Sejam reais ou "fake news", as boas-novas que ocupam as "timelines" das redes sociais e as manchetes dos veículos de comunicação não são nem boas e nem novas nos dias de hoje. Pode-se culpar os tempos bicudos, mas grande parcela de responsabilidade é nossa. Estamos falhando quando cruzamos os braços e julgamos normal a celebrização de bandidos e corruptos. Sobretudo quando este tipo de glamourização do mal fomenta a banalização do bem.
No dia 16 de abril, o brigadiano Emanuel Macedo encarou sozinho três assaltantes armados que atacavam motoristas e passageiros de um ônibus que vinha de Santana do Livramento para Porto Alegre. Um ato de heroísmo e pleno êxito. Macedo arriscou a sua vida e salvou todas as vidas que lotavam aquele ônibus de dois andares, sem contabilizar as vidas de todos os familiares que poderiam ser destruídas para sempre com a perda de um ente querido. Casos como o deste bravo soldado se repetem quase todos os dias, mas estamos ocupados demais para saber ou anestesiados demais para sentir.
Macedo tem 11 anos de corporação e foi bem treinado pela nossa academia, mas isso não justifica o silêncio. Mesmo que agora tu conheças o nome dele, a maioria dos heróis permanecem anônimos.
Precisamos valorizar todos aqueles que saem às ruas para zelar por ti e pelos teus filhos, amigos e familiares. Uma guerra desigual, na qual policiais civis e militares, armados de fé, coragem e espírito comunitário, enfrentam arsenais de guerra. Precisamos dos bons exemplos para salvar o futuro do Brasil. Um jovem que nasce numa comunidade carente, por exemplo, deveria receber muito mais estímulos para fazer o bem do que recebe para vender a alma. Quando um traficante é protegido pela ideologia de oportunistas, disfarçada de direitos humanos, a sociedade padece e a tua vida perde o direito de ir e vir, o direito de estudar e trabalhar em paz e o direito de ser feliz sem medo. Obrigado, Macedo. A Brigada Militar, da qual tenho orgulho de fazer parte, é patrimônio dos gaúchos e por ela seguiremos unidos com o empenho que tu tiveste. Só que agora o ônibus é maior, e nele está todo o Rio Grande.
Vereadora de Porto Alegre (PMDB)