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Obras do complexo Belvedere, que terá um Zaffari, começam em Porto Alegre
Fase atual do empreendimento prevê a implantação da infraestrutura com a terraplenagem
PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Patrícia Comunello
Depois de esperar mais de 20 anos para ser liberado, o complexo Belvedere, que terá shopping center, torres e um hipermercado do Zaffari, começa a ter obras. A movimentação de máquinas no terreno na vizinhança do Jardim Botânico, Zona Leste de Porto Alegre, atiça a curiosidade de moradores e de quem passa pela região. As primeiras intervenções começaram em fevereiro.
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Depois de esperar mais de 20 anos para ser liberado, o complexo Belvedere, que terá shopping center, torres e um hipermercado do Zaffari, começa a ter obras. A movimentação de máquinas no terreno na vizinhança do Jardim Botânico, Zona Leste de Porto Alegre, atiça a curiosidade de moradores e de quem passa pela região. As primeiras intervenções começaram em fevereiro.
VÍDEO: como estão as intervenções na área do futuro complexo
Uma das perguntas mais frequentes de leitores da coluna que vêm enviando imagens da mudança na fisionomia da área é sobre quando vai ter a unidade do Zaffari, que deve ser a primeira operação a ser implantada, segundo os empreendedores, ligados ao grupo Condor, indústria de máquinas com sede na Capital.
Os proprietários da área e idealizadores do complexo, acionistas do grupo, buscam parceiros para desenvolver e erguer o shopping e as torres, que estão na configuração licenciada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) em fim de dezembro de 2020. Um dos atrativos será um mirante, que será construído na parte mais elevada, perto da rua Cristiano Fischer.
Moradores de torres residenciais voltadas para a área assistem, desde o começo do ano, à mutação do terreno.
"A curiosidade aumenta. Fui na área no feriado de quinta-feira (Tiradentes), porque o portão de acesso ao canteiro estava entreaberto. Um carro parou em frente, e as pessoas saíram para me perguntar o que teria ali", conta a engenheira Andrea Azevedo, que gerencia a implantação do complexo pela Condor.
Imagem foi feita pela arquiteta Márcia, que mora em frente à área, e acompanha as mudanças com a evolução da obra
Primeiro, foi a remoção de boa parte da mancha verde, já que o terreno era fechado pela vegetação. Os clarões demarcados pelo marrom da terra indicavam a evolução da intervenção.
Na segunda semana de abril, o ronco das máquinas passou a fazer parte da jornada diária da vizinhança.
"Aqui da minha janela, no 11º andar do condomínio MaxHaus, acompanho diariamente a movimentação máquinas e motosseras. Além de embelezar ainda mais essa região, o Belvedere terá facilidades do shopping, com supermercado e serviços", lista a arquiteta Márcia de Lima.
"Os moradores do entorno estão muito felizes com a construção, vai gerar empregos e irá contribuir para a atração dos investimentos e melhorias para os bairros Jardim Botânico e Petrópolis", aposta Márcia.
'Aqui da minha janela, no 11º andar, acompanho diariamente a movimentação das máquinas', diz Márcia. Foto: Ocimar Pereira/Divulgação
É a fase da infraestrutura. O terreno tem muito aclive, vamos fazer a terraplenagem dos lotes, para depois os construtores entrarem na segunda fase", detalha a engenheira. Essa primeira etapa terá investimento de R$ 15 milhões.
A previsão, diz Andrea, é que essa preparação leve 11 meses. O prazo é afetado pelas condições do clima, pois a etapa coincide com os meses de inverno, que são mais chuvosos, esclarece ela.
A remoção da cobertura vegetal, nos trechos que foram autorizados no licenciamento ambiental pela prefeitura, já foi concluída pela empresa MGD&Salvaterra. Nos 151.726 metros quadrados do grande terreno, vai ser mantido um corredor verde que faz parte de uma Área de Preservação Ambiental (APA), observa Andrea. Metade da área total terá construções.
