Eduardo Torres, de Pelotas
O Pelotas Parque Tecnológico foi palco do painel Desafios e Oportunidades Econômicas para a Região Sul, Campanha e Fronteira Oeste, que marcou o início do Mapa Econômico do Rio Grande do Sul, novo projeto do Jornal do Comércio. O primeiro encontro regional da série, realizado na sexta-feira, 23 de junho, reuniu lideranças políticas e empresariais, com representantes da indústria, do agronegócio, do varejo, do setor de infraestrutura, da academia, inovação, bem como o poder público estadual e municípios.
Cerca de 100 pessoas participaram do evento, que serviu para ouvir o entendimento dos atores sobre potencialidades da economia local, desafios e caminhos a serem seguidos, informações que serão aprofundadas no primeiro capítulo do Mapa que está sendo produzido pelo JC. O especial será publicado no dia 10 de julho.
Cerca de 100 pessoas participaram do evento, que serviu para ouvir o entendimento dos atores sobre potencialidades da economia local, desafios e caminhos a serem seguidos, informações que serão aprofundadas no primeiro capítulo do Mapa que está sendo produzido pelo JC. O especial será publicado no dia 10 de julho.
Para o diretor de Planejamento do BRDE, Otomar Vivian, começar este debate, que resultará no Mapa Econômico, pela região Sul do Estado demonstra a sensibilidade do projeto. “Está nessa região o grande espaço para investimentos na economia gaúcha. É a nova fronteira agrícola, com promoção da diversidade produtiva. É também a região para onde projetos de inovação energética, por exemplo, estão direcionados. O momento é muito especial porque poder público, a academia e a iniciativa privada estão atuando em conjunto”, resume Otomar. O banco destinou, na última década, R$ 1,7 bilhão em ações de fomento à economia desta região.
Otomar Vivian, do BRDE, vê sensibilidade em começar o projeto pela região Sul. TÂNIA MEINERZ/JC
São 43 municípios que, conforme o Anuário de Investimentos do JC, em 2022, atraíram pelo menos R$ 10 bilhões – a maior parte em empreendimentos de infraestrutura que estão em gestação.
O Programa Avançar, do governo estadual, já destinou R$ 197 milhões à região, como destacou o secretário estadual de Sistemas Penal e Socioeducativo, Luiz Henrique Viana, que representou o governador Eduardo Leite no evento. Somados, os municípios da região Sul, Campanha e Fronteira Oeste concentram pouco mais de 10% do PIB do Rio Grande do Sul, conforme os dados da economia gaúcha em 2020.
“Este evento surge no momento adequado. Estamos na década de pensar os nossos rumos para o desenvolvimento. Após uma pandemia, que gerou uma crise mundial que não se resolve do dia para a noite, regionalmente precisamos encontrar e potencializar soluções como, por exemplo, melhorarmos a produtividade do que já se faz”, diz o secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico do Estado, Derly Fialho.
Região tem grande potencial de avanços, mas ainda sofre com gargalos logísticos
Elizalde, Vaniel e Klinger expuseram visão de setores em painel mediado pelo editor-chefe do JC. TÂNIA MEINERZ/JC
A importância da região para o Estado é estratégica. Pelo Porto de Rio Grande, por exemplo, circula 25% do PIB gaúcho. O presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, foi um dos painelistas do evento mediado pelo editor-chefe do Jornal do Comércio, Guilherme Kolling, e teve a oportunidade de retratar a realidade do Porto Indústria.
“Temos muitos potenciais, e o porto, pela infraestrutura que reúne as instalações portuárias e um distrito industrial diferenciado, é o grande catalisador da reindustrialização de toda a região. Em especial, tratando do futuro, o porto habilita-se para ser uma plataforma para as energias renováveis no Estado”, aponta.
