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Publicada em 21 de Abril de 2025 às 08:28

Francisco teve papado de 12 anos marcado por ações inclusivas e carisma

Francisco ficou mais de 12 anos no posto, após ser eleito e assumir em março de 2013

Francisco ficou mais de 12 anos no posto, após ser eleito e assumir em março de 2013

Alberto PIZZOLI/AFP/JC
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Folhapress
O papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira (21), ficou mais de 12 anos no posto, após ser eleito e assumir em março de 2013. Ao longo de mais de uma década de papado, o religioso argentino, o primeiro papa das Américas, procurou imprimir na Igreja uma imagem mais inclusiva, tanto no aceno à comunidade LGBT, como por meio das viagens e nomeações de cardeais de fora do eixo europeu.
O papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira (21), ficou mais de 12 anos no posto, após ser eleito e assumir em março de 2013. Ao longo de mais de uma década de papado, o religioso argentino, o primeiro papa das Américas, procurou imprimir na Igreja uma imagem mais inclusiva, tanto no aceno à comunidade LGBT, como por meio das viagens e nomeações de cardeais de fora do eixo europeu.
O pontificado praticamente começou com uma visita ao Brasil, na Jornada Mundial da Juventude, em 2013.

O papado de Franciso ano a ano, de 2013 a 2025:

2013
  • 13 de março: o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio é eleito o primeiro papa latino-americano; na época, ele tinha 76 anos.
  • 22 a 29 de julho: o Brasil é o primeiro destino internacional do papa Francisco. Ele vai ao Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude. Esta seria a única vinda do pontífice ao território brasileiro. Uma das missas conduzidas pelo argentino reúne uma multidão de cerca de 3,5 milhões de pessoas na praia de Copacabana.
  • 29 de julho: em uma de suas primeiras declarações sobre tema espinhoso para a Igreja, papa afirma que as pessoas gays não devem ser marginalizadas, mas integradas à sociedade. Também diz que não se sente em condição de julgá-los.
2014
  • 24 a 26 de maio: papa Francisco faz a primeira viagem à Terra Santa e convida os líderes de Israel e da Palestina para uma oração no Vaticano. O encontro histórico, com o objetivo de promover a paz no Oriente Médio, ocorre no mês seguinte.
2015
  • 18 de janeiro: missa do papa Francisco em Manila, capital das Filipinas, reúne 6 milhões de pessoas e quebra recorde de público. Marca anterior era de 5 milhões em missa conduzida por João Paulo 2º na mesma cidade, em 1995.
  • 8 de julho: pontífice argentino visita a Bolívia e recebe do então presidente, Evo Morales, uma imagem de Jesus Cristo entalhada em madeira, numa cruz formada por uma foice e martelo, símbolo histórico do comunismo. O presente provoca grande repercussão.
  • 9 de julho: Francisco faz um de seus discursos mais políticos ao defender uma "mudança da estrutura" mundial. Ele diz que o capitalismo é uma "ditadura sutil" e que movimentos sociais devem atuar para união entre os povos e preservação do ambiente.
  • 19 a 27 de setembro: o papa Francisco vai a Cuba e aos Estados Unidos, rivais históricos. Líderes dos países iniciam abertura nas relações bilaterais, com mediação do pontífice.
2016
  • 12 de fevereiro: Francisco volta a Cuba para um encontro histórico com o líder da Igreja Ortodoxa Russa, o patriarca Cirilo. Trata-se da primeira reunião entre os líderes das instituições desde o cisma que dividiu o cristianismo entre Oriente e Ocidente, há quase mil anos.
  • 22 de novembro: o papa autoriza permanentemente todos os sacerdotes católicos a absolver pessoas envolvidas com a prática do aborto (tanto mulheres quanto médicos, por exemplo) que decidirem se confessar.
2018
  • 26 de agosto: na Irlanda, papa "implora o perdão do Senhor" pelas agressões sexuais cometidas por padres católicos no país.
2020
  • Janeiro: início da pandemia de Covid. Francisco não realiza viagens apostólicas. Em julho, faz referência ao Brasil ao chamar de terrível a marca de uma morte por minuto devido ao coronavírus.
2021
  • 5 de março: Francisco vai ao Iraque numa das viagens consideradas mais tensas de seu pontificado, em meio à pandemia de Covid e violência no país; ele visita Mossul, cidade reduzida a escombros após ser ocupada pelo grupo terrorista Estado Islâmico.
  • 20 de julho: o papa proíbe celebração de missas em latim, contrariando o que havia sido estabelecido por seus antecessores Bento 16 e João Paulo 2º.
  • 10 de outubro: o pontífice dá início ao maior processo de consulta popular da Igreja, no qual convida 1,3 bilhão de fiéis a opinar sobre o futuro da instituição.
2022
  • 3 de novembro: o Vaticano anuncia uma mudança na doutrina da Igreja feita a pedido de Francisco que passa a considerar a pena de morte inadmissível em todos os casos.
2023
  • 5 de janeiro: Francisco realiza o funeral do papa emérito Bento 16, morto em 31 de dezembro de 2022, aos 95 anos.
  • 12 de março: Pontífice diz que o voto de celibato, ou seja, comprometer-se a não se casar ou manter relações sexuais com outrem, pode ser revisto pela Igreja. Declaração incomoda alas conservadoras do catolicismo.
  • 26 de abril: Papa autoriza que mulheres e leigos tenham direito a voto no sínodo. Decisão representa um avanço do pontificado em direção a uma Igreja mais aberta e plural
  • 2 de setembro: Em visita à Mongólia, Francisco diz que os governos não devem temer o trabalho da Igreja porque instituição não tem uma agenda política; viagem foi marcada por recado à vizinha China.
  • 18 de dezembro: em decisão histórica, Vaticano autoriza a bênção a casais de pessoas do mesmo sexo e àqueles considerados "em situação irregular", termo usado para se referir aos que estão em sua segunda união após um divórcio; instituição, porém, não altera seu veto ao casamento homoafetivo.
2024
  • 20 de maio: em uma de suas declarações mais criticadas, papa diz em uma reunião a portas fechadas com bispos italianos que os seminários já estão "cheios de viadagem" e que homens gays não podem ter permissão para se tornar padres; dias depois, pede desculpas.
  • 4 de setembro: em visita à Indonésia, papa elogia mulheres com muitos filhos ante outras que 'preferem ter um gato ou um cão pequeno'.
  • 27 de setembro: o pontífice afirma que a Igreja Católica deve pedir perdão por abusos sexuais a menores de idade.
  • 20 de novembro: Francisco aprova resolução que simplifica os funerais papais; texto retira a obrigação de que os pontífices sejam enterrados em três caixões sofisticados e interligados, feitos de cipreste, chumbo e carvalho. O argentino pede para ser sepultado em um caixão simples de madeira revestido de zinco.
2025
  • 11 de fevereiro: o papa condena medidas contra migrantes que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem empreendido em uma incomum carta aberta enviada aos bispos católicos americanos; segundo pontífice, deportações ferem dignidade de migrantes e vão acabar mal.
  • 14 de fevereiro: Francisco é internado no hospital Agostino Gemelli, em Roma, com pneumonia bilateral. Ele completa 12 anos de papado hospitalizado. O quadro se agrava, mas o pontífice tem altamais de um mês depois, em 23 de março.
  • 21 de abril: após participar brevemente das cerimônias de Páscoa, no domingo, dia 20, Francisco morre aos 88 anos

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