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Economia

- Publicada em 10 de Junho de 2020 às 11:32

PIB do Rio Grande do Sul cai 3,3% no 1° trimestre com efeitos de estiagem e pandemia

A falta de chuvas prejudicou de forma expressiva a produção de soja, milho e fumo

A falta de chuvas prejudicou de forma expressiva a produção de soja, milho e fumo


FETAG-RS/DIVULGAÇÃO/JC
Bruna Oliveira
A economia do Rio Grande do Sul caiu 3,3% no primeiro trimestre de 2020, sentindo já os reflexos da grave estiagem que atingiu o Estado e os primeiros efeitos da pandemia do novo coronavírus. O resultado é inferior ao dado nacional, que caiu 0,3% entre janeiro e março. Frente ao quarto trimestre de 2019, a queda foi de 2,7%. O crescimento acumulado nos últimos quatro trimestres foi de 0,5%.
A economia do Rio Grande do Sul caiu 3,3% no primeiro trimestre de 2020, sentindo já os reflexos da grave estiagem que atingiu o Estado e os primeiros efeitos da pandemia do novo coronavírus. O resultado é inferior ao dado nacional, que caiu 0,3% entre janeiro e março. Frente ao quarto trimestre de 2019, a queda foi de 2,7%. O crescimento acumulado nos últimos quatro trimestres foi de 0,5%.
Os três principais setores da economia tiveram queda no PIB gaúcho comparado ao mesmo trimestre de 2019. O maior recuo veio do agropecuária, que caiu 14,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. A falta de chuvas prejudicou de forma expressiva a produção de soja (-27,7%), milho (-19,3%) e fumo (-22,0%). Indústria (-4,6%) e Serviços (-1,2%) completaram o quadro de queda.
Em 2019, o PIB do Rio Grande do Sul havia crescido 2,0%, justamente por ajuda do agronegócio. O ano passado começou aquecido, mas foi desacelerando ao longo dos trimestres, situação que se agrava agora na primeira leitura de 2020. "O ano começa com um processo de desaquecimento por dois impactos violentos. A estiagem, que já é comparada a de 2012, que teve bastante efeitos negativos, e o coronavírus afetando a indústria e os serviços", comentou o pesquisador do DEE/SEplag, Martinho Lazzari.
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O resultado do primeiro trimestre do ano foi divulgado nesta quarta-feira (10) em transmissão pela internet. Os dados foram elaborados por técnicos do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), a partir de informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a primeira divulgação com Claudio Gastal à frente da Seplag. Ele assumiu o comando da pasta no fim de maio.
Os impactos da Covid-19 na indústria e nos serviços afetaram tanto a oferta quanto a demanda. Também houve impacto negativo nas exportações, com queda nas vendas para outros estados e países, por ser uma pandemia mundial. Na indústria, as perdas vieram da construção (-3,8%), da indústria de transformação (-2,6%) e de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-18,0%). Nessa última, a principal queda veio da geração de energia hidrelétrica, também fortemente afetada pela estiagem.
No setor de serviços, que inclui as atividades do comércio, o recuo no primeiro trimestre mostra redução de consumo de itens que as pessoas conseguem postergar em meio a uma pandemia, como vestuários e calçados (-23,5%), veículos (-14,8%) e combustíveis (-9,1%). As atividades relacionadas a hiper e supermercados (6,8%), artigos de farmácia (1,7%) e de uso pessoal e doméstico (9,4%), no entanto, tiveram alta no período, de encontro às maiores necessidades durante a quarentena. 
Ainda que o dado do primeiro trimestre não garanta projeções futuras, a chefe da Divisão de Indicadores Estruturais do DEE, Vanessa Sulzbach, destaca que resultados piores devem aparecer no próximo trimestre. Os técnicos avaliam que a recessão da economia gaúcha tende a se aprofundar, tanto por efeitos ainda da pandemia e da agropecuária, que concentra no segundo trimestre a maior parte de safras importantes, como a soja.
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