ª rodada garante bandeiras de risco alto e altíssimo (vermelha e preta) quando a região tem elevada quantidade de novas hospitalizações de pacientes confirmados com Covid-19 (conforme a região de residência do paciente) e, ao mesmo tempo, está inserida em uma macrorregião com baixa capacidade hospitalar.