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Patricia Knebel

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Publicada em 16 de Abril de 2025 às 20:01

Gerdau quer ser mais colaborativa e aberta, aponta Gustavo França

Diretor global de TI e Digital da companhia destaca avanço na relação com startups

Diretor global de TI e Digital da companhia destaca avanço na relação com startups

Gerdau/Divulgação/JC
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O que realmente impacta a capacidade de inovação e adaptação corporativa é a forma como pessoas, processos e tecnologia são integrados para entregar valor. E nesse trinômio, gente é o grande diferencial, defende o diretor global de Tecnologia da Informação e Digital da Gerdau, Gustavo França. O Mercado Digital bateu um papo com o executivo durante a primeira edição do Gerdau Innovation Day, evento realizado no Instituto Caldeira durante a semana do South Summit Brazil, com a missão de fortalecer a conexão com o ecossistema e construir uma cultura de experimentação, colaboração e aprendizado contínuo.Mercado Digital - Como você enxerga a evolução na conexão entre grandes empresas e startups e como isso aconteceu dentro da Gerdau?
O que realmente impacta a capacidade de inovação e adaptação corporativa é a forma como pessoas, processos e tecnologia são integrados para entregar valor. E nesse trinômio, gente é o grande diferencial, defende o diretor global de Tecnologia da Informação e Digital da Gerdau, Gustavo França. O Mercado Digital bateu um papo com o executivo durante a primeira edição do Gerdau Innovation Day, evento realizado no Instituto Caldeira durante a semana do South Summit Brazil, com a missão de fortalecer a conexão com o ecossistema e construir uma cultura de experimentação, colaboração e aprendizado contínuo.

Mercado Digital - Como você enxerga a evolução na conexão entre grandes empresas e startups e como isso aconteceu dentro da Gerdau?
Gustavo França — No começo, tentava-se adaptar startups aos modelos corporativos sem flexibilidade. Hoje, aprendemos que inovação precisa estar conectada à estratégia. Desde 2014, iniciamos um movimento de transformação cultural. Agora, em 2025 estamos atualizando nossos comportamentos para sermos mais colaborativos e abertos. Simplificamos processos para permitir conexões mais ágeis com startups, desde a atração até a escala de soluções. E, claro, fomentamos a cultura de experimentação — um aprendizado fundamental da jornada.

Mercado Digital - Com novas tecnologias surgindo a cada momento, como decidir o que implementar, em que intensidade e com que investimento?
França — O principal não é a tecnologia em si, mas preparar as pessoas para o novo. A inovação não é só da área de inovação, ela precisa ser uma mentalidade da empresa inteira. Um exemplo é nosso programa de formação de cientistas de dados: muitos metodologistas viraram cientistas com o tempo. A gente habilita capacidades, estimula curiosidade e cria plataformas, como o Gerdau Intelligence, que permite experimentar IA generativa com nossos próprios dados, de forma orquestrada.
Mercado Digital - Como está a adoção da IA na Gerdau?
França — A IA já é usada na Gerdau há bastante tempo. Temos, por exemplo, gêmeos digitais que simulam operações da usina, ajudando a prever cenários e tomar decisões. Usamos também modelos de vídeo analítico com câmeras e 5G privado, em segurança do trabalho. A IA generativa chegou como complemento: recentemente começamos a usá-la na leitura de especificações de clientes. Um processo que antes levava 50 dias, agora é feito em poucas horas. Isso nos permite escalar eficiência em áreas críticas.

Mercado Digital - Como a Gerdau se conecta com os ecossistemas de inovação para para oxigenar esse processo e acelerar essa atualização do seu modelo de negócios?

FrançaEstamos nos principais polos de inovação no Brasil e no exterior. O objetivo é estar em contato com as startups e entender o que elas estão criando, ofertando e, também, fazer o nosso pitch reverso, levar o nosso desafio para que elas nos ajudem na interação. Recentemente, divulgamos um projeto realizado com uma startup que contribuiu conosco no uso da IA na questão do inventário florestal. Esse é um exemplo de uma parceria para endereçar um dilema real existente no negócio. Como é que a gente faz isso? Através dos parceiros, através da coalizão do ecossistema. Isso faz parte da nossa equação. A gente não vai fazer tudo dentro de caso. A ideia é que a gente possa conectar o que tiver.

Mercado Digital - Qual é o maior desafio de liderar a área de Tecnologia da Informação e Digital em uma companhia gigante?
França — O maior desafio é a gestão da mudança. É mostrar que o novo não vem para substituir, mas para transformar papéis. Como é que a gente pode não só colocar uma solução tecnológica, mas também apoiar no re-skilling, up-skilling, para que os profissionais consigam ter visão de que tem um novo papel dentro do ecossistema, tem um novo papel dentro da jornada? Eu diria que é esse o papel principal de uma liderança de transformação. É sobre gestão da mudança, fundamentalmente, focada em gente, processos e a tecnologia. A tecnologia é efêmera. No final do dia é isto: clareza de propósito em termos de processo e desprendimento para permitir com que a mudança venha e traga valor para a organização e para o cenário como um todo.

Mercado Digital - Qual a importância de realizar eventos como o Gerdau Innovation Day, e também estar presente em encontros como o South Summit Brazil?
França — Esses eventos reforçam nosso protagonismo como empresa inovadora. É uma forma de contribuir com o crescimento sustentável da sociedade local. É um espaço de prospecção, onde a gente não só vai ter a oportunidade de receber visitantes, os nossos clientes, mas também de ter contato com as startups, com o ecossistema.
É claro que de lá são geradas muitas conexões que a gente trata no momento posterior. Então, é um espaço de observação atenta do nosso lado, mas também de posicionamento da marca Gerdau, uma marca inovadora, protagonista no processo de transformação, de forma de permitir com que a gente possa impulsionar toda a jornada das startups, dos parceiros conjuntamente. A nossa ênfase é entender o que está sendo discutido e a partir da nossa estratégia identificar onde estão as nossas alavancas e fazer o matchmaking na conexão do desafio com a solução que eventualmente venha a ser conhecida.

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