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música

- Publicada em 09 de Julho de 2023 às 21:17

Novo disco de Ian Ramil é atravessado pelo nascimento de sua primeira filha, Nina

Disponível nas plataformas digitais, 'Tetein' é terceiro álbum da carreira de Ian Ramil

Disponível nas plataformas digitais, 'Tetein' é terceiro álbum da carreira de Ian Ramil


Carine Wallauer/divulgação/jc
Quando nasce uma filha, nasce também um pai. Nasce o outro lado de um homem — aquele que por muito tempo, em muitos, ficou escondido debaixo de uma carcaça firme pela qual eram condicionados a se apresentar ao mundo. A sensibilidade, a fragilidade e a suavidade florescem. Quando nasceu Nina, nasceu um novo Ian Ramil — que colocou todo o sentimento de paternidade em seu novo disco, Tetein, disponível nas plataformas digitais. Trazendo uma essência amena e intimista, Tetein é o terceiro álbum do cantor e compositor. Seguindo-se ao disco de estreia Ian (2014) e Derivacivilização (2015), o terceiro trabalho de Ian contrasta com o trabalho que estava habituado a fazer, trazendo a delicadeza como fio condutor. Com 12 faixas, o disco é marcado pela ausência de guitarras e baterias, trazendo muito mais o baixinho do violão, da voz e da percussão acústica, ao contrário do rock dos álbuns anteriores.Sem muitas intenções, o músico fez um álbum que reflete o novo mundo que foi construído a partir da chegada da filha. Depois de escrever e gravar as canções, percebeu que todas eram costuradas pelo mesmo laço: a presença de Nina. “Tem algumas canções que são feitas para a Nina — a maioria delas, não, mas todas são por causa dela”, comenta Ramil. “Foi bem espontâneo. Quando eu estava gravando o disco, eu olhei para as músicas juntas e disse ‘ah, tem um traço muito forte que liga todas elas’. É a mudança de perspectiva que a Nina causou em mim.”O novo mundo que nasce com a chegada da filha e o velho mundo que perdura e a espera são os principais temas das canções. Atravessado pela paternidade, Ian coloca nas canções as mudanças que aconteceram a partir dessa nova lente pela qual enxerga o mundo. Há um contraste entre o amor, a tranquilidade e o afeto da infância (percebidos nas carinhosas canções Tetein, Canção de Chapeuzinho Vermelho — que traz Nina como vocalista — e Cantiga de Nina) e a rigidez, o cinza e a concretude do mundo adulto (presentes nas ácidas Macho Rey, Lego Efeito Manada e Homem-bomba). Tetein é a palavra inventada pela qual Nina se referia à pouquidade — “vou ficar viajando só mais um tetein”, por exemplo, como diz a música título que abre o disco. A estética do pouco é muito explorada no álbum, que traz e diz tudo sem precisar de muito. “Era uma uma vontade que eu já vinha trabalhando em algumas outras músicas. Eu já vinha com essa ideia de não ter banda, de ter um processo bem solitário, com uma construção muito pontual dos arranjos, escolher o que eu ia botar em cada música. Ia experimentando, tirando os excessos… A ideia era construir com o processo de calma e delicadeza”, explica.“Não é um disco que fala sobre a paternidade, mas ele é por causa da paternidade. Essa experiência me transformou muito e causou o disco”, reflete. “Isso mexeu muito com a percepção de quem eu era. Quando tu te depara com um ser totalmente frágil e sem vícios, tu começa a olhar para ti mesmo e enxergar o que tu carrega na tua personalidade que não é teu, que que são coisas que tu foi assimilando durante a vida e foi mimetizando no teu comportamento”, reflete. Tetein começou a ser produzido em 2018, quando Nina já estava presente há pouco mais de um ano. Entre gravações caseiras e no estúdio, o álbum seria finalizado no início de 2020, mas o mundo parou. O artista, então, concretizou o trabalho durante a pandemia em sua casa. “Foi um tempo importante para poder aprimorar a sonoridade do disco, trabalhar ele com cuidado e chegar ao ponto que eu queria.” Tomando seu tempo para crescer junto com Nina, o trabalho só foi lançado 3 anos depois, quando o momento certo chegou. Ian Ramil vai fazer um show de lançamento do disco no Theatro São Pedro em 3 de agosto. O show, que vai ter fortes veias cênicas, traz o Tetein na íntegra, músicas de álbuns anteriores e releituras de canções que trazem a mesma energia do disco. E para ajudá-lo a cantar, sobe ao palco Vitor Ramil, seu pai, em um ciclo de paternidade. “É a primeira vez que eu vou receber o meu pai em show. Um disco inspirado e causado pela minha filha vai ter no show de lançamento o meu pai comigo.”
Quando nasce uma filha, nasce também um pai. Nasce o outro lado de um homem — aquele que por muito tempo, em muitos, ficou escondido debaixo de uma carcaça firme pela qual eram condicionados a se apresentar ao mundo. A sensibilidade, a fragilidade e a suavidade florescem. Quando nasceu Nina, nasceu um novo Ian Ramil — que colocou todo o sentimento de paternidade em seu novo disco, Tetein, disponível nas plataformas digitais.