Fica no Porto Indústria justamente um dos polos produtivos do Rio Grande do Sul, que reúne os fabricantes de fertilizantes. O diretor de Operações da Yara, Lucas Elizalde, foi outro painelista do evento de sexta-feira. A multinacional mantém em Rio Grande a maior planta industrial de fertilizantes da América Latina, e concluiu recentemente um aporte de R$ 2 bilhões na expansão de sua planta.
Crescimento que, como alertou Elizalde, precisa ser acompanhado por melhorias na logística da região. “Somos um estado com muita tradição no agro, e nós temos um papel fundamental no fomento a essa produção diversificada e na busca de maior equilíbrio entre o norte e o sul do Estado, mas no caso desta região, esbarramos em problemas estruturais que demandam investimentos urgentes. Se temos uma operação muito eficiente no porto, nossa região corre o risco de um isolamento pelo gargalo logístico nos modais ferroviários, hidroviários e rodoviários. Em outros estados, investimentos em ferrovias estão na pauta, não podemos ficar para trás”, aponta.
A rodada de painelistas do evento contou ainda com o representante da indústria local, o presidente do Centro das Indústrias de Pelotas (Cipel), Augusto Vaniel, que reforçou uma bandeira histórica do empresariado local, a duplicação da BR-116, ainda não finalizada.
“O ambiente que temos aqui é propício para a indústria: temos matéria-prima do agro forte e o porto para escoar a produção, mas é preciso incentivo governamental para a produção e o estímulo para a exportação de produtos industrializados. Hoje, exportamos arroz em casca, por exemplo. É valor que deixamos de agregar aqui, empregos que deixam de ser gerados”, diz.
“Temos muitos potenciais, e o porto, pela infraestrutura que reúne as instalações portuárias e um distrito industrial diferenciado, é o grande catalisador da reindustrialização de toda a região. Em especial, tratando do futuro, o porto habilita-se para ser uma plataforma para as energias renováveis no Estado”, aponta.
Fica no Porto Indústria justamente um dos polos produtivos do Rio Grande do Sul, que reúne os fabricantes de fertilizantes. O diretor de Operações da Yara, Lucas Elizalde, foi outro painelista do evento de sexta-feira. A multinacional mantém em Rio Grande a maior planta industrial de fertilizantes da América Latina, e concluiu recentemente um aporte de R$ 2 bilhões na expansão de sua planta.
Crescimento que, como alertou Elizalde, precisa ser acompanhado por melhorias na logística da região. “Somos um estado com muita tradição no agro, e nós temos um papel fundamental no fomento a essa produção diversificada e na busca de maior equilíbrio entre o norte e o sul do Estado, mas no caso desta região, esbarramos em problemas estruturais que demandam investimentos urgentes. Se temos uma operação muito eficiente no porto, nossa região corre o risco de um isolamento pelo gargalo logístico nos modais ferroviários, hidroviários e rodoviários. Em outros estados, investimentos em ferrovias estão na pauta, não podemos ficar para trás”, aponta.
A rodada de painelistas do evento contou ainda com o representante da indústria local, o presidente do Centro das Indústrias de Pelotas (Cipel), Augusto Vaniel, que reforçou uma bandeira histórica do empresariado local, a duplicação da BR-116, ainda não finalizada.
“O ambiente que temos aqui é propício para a indústria: temos matéria-prima do agro forte e o porto para escoar a produção, mas é preciso incentivo governamental para a produção e o estímulo para a exportação de produtos industrializados. Hoje, exportamos arroz em casca, por exemplo. É valor que deixamos de agregar aqui, empregos que deixam de ser gerados”, diz.
