O Ministério da Saúde informou que uma aeronave da Azul levará cilindros de oxigênio para Manaus (AM) neste sábado (16). O avião é o mesmo que viajaria à Índia nesta semana para buscar vacinas contra o novo coronavírus, mas mas teve a partida adiada após fracasso nas negociações entre os governos brasileiro e indiano.
De acordo com a pasta, a aeronave partirá de Campinas (SP) para Manaus neste sábado (16). Segundo o governo, o pedido foi feito pelo Ministério da Saúde com objetivo de abastecer as unidades de saúde da região. A capital do Amazonas sofreu um colapso no sistema hospitalar nesta semana por falta de oxigênio.
"O voo será realizado pela mesma aeronave que partiria hoje para Mumbai, na Índia, uma vez que a missão foi reprogramada devido questões diplomáticas entre Brasil e Índia e deverá ocorrer nos próximos dias", informou a pasta.
Inicialmente, o voo da Azul partiria para a Índia na quinta-feira (14) e a partida chegou a ser adiada para a noite de sexta-feira (15). No entanto, dificuldades na liberação das vacinas provocaram novo adiamento e ainda não há previsão de nova data para a operação.
Nesta sexta-feira (15), o governo da Índia negou a entrega imediata de um lote de imunizantes contra a Covid-19 da Oxford/AstraZeneca ao Brasil, o que frustrou uma operação montada para buscar o material no país asiático ainda neste fim de semana e deve resultar numa derrota política para o Palácio do Planalto.
Com o veto da Índia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) corre o risco de assistir o início da vacinação no Brasil com a Coronavac, que tem sido utilizada como trunfo do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Na noite de quinta-feira (14), o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ligou para o chanceler da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, e fez um último apelo pela liberação de 2 milhões de vacinas produzidas pelo Serum Institute.
O lote seria um adiantamento do imunizante que posteriormente será produzido pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e que é a grande aposta do governo Bolsonaro na "guerra da vacina" travada com Doria.
No entanto, Araújo ouviu que a situação só seria resolvida "nos próximos dias", o que foi entendido no Itamaraty como uma sinalização de que não haverá liberação no prazo desejado pelo Brasil. Não houve compromisso com uma data específica.