A fase de infraestrutura prevê instalação de redes de água e saneamento, iluminação pública e outros serviços. Também vão ser abertas avenidas internas.
Serão quatro vias: dois prolongamentos de ruas existentes, Mário Antunes e Beneveduto Frones, que começam no lado oposto da Tarso Dutra e terão travessia para a área do complexo, e outras duas novas ligações. A extensão total das vias é de 1,1 quilômetro.
VÍDEO mostra como estava a área em fevereiro:
E o hipermercado do Zaffari?
"Precisamos de um hipermercado pertinho", comenta o jornalista Neemias Freitas, que reside em um dos edifícios às margens da avenida Tarso Dutra, ansioso para ver logo o empreendimento pronto e funcionando.
O grupo supermercadista, primeiro do ranking do setor no Estado, não informa ainda quando pretende dar início à construção que foi licenciada em 2020, antes do próprio complexo, e nem se vai seguir o padrão desse tipo de loja de grande porte. Hoje o ramo supermercadista aposta menos em hipermercados e foca na expansão via atacarejos, que misturam volume de atacado e estilo de autosserviço de supermercado.
O Zaffari não oficializa, mas a coluna já apurou que está na mira do grupo criar sua própria bandeira de atacarejo. Enquanto isso, outros grupos, incluindo de fora do Estado, entram na Capital.
O Zaffari faz a construção de seus empreendimentos. A coluna percorreu recentemente 10 locais na Capital com obras em andamento ou que ainda vão começar de projetos da marca, entre centros comerciais, supers e torres comerciais e residenciais. Outros dois serão em Gravataí e Novo Hamburgo.
Pelo projeto licenciado, os empreendimentos previstos são um shopping center, duas torres e o hipermercado do Zaffari. A previsão, seguindo valores do período da emissão da licença de instalação (LI), era de aporte de R$ 850 milhões.
Aplicação na região mostra como deve ficar o megaempreendimento após a implantação
Compensações e melhorias previstas nas licenças do Complexo Belvedere:
Implantar 11 reservatórios de detenção de águas pluviais para controle da drenagem.
Qualificar as paradas de transporte coletivo dentro da área de influência do empreendimento.
Criar travessias seguras para pedestres em pontos específicos da região.
Implantar a quarta faixa de tráfego na aproximação da rua Tibiriçá com a rua Cristiano Fischer (75 metros de extensão).
Implantar faixa de tráfego na aproximação da rua Valparaíso com a Terceira Perimetral (75 metros de extensão).
Executar o alargamento e a melhoria da curva entre a rua Professor Ivo Corseiul e a rua José Carvalho Bernardes.
Realizar projeto de sinalização viária nas vias e intersecções onde ocorrerem modificações em função do projeto de circulação do complexo Belvedere.
Executar ciclovia na avenida Bento Gonçalves, desde a avenida Elias Cirne Lima até a avenida João de Oliveira Remião, em dois trechos que totalizam 3.450 metros.
Qualificar a Praça José Luiz Carneiro Cruz, localizada na rua Professor Pedro Santa Helena, no bairro Jardim do Salso.
Construir um belvedere de acesso público, que permita a manutenção de vista privilegiada da região.
Doar ao município equipamentos e instalações para integrar a Central de Controle e Monitoramento de Mobilidade (Cecomm) no valor de até R$ 535.080,00.
Destinação de área equivalente a 11 hectares de terreno para anexação ao Refúgio de Vida Silvestre São Pedro, localizado no Extremo Sul da Capital, além de transplantes e plantios no próprio local do empreendimento.
Destinação de recursos para apoio, implantação e manutenção das unidades de conservação em Porto Alegre, em valor equivalente a 0,5% dos custos totais previstos para a instalação do complexo, conforme prevê a Lei 9.985/2000, relacionada ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). O montante é estimado em R$ 1,55 milhão.
Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Smamus)
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