O primeiro recorte do Mapa Econômico
Giovanni Jarros Tumelero avalia que Mapa está em sintonia com trabalho de 90 anos do JC. TÂNIA MEINERZ/JC
O painel de sexta-feira, em Pelotas, abre uma série de cinco eventos regionais que formarão o Mapa Econômico do Rio Grande do Sul. Na sequência, o JC reunirá atores da economia das regiões Central e Vales do Taquari e Rio Pardo (evento em Santa Cruz do Sul); Norte, Noroeste e Missões (evento em Passo Fundo); Serra e Campos de Cima da Serra (evento em Caxias do Sul); e Metropolitana, Centro-Sul, Vales dos Sinos, Paranhana e Caí e Litoral (evento em Porto Alegre).“Este projeto é uma extensão do propósito que norteia o Jornal do Comércio há 90 anos. Somos uma fonte de geração de conteúdo para ajudar no desenvolvimento do Estado. Os indicadores que vamos gerar a partir do Mapa, vão apontar caminhos de prosperidade para as regiões”, avalia o diretor de Operações do Jornal do Comércio, Giovanni Jarros Tumelero.
Após cada um dos eventos regionais, serão publicados cadernos especiais com uma radiografia da economia de cada região. No dia 10 de julho, será publicado o material especial retratando Sul, Campanha e Fronteira Oeste.
O que disseram as lideranças que participaram do evento
Fábio Branco, prefeito de Rio Grande
“Rio Grande é um ponto estratégico como um alavancador da economia do futuro. Pela primeira vez na história vemos um alinhamento entre todas as esferas políticas para garantir os investimentos e tirar do papel planos que há muito discutimos para Rio Grande e região. Agora temos um conceito, planejamento e temos atraído os investimentos.”
Idemar Barz, prefeito em exercício de Pelotas
Idemar Barz, prefeito em exercício de Pelotas
“Já avançamos bastante nos últimos anos, isso se nota a cada grande evento, como Expofeira ou Fenadoce, cada vez com maior participação e dinheiro circulando na economia, Agora, é momento das lideranças de todos os setores trocarem ideias, debaterem, como neste evento, para um novo avanço.”
Luiz Henrique Viana, secretário estadual de Sistemas Penal e Socioeducativo
“O Rio Grande do Sul está no mapa da economia do Brasil novamente, fruto do trabalho nas reformas e na organização das contas públicas pelo governo estadual nos últimos anos. O Estado voltou a investir na região – foram R$ 197 milhões somente pelo Programa Avançar – e a atrair investimentos como consequência disso. A Região Sul é um grande exemplo disso, pela sua capacidade de trazer novidades à economia gaúcha.”
Júlio Centeno, assessor de Relações Institucionais da Embrapa
“Estamos na nova fronteira agrícola do Brasil. Aquele produtor do arroz e do gado, tradicional, agora é multissafra, com produção diversificada, com muita pesquisa e avanço tecnológico envolvidos. Caminhamos para integrar lavoura, pecuária e floresta. Nosso desafio futuro é mostrar para a sociedade e recompensar este produtor pelo papel que ele tem na preservação ambiental do Pampa.”
João Carlos Deschamps, diretor de Relações Institucionais do Pelotas Parque Tecnológico
“Temos aqui na região uma grande oportunidade de mudar a cultura de produção pela inovação. Estão concentradas aqui universidades federais, privadas e outros institutos desenvolvendo conhecimento, e hoje é impossível falar em desenvolvimento sem inovação. Nosso papel, neste mapa econômico, é criar convergências entre todos os setores.”
José Alfredo Laborda Knorr, vice-presidente da Fiergs
“A indústria é a grande válvula para geração de empregos e desenvolvimento, com a movimentação da economia da região. Se houver maior incentivo para essa industrialização, o aumento da tecnologia aplicada em maior produtividade no Sul vem junto.”
Jacques Reydams, inspetor-chefe em Pelotas do Crea-RS
“Para pensarmos no melhor desenvolvimento da economia regional, é fundamental pensarmos nas questões de infraestrutura a médio e longo prazos. Temos em Pelotas, por exemplo, sistemas construtivos habitacionais que são referências nacionais. Ao mesmo tempo, regionalmente, temos grandes extensões de áreas sem maior valor agregado. Planejar a melhoria estrutural, com ação governamental, atrairá investimentos para a nossa economia.”