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Internacional

- Publicada em 28 de Junho de 2019 às 03:00

Protestos tomam Honduras dez anos após golpe de Estado

Presidente Juan Hernández reagiu com forte repressão policial

Presidente Juan Hernández reagiu com forte repressão policial


ORLANDO SIERRA/AFP/JC
Uma série de protestos mergulhou Honduras em uma de suas piores crises institucionais desde o golpe de Estado de 28 de junho de 2009, que completa dez anos nesta sexta-feira. Desde o início do mês, diversas cidades do país registraram manifestações pedindo a renúncia do presidente Juan Orlando Hernández, que reagiu com forte repressão policial.
Uma série de protestos mergulhou Honduras em uma de suas piores crises institucionais desde o golpe de Estado de 28 de junho de 2009, que completa dez anos nesta sexta-feira. Desde o início do mês, diversas cidades do país registraram manifestações pedindo a renúncia do presidente Juan Orlando Hernández, que reagiu com forte repressão policial.
As manifestações foram convocadas por médicos e professores em resposta a decretos presidenciais que preveem mudanças nos sistemas de saúde e educação. O movimento rapidamente aglutinou outras categorias, inclusive policiais e caminhoneiros, e se transformou em uma revolta generalizada contra o governo.
O presidente - que é conhecido por suas iniciais, JOH - ordenou que as Forças Armadas reprimissem os protestos com gás lacrimogêneo e balas de borracha. Houve confrontos na capital, Tegucigalpa, e em outras partes do país. A violência deixou ao menos dois mortos e dezenas de feridos.
"As autoridades hondurenhas não devem prosseguir no caminho da violência e da repressão", disse, em nota, Erika Guevara-Rosas, diretora para as Américas da ONG Anistia Internacional. "Exigimos que a administração de Juan Orlando Hernández respeite os direitos à liberdade de expressão e manifestação pacífica."
Honduras enfrenta instabilidade política e retrocessos institucionais desde o golpe de Estado de 2009, que depôs o presidente Manuel Zelaya. Na época, os militares do país opunham-se aos planos de Zelaya de buscar a reeleição, bem como à sua aliança com governos de esquerda na América Latina. O Brasil cumpriu um papel importante durante a crise, oferecendo asilo ao presidente deposto na embaixada em Tegucigalpa por mais de quatro meses.
Desde então, o país centro-americano é comandado por governos de direita apoiados pelos Estados Unidos. JOH foi eleito em 2013, e conquistou um segundo mandato nas eleições de 2017 - o pleito foi marcado por fraudes, de acordo com a Organização de Estados Americanos (OEA), e resultou em uma onda de manifestações que terminou com cerca de 30 mortos e centenas de detidos.
"Desde a ruptura constitucional, há dez anos, têm sido implementados mecanismos arbitrários de governabilidade que priorizam a eliminação de pesos e contrapesos institucionais", diz um boletim recente do Comitê de Familiares de Presos Desaparecidos.
A pobreza crônica e a presença de gangues fazem de Honduras um dos países mais violentos do mundo. Esses fatores levaram milhares de pessoas a fugir, nos últimos anos, em busca de melhores condições de vida em outras partes do continente, especialmente nos EUA.
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