O balcão da frente de quem vende o que vai rechear os empreendimentos, de residenciais a corporativos, vive uma combinação de realidades rumo ao desfecho de 2022.
Negócios que atuam com faixas de renda mais baixa são mais afetados pela conjuntura adversa de alta da inflação e mercado de trabalho tentando se recompor. Setores com perfis que conseguem entregar mais valor, da experiência a padrão de produto, conseguem ter resultados melhores.
A concorrência também gera mais opções para empresas que buscam os insumos para seus empreendimentos.
A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, completou 12 meses, em julho, com queda de vendas de materiais no Estado. O recuo foi de 18,4% em julho.
No Brasil, a cena não muda. Até julho de 2021, o setor viveu no positivo, com a demanda da pandemia.
"Temos boas expetativas para o fechamento do ano. Agosto foi o melhor mês do ano", analisa o presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (Acomac), Genesvile Zanotelli.
O termômetro da Acomac aponta alta de 10,8% nas venda em agosto frente a julho. São 2 mil varejos de materiais na Região Metropolitana e 18,3 mil no Estado, que soma ainda 107 mil empregos.
A alta recorde nos preços, que chegou a 180% no cimento, deu trégua. Suprimento de diversos itens, prejudicado na pandemia, normalizou, garante Zanotelli. A demanda até dezembro terá retorno das reformas e novos projetos de empresas, diz.
"O consumidor de baixa renda foi mais afetado. Operações em outras faixas e segmentos conseguem crescer", afirma o presidente da CDL Porto Alegre, Irio Piva, que dirige a
Elevato, que abriu lojas, uma em Santa Catarina e terá uma unidade conceito em Porto Alegre, além de apostar em tecnologia, uso de ferramentas para mais proximidade com clientes.
"Vamos crescer 25% em 2022 e fomos bem em 2021, com alta de 40%", compara Piva, citando o ano passado foi "muito fora da realidade". Agora a concorrência também é maior, com redes nacionais e regionais ampliando (mais na página 14).