Trazendo uma essência amena e intimista, Tetein é o terceiro álbum do cantor e compositor. Seguindo-se ao disco de estreia Ian (2014) e Derivacivilização (2015), o terceiro trabalho de Ian contrasta com o trabalho que estava habituado a fazer, trazendo a delicadeza como fio condutor. Com 12 faixas, o disco é marcado pela ausência de guitarras e baterias, trazendo muito mais o baixinho do violão, da voz e da percussão acústica, ao contrário do rock dos álbuns anteriores.

Sem muitas intenções, o músico fez um álbum que reflete o novo mundo que foi construído a partir da chegada da filha. Depois de escrever e gravar as canções, percebeu que todas eram costuradas pelo mesmo laço: a presença de Nina. “Tem algumas canções que são feitas para a Nina — a maioria delas, não, mas todas são por causa dela”, comenta Ramil. “Foi bem espontâneo. Quando eu estava gravando o disco, eu olhei para as músicas juntas e disse ‘ah, tem um traço muito forte que liga todas elas’. É a mudança de perspectiva que a Nina causou em mim.”

O novo mundo que nasce com a chegada da filha e o velho mundo que perdura e a espera são os principais temas das canções. Atravessado pela paternidade, Ian coloca nas canções as mudanças que aconteceram a partir dessa nova lente pela qual enxerga o mundo. Há um contraste entre o amor, a tranquilidade e o afeto da infância (percebidos nas carinhosas canções Tetein, Canção de Chapeuzinho Vermelho — que traz Nina como vocalista — e Cantiga de Nina) e a rigidez, o cinza e a concretude do mundo adulto (presentes nas ácidas Macho Rey, Lego Efeito Manada e Homem-bomba).

Tetein é a palavra inventada pela qual Nina se referia à pouquidade — “vou ficar viajando só mais um tetein”, por exemplo, como diz a música título que abre o disco. A estética do pouco é muito explorada no álbum, que traz e diz tudo sem precisar de muito. “Era uma uma vontade que eu já vinha trabalhando em algumas outras músicas. Eu já vinha com essa ideia de não ter banda, de ter um processo bem solitário, com uma construção muito pontual dos arranjos, escolher o que eu ia botar em cada música. Ia experimentando, tirando os excessos… A ideia era construir com o processo de calma e delicadeza”, explica.

“Não é um disco que fala sobre a paternidade, mas ele é por causa da paternidade. Essa experiência me transformou muito e causou o disco”, reflete. “Isso mexeu muito com a percepção de quem eu era. Quando tu te depara com um ser totalmente frágil e sem vícios, tu começa a olhar para ti mesmo e enxergar o que tu carrega na tua personalidade que não é teu, que que são coisas que tu foi assimilando durante a vida e foi mimetizando no teu comportamento”, reflete.

Tetein começou a ser produzido em 2018, quando Nina já estava presente há pouco mais de um ano. Entre gravações caseiras e no estúdio, o álbum seria finalizado no início de 2020, mas o mundo parou. O artista, então, concretizou o trabalho durante a pandemia em sua casa. “Foi um tempo importante para poder aprimorar a sonoridade do disco, trabalhar ele com cuidado e chegar ao ponto que eu queria.” Tomando seu tempo para crescer junto com Nina, o trabalho só foi lançado 3 anos depois, quando o momento certo chegou.

Ian Ramil vai fazer um show de lançamento do disco no Theatro São Pedro em 3 de agosto. O show, que vai ter fortes veias cênicas, traz o Tetein na íntegra, músicas de álbuns anteriores e releituras de canções que trazem a mesma energia do disco. E para ajudá-lo a cantar, sobe ao palco Vitor Ramil, seu pai, em um ciclo de paternidade. “É a primeira vez que eu vou receber o meu pai em show. Um disco inspirado e causado pela minha filha vai ter no show de lançamento o meu pai comigo.”