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Energia

- Publicada em 02 de Janeiro de 2024 às 17:32

Investimento em transmissão no RS chegará a R$ 1 bilhão até 2028

Projeção para o período é de construção de mais 78,1 quilômetros em linhas de energia no Estado

Projeção para o período é de construção de mais 78,1 quilômetros em linhas de energia no Estado


TÂNIA MEINERZ/JC
Entre 2024 e 2028, o Brasil terá investimentos em empreendimentos de transmissão, como linhas, subestações e transformadores de energia, na ordem de R$ 49 bilhões. A projeção consta no Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo do Sistema Interligado Nacional – Par/Pel, do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Somente no Rio Grande do Sul o aporte deverá ser de aproximadamente R$ 1 bilhão.
Entre 2024 e 2028, o Brasil terá investimentos em empreendimentos de transmissão, como linhas, subestações e transformadores de energia, na ordem de R$ 49 bilhões. A projeção consta no Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo do Sistema Interligado Nacional – Par/Pel, do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Somente no Rio Grande do Sul o aporte deverá ser de aproximadamente R$ 1 bilhão.
Mais da metade dos recursos no Estado serão aplicados em transformadores (dispositivos que permitem reduzir ou elevar a tensão elétrica). Também serão implementados mais 78,1 quilômetros de linhas de transmissão. Apesar da cifra bilionária, os gaúchos terão um investimento bem aquém ao de outras regiões do País. Cinco estados concentram cerca de 71% dos futuros recursos no setor de transmissão: Maranhão (R$ 9,9 bilhões), Goiás (R$ 8,5 bilhões), Minas Gerais (R$ 7,3 bilhões), Piauí (R$ 4,7 bilhões) e Bahia (R$ 4,6 bilhões). Além de questões técnicas, o presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura, Paulo Menzel, considera que um dos motivos que cria o desequilíbrio desses valores passa pela questão política. “A força de levar ou dinheiro para cá ou para lá”, enfatiza o dirigente.
Mesmo com a participação maciça da iniciativa privada dentro do setor elétrico, ainda se trata de uma área muito vinculada ao poder público. Por exemplo, os leilões de expansão tanto de geração de energia para atender o Sistema Interligado Nacional como de transmissão são modelados e propostos pelo governo federal. O fato do sistema elétrico no Brasil ser interligado, ou seja, poder trocar energia entre suas regiões, afirma Menzel, é algo saudável para a nação, no entanto essa situação diminuiu a luta política para a atração de empreendimentos para o Rio Grande do Sul.
“Por que eu vou lutar por novas gerações de energia no Estado, novos projetos, novas linhas de transmissão, se a energia vai chegar?”, indaga o representante da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura. Porém, o dirigente ressalta que um empreendimento energético propicia também para a localidade em que será instalado geração de impostos e de postos de trabalho. Por isso, ele defende que é necessária uma ação política mais consciente em favor do Sul. Menzel lembra que o Rio Grande do Sul precisa “importar” de outras áreas do País parte da energia para atender a sua demanda local.
Assim como analisou as perspectivas do segmento de transmissão, o Plano da Operação Elétrica avaliou a expectativa do crescimento da geração de energia no Brasil. O documento aponta que as usinas eólicas e fotovoltaicas centralizadas (de grande porte), que em 2023 registraram 38 mil MW de capacidade instalada, deverão alcançar o patamar de 54 mil MW (mais que 13 vezes a demanda média de um estado como o Rio Grande do Sul) ao final de 2027. Esses dados não contemplam a expansão da Micro e Mini Geração Distribuída (MMGD), modalidade em que o consumidor pode gerar sua própria energia e que deve atingir cerca de 40 mil MW de potência instalada no mesmo período.
Para o Rio Grande do Sul é esperado o crescimento da geração eólica e não há no radar a instalação de uma usina solar centralizada de maior porte. Com uma capacidade eólica de 1,72 mil MW atualmente, segundo o ONS, o Estado tem mais 300 MW em empreendimentos com contratos já assinados a serem incorporados a esse volume até 2028. Somando-se projetos com acordos firmados e sendo elaborados, o acréscimo de potência é estimado em 1,02 mil MW. Menzel classifica como pouco o montante de capacidade eólica que deve ser agregado no Rio Grande do Sul nos próximos anos. Ele frisa que os projetos “em estoque” dessa fonte, que já poderiam sair do papel, implicariam uma potência bem maior que essa.