Um dos hospitais referência para atendimento de casos de coronavírus em Porto Alegre foi alvo de uma manifestação na manhã desta quinta-feira (26) que cobrou equipamentos de proteção individual (EPIs). Outros protestos com a mesma pauta vêm sendo feitos em hospitais da Capital devido à preocupação com as condições para os cuidados.
Nesta sexta-feira (27), atos estão previstos para o Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV), que é do município, e Instituto de cardiologia, informou o Sindisaúde. Já houve os mesmos protestos na fernte dos hospitais
Mãe de Deus, Santa Casa e São Lucas da Pucrs e no
Palácio Piratini.
Na frente da emergência do Hospital Conceição, que é federal e é a maior no Rio Grande do Sul, integrantes do sindicato vestidos com macacões brancos, máscaras e óculos de proteção alertaram para o tipo de equipamento a ser usado por quem está desde a recepção até as áreas onde estão os pacientes.
O presidente do Sindisaúde, Julio Jesien, defendeu que os profissionais não estão tendo acesso aos EPIs que seriam recomendados para a proteção e citou a elevada transmissão do vírus, que pode permanecer nos materiais até 48 horas, disse. "Nosso equipamento é ilustrativo, mas este momento o governo tem de investir em equipamento de proteção", cobrou.
Um dos itens que deveriam estar mais disponível é a máscara N-95. No Conceição, o uso mais disseminado é da cirúrgica. O Sindisaúde lamenta que a corrida pelos materiais de segmentos que não precisariam acabou gerando escassez dos EPIs.
Jesien também alertou o fluxo nas áreas de acesso ao hospital, que não permitiria o distanciamento e proteção. "Tem falta no mercado. Muita gente que não precisava máscara comprou, e o profissional de saúde que vai cuidar de vidas não tem."
O diretor técnico do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Francisco Paz, informou que há um paciente com coronavírus internado no hospital. Sobre os equipamentos cobrados pelos sindicalistas, Paz disse que o macacão não é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). "Não faz parte dos nossos EPIs. Seguimos protocolos da OMS/Anvisa", esclareceu o diretor técnico. "Nossos estoques estão em condições para atender a demanda e há preocupação de se evitar o uso desnecessário", ponderou.